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POV S/N


A luz do sol se filtrava pelas persianas do meu quarto, e eu sabia que era hora de levantar. A noite tinha sido longa, repleta de pensamentos turbulentos sobre o que aconteceu no jantar. Rosalie. Mesmo agora, seu nome fazia meu coração acelerar, algo que não deveria acontecer para uma híbrida como eu. Ou melhor, uma tríbida.

Levantei-me, ainda sentindo a tensão no corpo. Não era só por ter jantado sob o olhar atento de todos naquela casa, mas também pelo que discutimos depois. A revelação para Carlisle, a sensação de ter finalmente encontrado minha companheira, e o peso de saber que ela provavelmente ainda não entende isso.

Eu estava nervosa com a escola hoje. Não só por ter que lidar com os humanos e sua curiosidade interminável, mas também por saber que Rosalie estaria lá. Como será que ela reagiu depois que a convidei para um encontro? Eu não sabia, mas estava determinada a descobrir.

Depois de me vestir, fui para uma cafeteria ao lado do hotel. O lugar tinha um ar antiquado, mas era limpo, e o cheiro reconfortante me envolveu como um abraço caloroso. Escolhi uma mesa discreta e percebi que era a única cliente. Logo, a garçonete se aproximou com um sorriso suave.

— Bom dia, o que vai querer? — ela perguntou, tirando os olhos do bloco de notas.

— Apenas um café e panquecas, por favor. Obrigada. — respondi, devolvendo o cardápio à mesa.

A garçonete parecia querer dizer algo, mas hesitou e desistiu. Talvez fosse coisa da minha cabeça. Enquanto esperava meu café da manhã, meus pensamentos voltaram a Rosalie. Eu esperava uma reação negativa, talvez até alguns xingamentos, mas não que ela fugisse na primeira oportunidade. Suspirei.

— Aqui está seu café e suas panquecas. Precisa de mais alguma coisa? — a garçonete perguntou, sorrindo.

— Não, obrigada. — respondi de forma neutra, minha mente ocupada com questões mais importantes.

Depois de comer, paguei a conta e fui em direção à porta. O clima de Forks estava, como sempre, nublado e frio, mas eu já estava acostumada. Carlisle mencionou que conversaria com os quileutes hoje, então teria que esperar seu retorno.

Ao chegar à escola, fui envolvida pelo movimento usual de estudantes no estacionamento. Os corredores estavam lotados, todos apressados para chegar às suas aulas antes do sinal. Misturei-me à multidão, sentindo o peso do encontro da noite anterior ainda pairando sobre mim. Havia algo no ar, uma tensão sutil. Talvez fosse só minha imaginação, ou talvez fosse o fato de que eu sabia que Rosalie estava por perto, em algum lugar nesse mar de rostos.

Fui para o meu armário, tentando parecer o mais natural possível, mas nada parecia natural. Eu estava constantemente consciente de cada movimento, som e olhar que recebia.

Estava prestes a fechar o armário quando senti e ouvi alguém se aproximar .

— S/N. — Era Alice, e sua voz, normalmente alegre, parecia carregada de curiosidade. — Podemos conversar um minuto?

Assenti, e ela me levou até um canto mais afastado, onde não seríamos ouvidas. Ela olhou para mim, como se tentasse ler meus pensamentos.

— Como você está? — perguntou, seus olhos brilhando de preocupação.

— Estou bem, Alice. Só... um pouco cansada. — tentei sorrir, mas sabia que não a estava enganando.

— Sei que as coisas foram intensas ontem. E sei que Rosalie... não foi fácil para ela ouvir. — Alice falou, suavizando a voz.

103 ANOS SEM ELA - R.H (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora