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Hey, pessoal! 

Eu tinha planejado postar dois capítulos hoje, mas acabei me distraindo jogando e esqueci de escrever! kk 

Provavelmente, vou "tentar" postar dois capítulos amanhã, mas não é certeza! Queria aproveitar para agradecer a todos que estão acompanhando a história, votando e comentando. Isso me incentiva muito! Obrigada! <3 Bom... é isso. Boa leitura! 

Bye, bye!


POV S/N


Caminhei pela floresta envolta em névoa, os galhos retorcidos e escuros se erguiam ao meu redor, formando sombras longas e sinuosas. Cada um parecia guardar histórias antigas, segredos esquecidos que o tempo deixou para trás. O silêncio era absoluto, exceto pelo som das folhas quebradiças esmagadas sob meus pés. A cada passo, a brisa fria trazia lembranças que eu pensava ter enterrado — cenas do meu passado, das decisões que me levaram até ali.

Enquanto seguia, notei que a névoa, densa e silenciosa, parecia viva, girando ao meu redor como se estivesse me envolvendo, prendendo. A floresta, com seus troncos retorcidos e suas sombras fantasmagóricas, murmurava segredos esquecidos, ecoando vozes indistintas de uma época que eu nunca imaginei reviver. Era estranho, mas essa jornada parecia uma mistura de nostalgia e alerta, como se cada árvore, cada folha caída, estivesse me observando, me julgando. Estava de volta ao vilarejo onde tudo começou, um lugar que eu tanto quis deixar para trás quando era jovem, mas agora ele me parecia um santuário de memórias, algo que sempre esteve aguardando meu retorno.

Minha mãe havia me pressionado a vida toda para seguir o caminho da magia, mas eu nunca quis aquilo. Ela era uma bruxa poderosa e devota, mas eu só queria conhecer o mundo, descobrir o que havia além do vilarejo. Queria ser livre. Isso nos fazia brigar muito, e havia dias em que eu me sentia sufocada sob as expectativas dela. Ainda assim, eu a amava profundamente, e sabia que ela também me amava, mesmo que nosso amor fosse marcado por tanto conflito.

Mas eu sabia que, no fundo, ela me amava. Era um amor intenso e um pouco controlador, talvez marcado pelas próprias feridas que nós duas guardava e que a fazia acreditar que o caminho da magia era o único seguro. Ainda assim, o peso das suas expectativas era difícil de carregar, e com o tempo, nossa relação foi se desgastando. Mesmo agora, com tudo o que aconteceu, sentia uma pontada de saudade ao me lembrar do som da sua voz e do jeito que ela me olhava, como se soubesse algo que eu ainda não entendia.

Quando o vento gélido atravessou a floresta, senti um arrepio que me fez parar. Podia jurar que o cheiro da lareira da minha antiga casa estava ali, impregnado no ar, trazendo uma onda de lembranças que quase me fizeram recuar. Lembrei-me do calor do fogo, das noites frias em que minha mãe me ensinava sobre plantas e feitiços, tentando me fazer entender que aquilo era nossa herança, algo sagrado. Eu era apenas uma adolescente quando tivemos nossa última discussão, uma discussão que acabou por nos afastar de vez. Talvez, se eu tivesse ouvido, aceitado, as coisas poderiam ter sido diferentes. Talvez eu ainda tivesse uma família.

Senti uma dor familiar quando pensei no meu irmão. Ele era minha âncora, meu refúgio nas tempestades que nossas brigas causavam. Meu irmão sempre esteve lá, em meio às tensões, tentando nos unir. Para mim, ele era mais que um irmão; era um confidente, alguém que entendia minha alma como ninguém mais conseguia. Um aperto no peito me lembrou o quanto eu sentia a falta dele, e a dor da saudade veio como uma onda incontrolável. A memória da noite em que ele morreu ainda era viva, como uma ferida aberta. Lembro-me de como os vampiros nos encontrou, invadiu nossa casa e, em poucos segundos, tudo mudou. Eu fui atacada, fraca e despreparada, e ele sacrificou sua vida para me salvar. Meu irmão lutou por mim, sacrificando a própria vida para salvar a minha. A última coisa que vi foi seu olhar no meu antes de partir. Foi por minha causa que ele morreu, uma verdade dolorosa que me persegue.

103 ANOS SEM ELA - R.H (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora