003

996 104 9
                                    

Volterra

S/n Volturi

Devo estar parada no meio da floresta há uns quarenta minutos, pensando em tudo que ouvi. Nos primeiros momentos, achei que estava sonhando, a única explicação lógica para tudo isso. Depois de tanto tempo no meio das árvores, percebi que não era um sonho; eu realmente me transformei em um lobo e agora tenho três vozes na minha cabeça. Elas são irritantes, não param de falar e de brigar entre si.

Pensando bem, algumas coisas em mim sempre foram diferentes. Por mais que eu fosse vampira, não parecia uma. Minha pele é morena e não pálida como a dos outros, e o maior diferencial: meu coração nunca parou de bater. Já os outros, seus corações estão parados desde suas transformações. Vampiros também não precisam dormir, mas se eu passar mais de três dias sem dormir, pareço um zumbi. Por esse motivo, sou a rainha que nunca aparece no salão dos Volturi. Poucos me conhecem ou me viram, e Aro não gosta muito do meu lado humano. Todos sabem que Aro é o governador, como ele gosta de dizer, mas quem reina sou eu. Confesso que, neste milênio, não quis saber sobre os problemas da nossa espécie, e Aro ficou mais que contente em resolver isso para mim, lógico, do seu jeito bárbaro e errado de lidar com as situações, com a ajuda de seu braço direito, Caius, que consegue ser pior que Aro.

B: Quanto tempo mais vamos ficar parados aqui? Estou cansada de ficar no meio da floresta. — A voz feminina falou com tédio.

V: Cala a boca, bruxinha, deixa a menina levar o tempo dela. — O Drácula do Paraguai falou indignado.

L: Sim, deixe-a processar as coisas. Não queremos ver uma cidade sendo destruída por ela, só porque está com raiva. — O lobo falou com seriedade.

V: Bem, pensando bem, essa ideia me agrada mais do que ficar aqui no meio dessa floresta. — Ele falou com entusiasmo.

B: Claro que você gostou, sua espécie adora destruição, são uns bárbaros. — A bruxa disse com revolta.

V: Qual é, bruxinha? Eu sei que vocês bruxas também gostam do lado negro das coisas. — O vampiro falou com sarcasmo.

B: Vá se ferrar, seu sanguessuga idiota! — A bruxa falou com a voz alta, mostrando raiva. Foi a primeira vez que a observei nesse estado.

— Já chega. Agora, preciso saber outra coisa: como vocês estão na minha cabeça? — Perguntei, querendo saber tudo de uma vez.

L: Bom, não está lógico para você? — O lobo perguntou com um sorriso.

B: Óbvio que não. Vocês não veem que ela é burra? Céus, na verdade eu sei por quê: vocês são iguais a ela, dois burros também. — A bruxinha falou com cansaço na voz.

V: Olha bem como você fala comigo, sua satanista. — O vampiro falou com raiva.

L: Você não é apenas uma híbrida, mas também uma tríbida. Eu era a parte que estava faltando ser despertada. — O lobo falou com tédio, querendo que isso acabasse logo.

— Mas por que só agora você foi despertado? — Perguntei, com o cenho franzido. Em milênios, só agora meu lado lobo foi despertado.

B: É muita burrice mesmo. Não está claro que com a descoberta de sua companheira, você encontrou sua outra metade e, com isso, seu lobo despertou para encontrar sua parceira?

— E como vocês dois não apareceram antes, então? Vocês já tinham sido despertados por mim. — Perguntei em confusão.

V: Sim, estávamos despertados, mas você não tinha poder o suficiente para nos ouvir. Em outras palavras, você não estava completa ainda. — O vampiro falou com alegria. Por mais que odiasse os dois que compartilhavam a cabeça de sua senhora, ainda era um alívio poder conversar com ela.

103 ANOS SEM ELA - R.H (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora