KAILLAN CONNER
Eu acho que ela está me evitando.
É claro que está, a diaba não apareceu durante os 4 dias. Eu procurei saber mais com Chase, mas fica difícil obter informações quando você não quer que ninguém desconfie que está interessado. Eu não preciso que descubram que a traiçoeira está em minha cabeça. Não depois que ela deixou claro para esquecer tudo o que está cravado em minha pele.
Ainda quero encher aquela sua bunda arrebitada por isso.
Encaro o espelho do vestiário bem feito, enquanto enrolo minha gaze em minhas mãos. Ela também pediu por luvas, luvas e sem mortes. Bufo irritado. Eu esperava que a loira fosse mais flexível com o meu jeito, principalmente depois de me reivindicar como seu lutador, logo após eu matar alguém. Mas entendo suas razões, entendo tanto que não irei correr o risco de deixar meu adversário sem vida.
Observo minhas tatuagens, lembrando dos seus olhos em mim. Ela gosta dos rabiscos, talvez eu faça por todo o meu corpo.
— Kaillan — a voz de Chase soa me despertando — Mais 5 minutos — avisa.
Aceno ansioso com a cabeça. Eu sei que o clube está cheio, eu estava lá fora observando cada pessoa entrar, não por estar emocionado com a multidão, mas por querer vê-la, caminhando em minha direção.
Meus olhos sentem falta dos seus verdes gelados, sem contar a boca, que além de macia e deliciosa, é um perigo. Despejando ameaças ou bobeiras sem pensar, sem medo das consequências.
Coisinha traiçoeira.
Minhas mãos enfaixadas passam pelo meu cabelo curto, me fazendo lembrar de aparar logo quando chegar em casa. Olhando uma última vez no espelho, me despeço do meu lado centrado, caminhando em direção a saída para enfim, lidar com a presa que prepararam para mim.
Dessa vez quando eu atravesso a porta, não tenho que desviar dos corpos suados e nem das garotas atiradas. Ela deixou isso grande o suficiente para que existisse um limite.
Meus passos são duros e determinados, qualquer um que me observa neste momento não enxerga outra coisa, se não confiança. Porém, meus olhos passam pela multidão, ansiosos à procura de uma cabeleireira loira inconfundível. Tento não murchar ao não encontrar.
Subo na plataforma aonde Chase me espera. Senti falta do desgraçado. As pessoas em minha volta gritam animadas. O lugar pode estar diferente, mas bonito e arrumado, mas aqui ainda grita sujeira. Sorrio ao pensar que com certeza esse era seu objetivo.
Ela não quer pessoas diferentes por aqui, não quer os maricas e me colocar para lutar na primeira noite do clube mostra isso. Ela deixa claro que é um lugar perverso com pessoas ruins, a loira não quer o clube cheio de palermas.
— Quando ele chega? — pergunto para Chase.
— Logo — diz simples — Parece que ele vem junto com a patr... — ele não precisa terminar.
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Aprendendo a ser seu
RomanceA minha vida inteira foi um fingimento e você não estava muito diferente de mim. Achávamos que tudo era preto e branco, bem e mal, mocinhos e vilões, até nos encontrarmos. Sempre fomos o lado feio, o lado ruim, assustador e rejeitado, então por que...