Chegando com seu presente

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LISSE ROSSI

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LISSE ROSSI

Ele lutou, matou alguém e me deixou quente, como jamais fiquei  em qualquer preliminar. Meu objetivo era atirar na cabeça do seu adversário, antes mesmo dele ter a chance de descarregar seus punhos no mesmo.

Mas então eu o vi em cima daquela merda nojenta, brilhando como um maldito rei. Sua pele suada amostra me deu ideias boas e algumas suicidas, como arrancar os olhos das outras que estavam o encarando, como eu.

Ele não deveria estar ali, pronto para lutar no ringue de outro alguém, ele é meu e não poderia me desafiar assim. Eu estava prestes a acabar com tudo, mas ele me olhou e se distraiu, levando dois socos em seguida. Então eu fiquei, estava curiosa para saber o quão longe ele poderia ir.

Eu queria ver o que todos temiam, queria saber o por que dele ser o melhor, eu queria assisti-lo arrancar dor e então tirar minhas próprias conclusões.

Ele o matou. Matou sem piedade e gargalhou. Ele não estava arrependido, ele estava pronto para mais uma luta se permitissem. Eu vi, ele queria tirar mais dor e desejava mais uma luta para aliviar sua cabeça e quando seus olhos azuis voltaram para os meus, eu senti.

Eu senti o receio nas íris azuis que me olhavam esperando o meu pior, esperando nojo ou medo, enquanto eu estava queimando de desejo, olhando para o homem manchado como se ele fosse meu sonho. Aguando por um pouco de sua maldade apenas para mim, querendo mais do seu show sangrento, querendo um mais privado desta vez. Eu não pensei quando o reivindiquei, eu não queria ter feito, mas eu queria aquele monstro para mim.

Monstro.

Dizer que ele não era um, é mentir para si mesmo. Ele é um, assim como eu. Ele se parece com meu lado feio e julguei cedo demais dizendo que não. Porém, ainda tão medroso com medo da rejeição. Eu quis correr até seu corpo paralisado e inseguro, logo quando olhei em seus azuis. Ele me trouxe memórias que guardo de alguns anos atrás. Kaillan me lembrou de quando eu buscava por isso também, quando eu me escondia e nunca me achava o suficiente para alguém.

Eu queria poder gritar em seu rosto e tirar aquele brilho triste de lá. Eu queria dizer pra seguir e não se envergonhar com o que foi feito. Ele era assim. A vida exigiu que ele fosse. Eu conheço pessoas que escolhem a maldade por diversão, conheço as perversas e as que se alimentam da dor de inocentes. Eu conheço porque cresci com um e aqueles seus olhos de menino frágil, me dizem que não é seu caso.

Ele é quebrado.

Por trás do corpo grande e forte eu consigo ver seus pedaços mal colados. Eu vejo isso e sinto vontade de junta-los com os meus. Vulnerabilidade nunca foi algo que eu admirei, eu sempre escondi as partes que não achava boas os bastante, mas o homem forte me pegou, deixando escapar um pouco da sua.

Aprendendo a ser seuOnde histórias criam vida. Descubra agora