LISSE ROSSI
Atravesso o corredor raivosa, caminhando depressa em direção à saída. Eu não estava pronta para que meu dia fosse de mal a pior assim, não depois da noite maravilhosa e sem pesadelos.
Se fechasse os meus olhos ainda lembraria de cada detalhe. Da atenção e do nosso cheiro juntos, fodendo e depois nos embaralhando como um só. Eu nunca adormeci tão depressa e jamais tive uma noite tão tranquila, mas é claro que a calmaria não duraria, bastou abrir meus olhos para entender que as coisas não iriam ser boas.
Seu corpo não estava mais ali, ele partiu levando o calor e o conforto, deixando para trás a merda do envelope com o dinheiro e uma nota escrita.
Imprevistos. Te vejo mais tarde, traiçoeira.
K.C
Dizia a tal nota idiota. O que ele pensa que está fazendo, me deixando logo depois de me destruir com sua carne, sem me fazer gritar novamente pela manhã?
Maldito. Maldito. Maldito.
Eu vou fazê-lo se arrepender da sua escolha, ele não deveria sair e me tirar da sua pele, sem ao menos me satisfazer primeiro. Eu aceitei a confusão louca em minha cabeça e agora que me rendi e gostei das suas ideias, não irei deixar pensar que as coisas serão fáceis.
Ele me disse com sua voz rouca que minha buceta seria sua. Ele disse que não queria algo de uma noite. Eu possivelmente não estava no meu momento mais consciente e inteligente, mas me lembro de suas palavras com nitidez, então é bom que me dê tudo. Seu calor, sua carne, os beijos e os olhos quentes. Eu quero tudo isso novamente pela amanhã quando ele me possuir a noite inteira. Quero tudo.
Como se não bastasse o descontentamento pela manhã, um dos meus homens me informou que fomos roubados. Sim, roubados. Minha mente roda com inúmeras formas de fazer o babaca pagar. Ele não pode achar que vir em meu clube e roubar o meu dinheiro e minhas mercadorias é algo aceitável. Ninguém deve pensar isso.
— Que bicho te mordeu? — pergunta Jason ao meu lado, me fazendo passar minha raiva para mesmo. Quando foi que esse idiota apareceu? — Apenas uma pergunta — diz erguendo sua mão em sinal de rendição.
Tento relaxar o meu corpo, não querendo passar minha loucura para o mesmo. Olhando em sua direção, descanso minha expressão de poucos amigos, pensando em como ele pode me ajudar.
— Ratos — é o suficiente para seus olhos se arregalarem — E você vem comigo — digo pegando em sua camisa, arrastando-o para fora.
O mesmo solta um bufo dramático, porém não me impede de puxá-lo, seria engraçado se fizesse. Os universitários nos encaram curiosos, mas isso não é um problema. Nos acostumamos com atenção.
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Aprendendo a ser seu
RomanceA minha vida inteira foi um fingimento e você não estava muito diferente de mim. Achávamos que tudo era preto e branco, bem e mal, mocinhos e vilões, até nos encontrarmos. Sempre fomos o lado feio, o lado ruim, assustador e rejeitado, então por que...