O vazio que existe em mim

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LISSE ROSSI

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LISSE ROSSI

Meu corpo nu em frente ao espelho, não é algo que quero me orgulhar. Minhas roupas ensanguentadas no chão, não tiram minha atenção. Meus olhos encaram focados a gaze em meu braço direito. O curativo desajeitado, decorando minha pele branca, tem toda minha atenção.

Pela primeira vez em muito tempo eu não estou preocupada com uma possível marcação, eu estou desejando ter feito outra. Eu queria que Mason tivesse me bagunçado mais, eu queria seus olhos e suas mãos grandes, mas cuidadosas em minha pele novamente.

Eu queria me sentir assim só mais uma vez.

Engulo em seco, aproximando minha mão do lugar enfaixado. Ele me assustou, enquanto mexia suas mãos como se aquilo fosse simples para ele. Não pode ser simples assim. Ele cuidou do meu corte, como se eu fosse quebrar se não fizesse. Ele me olhou como uma rosa frágil e não espinhosa, quando na verdade eu matei, torturei e deixei o corpo em sua casa. Ele me fez sentir estranha e isso está fodendo minha cabeça. Não era para ter sido assim. Ele não deveria ter me olhado daquela forma e seu beijo definitivamente não deveria ter sido assim.

Eu não esperei por ele e ele roubou de mim.

Eu deveria tê-lo afastado, eu sempre pego primeiro, mas desta vez eu fiquei para trás. Ele roubou tudo de mim, ele pegou o meu controle, enquanto segurava suas mãos firmes em meu cabelo. Ele pegou e por mais que tentasse roubar um pouco também, não era o suficiente. Sua boca quente na minha, não me deixava pensar o bastante para que fosse.

Ele me destruiu com sua boca e depois me olhou daquele jeito estranho. Ele me deixou confusa e pensativa, eu quero matá-lo por isso. Eu quero voltar em sua casa e obrigá-lo a me fazer parar de pensar demais. Eu quero pedir para que fique longe, mas que antes de tudo, me deixe provar mais um pouco do seu gosto, para logo depois me colocar em seu colo novamente e me fazer sentir daquele jeito, mais uma vez.

Só mais uma vez.

Desligo novamente minha cabeça, caminhando em direção ao chuveiro. Meu cabelo está sujo com o sangue do homem que matei, mas não o limpo direito. Não quando faço com uma mão, deixando de lado o braço enfaixado, preservando o curativo desajeitado, querendo ele por mais tempo em minha pele, gostando de senti-lo ali, como uma proteção de mim mesma.

A cada respingo de água na pele próxima ao mesmo, uma conferida. Fazendo o banho mais cuidadoso de toda minha vida, atendendo um pouco o pedido do meu coração quebrado, ouvindo-o depois de anos, permitindo um pouco de controle do meu corpo. Deixando pela primeira vez, a ruindade e a razão da minha mente de fora, sentindo-o depois de tudo. Ele
dói.

Desligo o chuveiro e caminho até meu quarto com a toalha em mãos, molhando o chão a cada passo com o corpo encharcado, não ligando e não pensando bem como deveria.

Aprendendo a ser seuOnde histórias criam vida. Descubra agora