Jimin

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Há dias percebo que Rosé evita contato comigo a todo custo

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Há dias percebo que Rosé evita contato comigo a todo custo. É meio óbvio, visto os desvios que faz pelos corredores, sem contar a vez que eu estava no elevador, quando as portas se abriram e ela deu de cara comigo, arregalou os olhos e fingiu que tinha esquecido algo. Saiu correndo, desesperada.

Não que eu queira contato com a mulher, longe disso, porém não gosto que me evitem como se eu fosse uma doença contagiosa.

Porém, nessa noite não pode escapar. Estava distraída, nada diferente do habitual. Rosé vive num mundo só dela, mas não posso negar seu talento fotográfico e para o marketing. É seguro afirmar que é muito talentosa, uma artista nata, na verdade.

No elevador, esforcei-me para ser indiferente, no entanto, queria conversar com ela. A curiosidade me venceu, não gostei de ver as olheiras em sua face, muito menos a palidez que se encontra. A mulher está focada no projeto, que pelo jeito mal dorme. Sei que come apenas lanches e mal descansa quando está na empresa.

Várias vezes observei-a mordendo os lábios e elaborando coisas no seu notebook. Também já a vi andando com um copo de café na mão, um sanduíche na boca e a outra mão carregando suas colagens. Não há de se negar o quanto é dedicada e uma aquisição positiva para a empresa.

Agora, estou preso no carro com ela, que adormeceu alguns minutos atrás e agora consigo observá-la tranquilamente. Foquei no celular, enquanto estava acordada, respondendo emails, a fim de não cair na tentação de conversar com ela. Minhas mãos coçaram para isso.

Rosé é uma das poucas pessoas que me despertam interesse. Desde que minha mãe faleceu, me isolei e me mantenho distante de relações.

A mulher dorme tranquilamente, nem parece que está presa num carro com dois estranhos. Já percebi que ela é inconsequente. Posso ser seu chefe, mas não são poucos os relatos de mulheres abusadas pelos mesmo.

Deveria ter um senso de sobrevivência apurado, ainda mais pela sua beleza natural. As roupas fofas e o corpo magnifico. Disperso esses pensamentos, quando a cabeça dela cai para frente e amparo segurando sua testa.

Carinhosamente, ajeito sua postura no assento, com a cabeça levemente inclinada para o lado, evitando que caia novamente.

Namjoon analisa a situação pelo retrovisor, arqueando a sobrancelha, intrigado. O dispenso com abanar de mão e volto para minha postura.

Não demora para chegarmos ao prédio que mora. Um lugar modesto, porém bem localizado. Namjoon se apressa, desce do carro e vai até a porta para abrir para ela. Fico tentado em acordá-la e me despedir, mas não o faço.

- Senhorita! - Namjoon a chama e ela desperta, lentamente. - Chegamos, senhorita. - Diz com um sorriso no rosto e estende a mão para ela, que aceita, contudo, antes de sair se vira para mim.

- Obrigada pela carona, senhor Park. Uma boa noite! - Sua voz de quem acordou recentemente a deixei mais tentadora. Aceno com a cabeça sem olhá-la.

A mulher segue seu caminho. Namjoon adentra novamente, assumindo seu lugar.

- Espere um pouco. - Peço e aguardo que ela destranque a porta e entre em segurança. Não sei porque me importo com essa mulher.

Sinceramente, deveria me manter distante. Rosé tem esse jeito doce e alegre, mas sabe ser indiferente quando deseja.

- Podemos ir! - O homem ri e nos leva para meu apartamento.

Toda via, seu cheiro doce permaneceu no carro, mexendo com meus sentidos. Relembro a noite que tivemos e esse mesmo perfume me levou à loucura.

Percebo o erro que cometi, não deveria ter ultrapassado o limite hoje, porém não teria sossego em saber que ela veio para casa tarde da noite, sozinha e de metrô. Se algo acontecesse me sentiria culpado e não preciso de mais culpa, além da que já carrego.

Almas Gêmeas - JIROSEOnde histórias criam vida. Descubra agora