Rosé

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Depois da noite que Jimin me deu carona para casa, ele começou a me evitar

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Depois da noite que Jimin me deu carona para casa, ele começou a me evitar. Não sei o que fiz para tal e apesar de ter feito o mesmo, o fato me incomoda.

Meu chefe, que já era distante, agora colocou milhas entre nós. Josie comentou que pediu para ele discutir comigo alguns detalhes das fotos que solicitou, porém, ele rejeitou veemente. Tive que enviar tudo por áudio mensagem, para que minha chefe pudesse explicar para ele.

Apesar dessa parte chata, completei um mês na empresa hoje. Não nego minha felicidade por esse feito, mas me questiono às vezes se não deveria declinar e buscar outro trabalho.

Tenho cogitado essa possibilidade, contudo o salário e benefícios são ótimos, a localidade da empresa, as pessoas com quem trabalho. E além de organizar as opções que tenho, preciso achar um lugar e sair do apartamento da Jennie quanto antes. Não posso continuar atrapalhando o casal.

Com esses pensamentos, decidi buscar um café na máquina que fica no espaço coletivo dos funcionários. Assim que entro na sala, equipada com tudo que necessitamos, inclusive sofás e pufes para descanso, vejo um grupo de colegas conversando na mesa central.

- Roseane, você viu que o bonitão está na empresa hoje? - Jenni, uma jovem que trabalha na mesma equipe que eu, questiona.

- Quem é esse? - Pergunto ao ligar a máquina.

- O amigo do chefe, os dois estão caminhando pela empresa. Faz tempo que não o via por aí. Ele é tão bonito! - A garota fala empolgada e os demais voltam aos burburinhos.

Continuo distraída, acordei inquieta hoje refletindo sobre a situação que me encontro. De repente, duas presenças param na porta cumprimentando a todos.

- Boa tarde! Não queremos atrapalhar, vim mostrar para Jungkook esse novo espaço projetado. - Jimin pronuncia, me viro na direção deles, só então me dando conta do grandão ao seu lado, que está parado me olhando boquiaberta.

- Roseane! - Exclama, vindo em minha direção. - Não acredito que é você! - Jungkook me engole no seu abraço. O cara continua o mesmo fofo, apenas com tamanho.

- Jungkook é tão bom te ver. Como você está? Digo genuinamente, encarando-o. Parece que o homem não mudou nada em dois anos. Sua aparência continua igual, talvez um pouco mais magro.

- O que você faz aqui? Espera, você trabalha aqui? - Sua pergunta sai exasperada, até que encara o amigo, que mantém a postura fria e as mãos nos bolsos da calça. - Por que não me contou, Jimin?

Nesse momento todos meus colegas encaram a situação e se tudo estava difícil, acaba de
ficar mais complicado.

- Podemos ir até minha sala conversar? - O loiro pergunta com um tom grave.

- Vamos sim! Venha Rosé. - Antes que eu possa recusar, o aspirante a rockeiro me puxa pela mão. Sou arrastada, sem tempo de pegar meu copo de café.

A essa altura os funcionários devem estar embasbacados pelo que aconteceu e eu não tenho coragem de encará-los.

- Jungkook, eu preciso trabalhar!

- Não! - Declara e aperta o botão do elevador. - Jimin tem muito que me explicar e quero conversar com você. Saber quando voltou para cidade. Não se preocupe que seu chefe não vai brigar com você por isso, não é mesmo amigo?

O grandão encontra-se nitidamente descontente e eu confusa. Por que isso virou motivo de confusão.

O elevador chega e ambos entramos no espaço fechado. Meu chefe está com cara de poucos amigos, Jungkook também e eu me sinto claustrofóbica. Detesto esse tipo de tumulto, de ser o centro de atenção.

Tenho certeza que até o final do dia meu nome estará circulando nos grupos de fofocas da empresa.

As portas se abrem e eu decido que vou começar a usar as escadas. Chega de elevadores para mim. O grandão estende a mão para que eu passe, os dois nas minhas costas, até que meu chefe ultrapassa e para na frente da mesa de sua secretária.

- Penélope, por favor não me repasse às ligações. Estarei em reunião. - Ordena, abrindo a porta da sua sala para entrarmos.

- Tudo bem, senhor. - A mulher responde me olhando intrigada.

Nunca entrei na sala da presidência e ela sabe que não tenho intimidade com ninguém nesse andar. A ruiva analisa-me dos pés às cabeças e se vira, como se não precisasse se preocupar. Jimin fecha a porta e eu cutuco minhas unhas, inquieta. Meu chefe me encara e aponta para a cadeira na minha frente.

- Por gentileza, senhorita pode sentar. - Agradeço com um menear de cabeça. Jungkook permanece de pé, ao passo que Jimin senta na sua grande cadeira preta de couro, de frente para mim e os braços cruzados. - O que você queria saber, Jungkook? Questiona com a voz mais gélida que o Everest.

- Qual o motivo de você não contar sobre Roseane estar trabalhando na sua empresa?

O grandão pergunta enraivecido e eu estou extremamente desconfortável por estar no meio do confronto.

- Não preciso te contar tudo que acontece aqui, você não é meu sócio! - Sua voz acompanha a postura fria, que não se altera. Jungkook começa a ficar impaciente.

- Engraçado amigo. Parece que você não queria que eu soubesse desse fato. - O homem comenta, sentando na cadeira ao meu lado. Canso de ficar em silêncio, esses dois estão me aborrecendo e não tenho sangue de barata.

- Olha, Jungkook não entendo o motivo de vocês estarem nesse conflito. Parece que somos amigos de longa data e eu estou me escondendo. Desculpa a sinceridade, mas não é da sua conta se trabalho aqui ou não. - Comento seria, ele fica desconcertado e prossigo. - Senhor Park não achou relevância em compartilhar com você porque não significa nada de mais. Claro que ele podia dizer, amigo lembra daquela garota da livraria, ela está trabalhando para mim, que doido né. - Divago, novamente não controlando minha língua. - Não sei porque não o fez, só que isso não é da minha conta. Se me derem licença vou voltar ao trabalho. - Levanto da cadeira e o lenhador segura minha mão.

- Roseane, me perdoa, eu causei um alvoroço. Fiquei surpreso e feliz em te rever. - Sua voz está mais calma e doce. - Me perdoe por favor! - Sorrio e atendo seu pedido. - Pode me passar seu contato, para marcarmos um café?

Questiona, as bochechas vermelhas, pelo jeito continua o mesmo tímido de antes. Aceito e trocamos nossos números, logo me despeço de ambos, cordialmente.

Ao sair do escritório da presidência, alguns funcionários cochicham e ao me ver disfarçam. Não me faltava mais nada na empresa, ser motivo de fofoca e especulações. Ótimo Rosé, feliz um mês, talvez você seja uma mulher desempregada amanhã.

Almas Gêmeas - JIROSEOnde histórias criam vida. Descubra agora