Assim que saímos do apartamento mais fofo e perfeito que visitei, uma ligação no final da tarde trouxe a esperança que precisava. O senhorio aceitou que pagasse três meses adiantados e afirmou que poderia me mudar em três dias.
Um milagre aconteceu e não terei que morar no Central Park. Estou tão feliz, que dou gritinhos animados sob minha cama.
Jimin fez a ligação e não sei como ele convenceu o homem, por isso amanhã irei levar cupcakes para agradecer. Na verdade, vou levar alguns mais para meus colegas também, a fim de evitar que as fofocas cresçam mais. Muitos especulam minha ligação com o chefe e Jungkook, agora que me viram sair com eles da empresa, foi mais munição para os burburinhos.
Amanhã levarei meus doces favoritos para todos, com a desculpa de que estou agradecida pela acolhida. Para meu chefe irei fazer alguns especiais, porque se não fosse sua persuasão, teria que morar sabe se lá onde.
Jimin, apesar do jeito frio, tem um coração imenso e isso não é nada bom para mim.
Acordei essa manhã empolgada, até mesmo os passarinhos cantam de alegria. Após tomar um banho longo, deixar minhas ondas loiras impecáveis, passei uma maquiagem leve e escolhi um vestido vermelho que
fica lindo e discreto no meu corpo. Optei por jaquetas e botas pretas com meia-calça. Posso dizer que estou um arraso.Ao invés de ir de metrô para o trabalho, como sempre faço, chamei um carro por aplicativo para levar a caixa de cupcakes sem risco. A
felicidade me deixa eufórica, principalmente porque irei encarar Jimin pela primeira vez, sem medos. Vou até a sala da presidência, entregarei o doce em agradecimento e selarei nossa paz.O carro estaciona na empresa e o porteiro me cumprimenta, assim que passo. Deixo um cupcake com ele e com a recepcionista que são amáveis comigo desde o primeiro dia.
Peço o elevador, mas dessa vez vou
até o décimo andar. Me sinto tão ansiosa, que balanço a perna involuntariamente.As portas se abrem e caminho na direção da mesa da secretária de Jimin, e antipática da Penélope me fita, me escrutinando com rancor.
Roseane engole o ódio, não brigue com essa insuportável. Repito esse mantra na minha cabeça, a bonita olha para as unhas como se eu fosse um inseto.
- Bom dia, Penélope! Posso falar com o presidente Park, por favor?
Como sou educada, nem acredito no sorriso que esboço para a ruiva que permanece com cara de nojo.
- O chefe não chegou e mesmo quando chegar, você precisa marcar hora. - Antes que eu responda, ela faz sinal de pare com a mão e analisa a tela do computador. - Uhum - Murmura. - Você terá que voltar na próxima
semana, a agenda dele está lotada. - Conclui com um sorriso petulante nos lábios.- Você sabe que eu trabalho aqui, certo? Eu só quero falar com ele rapidamente e você me dispensa sem saber se não é uma urgência de trabalho? - Questiono, com a sobrancelha arqueada e um tanto irritada.
- Se fosse, a sua chefe viria aqui, não uma simples fotógrafa. - Ela responde sorrindo e me ignorando novamente. Bufo.
Quando estou pronta para esganar a maldita, o cheiro dele invade o espaço e sinto sua mão em meu ombro. Viro lentamente e encaro Jimin parado em minhas costas.
- Roseane! - Fala meu nome em tom surpreso. Perai, ele disse meu nome, não senhorita Park como havia adotado?
Sinto minhas pernas amolecerem, que homem lindo e meu nome nos seus lábios é um impacto.
Jimin percebe do que me chamou e pigarreia:
- Desculpe, o que você precisa, Senhorita Park?
Meus ombros caem na hora, pensei que
estávamos avançando. Que droga faço aqui?- Nada, eu... - Fico perdida e sem palavras pela primeira vez na vida. Eu nem sei porque me importo com a maneira que ele age comigo. Eu devia negar que sua existência me abala, mas é difícil. Ajeito a postura,
corajosa, falo na frente da cobra ruiva. - Eu só queria agradecer pela ajuda de ontem e pela acolhida que tenho recebido na empresa. Aqui, fiz para o pessoal e para o senhor também. - Abro a caixa e mostro meus cupcakes, hoje decorados com flores variadas. O homem franze o cenho e analisa os doces.- Você que fez? - Questiona e estufo o peito acenando em concordância. - Eu não como doces, mas agradeço o gesto. - Por um
momento essa fala me atinge, me levando há um momento no passado.- Que estranho! Bom, não se preocupe, fiz esse aqui sem nenhuma adição de açúcar. Pode experimentar! - Sorrio, entregando a ele um cupcake que faço há anos, desde que encontrei o garoto misterioso. Tinha esperança de um dia revê-lo, por isso preparo o mesmo sabor que ele provou todas às
vezes.- Obrigada! - Jimin dá uma mordida generosa.
Sorrio vitoriosa.
De repente ele para e me encara atordoado.
- Você fez isso? - Sua voz está alterada e não entendo o motivo.
- Sim. Está ruim? - Pergunto aflita e me aproximo dele.
- Não. - Ele balança a cabeça, expurgando quaisquer fosse seus pensamentos. - Está delicioso, eu nunca comi algo tão bom. Você poderia trazer mais outro dia?
- Claro, trago sim. Agora preciso trabalhar. Até mais! - Me viro nervosa e sigo meu caminho para o elevador. Assim que aperto o botão, escuto meu chefe me chamar.
- Senhorita Park! Amanhã preciso que faça uma sessão de fotos comigo. - Estou atenta no que ele fala. - A Revista Forbes fará uma matéria e pensei em fazer fotos na mansão que projetei. Podemos ir lá pela tarde?
- Sim, claro! Vou elaborar um conceito perfeito para o senhor, não se preocupe. - Aceno e entro no elevador, ao passo que ele permanece parado, me olhando.
Sua respiração está alterada e percebo que aperta as mãos. Seja o que for, Jimin vem tentando conter algo dentro de si.
Amanhã trabalharemos sozinhos e só espero me sair bem. Que todos os seres celestiais me ajudem, pois ficar algumas horas com ele será um teste e tanto.
Que minha boca permaneça fechada e que meu corpo se comporte. Porque o homem tem o poder de deixá-lo arrepiado, apenas com o olhar.