28 - Carolina Alcântara Al-Makki

74 13 40
                                    

Madame Suíça com seus alguns anos, sentada percebendo tudo ao seu redor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Madame Suíça com seus alguns anos, sentada percebendo tudo ao seu redor.

Carolina Alcântara Al-Makki

Estar na terceira idade não tirou o meu desejo de justiça nem tão pouco a curiosidade sobre as coisas que há por baixo do tecido que protege a humanidade. No passado cheguei muito perto em descobrir algo, mas com os dois medrosos que são meus maridos a busca acabou ficando de lado.

Me deixei levar para pelas funções no palácio e pus quase tudo para trás, mas sempre que havia alguma coisa sobre um assédio, estava lá. Exercitando a mulher que ama as adagas.

Claro que com os anos ganhei algumas outras adagas de presente e as que mais amo, quem me deu foi meus maridos, que mandaram produzir uma de ouro. No punho havia vários tipos de pedras preciosas e aquelas que sempre lembrariam quem eles são para mim.

A ônix que sempre lembrará meu príncipe Hassan, o homem que me fez abrir os olhos e enxergar a beleza e o prazer em meio a dor que sentia pelo que aconteceu com Bruno.

E a esmeralda, a cor que mais amo em minha vida, os olhos de Bruno, o primeiro homem que cuidou de minhas feridas, das marcas que carreguei quando fugi de minha cidade natal. E sou grata ao universo por Laís herdar o mesmo tom em seus olhos.

Com os meus pensamentos aleatórios, observo Gavin que estava ansioso na minha frente, Benjamin havia acabado de sair para ir desenterrar a pobre menina que foi espancada pelo próprio pai.

- Vovó? - Olho para o neto que considero, uma vez que Helena foi criada em minha casa ao lado de Laís.

- Diga! - Falo sorrindo enquanto rezava o meu masbaha.

- Será que ela está bem? - Paro de passar as contas entre meus dedos e bato no sofá o chamando para sentar ao meu lado.

O vejo suspirar e sorrio para o menino que está apaixonado, mas o que vem chamando atenção de todos é a forma que ele vem agindo.

- Com certeza está, sua mãe disse que a levaria para a mansão, então se acalme! - Digo e o observo agarrando a camisa como se estivesse sentindo dor.

- Não consigo, é como se meu corpo necessitasse estar com ela ao meu lado, como se ela fosse o ar que preciso! - Diz e toco em sua mão.

Sinto a sua pele gelada e úmida, estranho ainda mais a sua reação. Uma simples paixão não causaria todas essas reações, mas estamos vendo em Gavin reações desde que foi decidido afastá-lo da jovem loira de cabelos tão brancos que parece ser grisalhos.

- Isso não é normal! - Digo segurando o rosto do meu neto entre minhas mãos. - Vá se deitar, ficarei mais um pouco aqui. - Falo preocupada com o jovem que veio me fazer companhia enquanto meus maridos não chegam.

Observo-o saindo da anti sala e pego o meu celular que estava ao meu lado. Disco para o número de Bruno, já que a essa hora Hassan deve estar fazendo o sallat de início de noite.

Penitência no AltarOnde histórias criam vida. Descubra agora