Capítulo 3 - A beira de algo novo

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Sunisa Lee

O tanto que eu quero beijá-la é impossível de descrever, meu estômago parecia ter sido sugado do meu corpo e minha pele estava queimando diante da nossa proximidade. Nossos olhares não eram capazes de desviar e seu corpo contra o meu, me trazia o calor ardente.

Um barulho soou, nos tirando do transe e minha única ação foi debruçar minha cabeça em seu ombro. Apoiei minhas mãos na cintura da mesma, lutando contra a voz em minha cabeça que pedia para me afastar.

Gabi soltou uma risada deliciosa.

Pouco ainda me segurava.

— Você tem um jogo importante pela frente. — Disse, em um tom mais baixo. — Não quero ser uma distração, suas colegas vão precisar de uma Gabi... 100% entregue.

— Eu sei... — Ela sussurrou e apoiou a cabeça na minha. — Dessa vez, você escapa.

— Ufa. — Disse, antes de gargalhar. Me afastei de seu ombro, para poder olhar para ela e suas mãos desceram para o meu pescoço.

— Eu posso dizer só uma coisa? — Gabi perguntou e concordei. Ela encarava meus lábios descaradamente.

— Sim.

— Você é extremamente atraente, Sunisa Lee. — Ela sorriu e abaixei meu olhar envergonhada. — E é melhor você sair daqui agora ou eu não vou me segurar.

— Você que manda, Gabriela Guimarães. — Respondi. Nossa proximidade se tornou um abraço demorado e antes de nos separarmos, Gabi deixou um beijo em minha bochecha... Um Beijo.

Quando fechei a porta do quarto em silêncio, sentei na minha cama ainda no escuro. Todos os meus órgãos se resumiam a fogo e minha mente só me levava de volta a centímetros dela. Gabriela era minha nova obsessão.

Gabriela Guimarães

Assim que a porta do quarto se fechou atrás de mim, me vi envolta em uma escuridão que contrastava com o turbilhão de emoções dentro de mim. Apoiei as costas na porta, tentando acalmar minha respiração, mas era impossível. Minha mente ainda estava presa nos momentos de pura tensão com Sunisa, cada segundo gravado com perfeição. O calor do corpo dela contra o meu, o som da risada suave e encantadora, a proximidade dos nossos rostos... tudo ainda queimava na minha pele, como se uma faísca estivesse pronta para se transformar em incêndio.

A frustração por não ter seguido o impulso de beijá-la me atingiu como um soco. Me reprimi, mas logo a realidade bateu. Eu era a capitã do time, e por mais que meu desejo gritasse para ignorar as responsabilidades, eu sabia que Sunisa estava certa. Eu precisava estar 100% para o próximo jogo. Isso, no entanto, não aliviava a frustração, só a tornava mais aguda. Queria mais daquele momento, mais daquele calor, mas sabia que o que fiz foi o certo.

Joguei-me na cama, encarando o teto, tentando afastar os pensamentos dela, mas era inútil. Ironia cruel! Pensava comigo mesma, rindo de como a vida tinha dessas de colocar uma americana — ainda por cima, uma ginasta brilhante e linda — no meu caminho justo quando menos esperava.

Tudo o que eu queria, naquele momento, era Sunisa. O jeito como ela ria, como se movia, até a forma como ela me desarma com aquelas respostas irônicas e inteligentes. Era impossível não pensar em como seria sentir os lábios dela contra os meus, em como seria dar vazão a toda aquela tensão que pairava entre nós desde o primeiro olhar.

Mas eu não podia me dar ao luxo de me perder assim. Capitã. Lembra? Repeti para mim mesma, como um mantra que não estava funcionando muito bem.

Eventualmente, o cansaço físico e emocional tomou conta, e eu caí em um sono inquieto, repleto de sonhos confusos onde Sunisa sempre estava lá, sempre tão próxima, mas sempre fora de alcance.

Através de saques e saltosOnde histórias criam vida. Descubra agora