Capítulo 31 - Quero que seu último sobrenome seja o meu

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Sunisa Lee

O calor entre nós era insuportável, e eu sabia que estava à beira de ceder. Toda aquela tensão, o desejo acumulado, o que sentíamos uma pela outra, era algo que não poderia mais ser ignorado. Gabriela me conhecia como ninguém. E ela sabia exatamente o que estava fazendo comigo naquele momento.

— Gabi... — Tentei falar, mas a voz falhou. Minhas palavras não tinham força, e eu já não estava mais no controle.

— Vem comigo. — Ela sussurrou, sem tirar os olhos dos meus, como se me estivesse desafiando a dizer não.

Antes que eu pudesse sequer processar, Gabriela já estava me guiando para longe da multidão, seus dedos entrelaçados aos meus. Meu corpo parecia agir por conta própria, seguindo seus passos, sentindo cada célula minha responder ao toque dela. Entramos em um banheiro que ficava numa área mais isolada, e ela fechou a porta atrás de nós com um clique suave que soou alto em meio ao silêncio pesado.

Eu olhei para ela, o peito subindo e descendo rápido, os sentimentos se misturando em uma confusão avassaladora. O fogo em seu olhar me queimava por dentro, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela avançou. Suas mãos me puxaram pela cintura, colando nossos corpos juntos de uma forma que parecia inevitável, irresistível.

— Eu te quero, Suni. — Gabriela murmurou, a voz rouca de desejo. — Sempre quis.

Minha respiração estava pesada, o ar carregado com a eletricidade do momento. Eu sabia que estava prestes a cruzar um limite do qual não havia volta, mas quando seus lábios finalmente encontraram os meus, qualquer resistência que eu ainda tinha se dissolveu.

O beijo foi urgente, cheio de saudade e frustração, como se tudo o que sentimos nos últimos meses estivesse explodindo ali, naquele instante. Suas mãos exploravam meu corpo, os dedos traçando o caminho que pareciam conhecer de cor. Meu corpo reagia automaticamente, como se estivesse esperando por esse momento o tempo todo.

Gabi me colocou sentada na pedra da pia e se instalou entre minhas pernas, diminuindo a distância entre nós e ter seu corpo sob novamente era indescritível. Todo o meu corpo respondia a seus toques, em sincronia com o seu e realmente, nossa química era diferente de tudo.

Quando seus lábios percorreram meu pescoço, uma corrente elétrica passou pelo meu corpo. Meus dedos se enroscaram em seus cabelos, segurando-a mais perto. O espelho ao nosso lado refletia a cena, os corpos entrelaçados, os olhares que não se desviavam. Era como se o mundo lá fora não existisse.

Suas mãos, firmes e seguras, percorriam meu corpo como se estivessem recuperando o tempo perdido, reacendendo a chama que eu havia tentado sufocar durante tanto tempo. Cada toque, cada movimento, era eletrizante, e meu corpo, traidor, respondia a ela sem hesitar.

— Você não pode ser de mais ninguém, Suni. — Ela sussurrou contra meus lábios, o tom carregado de uma mistura de desejo e provocação.

Eu queria negar, queria resistir, mas a verdade era que eu não conseguia. Toda a tensão dos últimos meses, o orgulho ferido, as mágoas e as dúvidas se dissolvem no calor daquele momento. Estávamos de volta a algo que parecia familiar, e o desejo entre nós parecia comandar tudo, nos conduzindo.

Em meio ao calor do beijo, uma parte de mim despertou. Uma parte que, apesar de todo o desejo e atração, ainda estava ferida, confusa. Minhas mãos deslizaram dos cabelos de Gabriela para seus ombros, e eu a afastei levemente, o suficiente para que nossos lábios se separassem.

— Gabi, para... — Murmurei, minha voz trêmula. Meus olhos se encheram de lágrimas antes que eu pudesse controlá-los. O peso de tudo o que havia acontecido, do silêncio entre nós, do espaço que se formou, caiu sobre mim de uma só vez.

Através de saques e saltosOnde histórias criam vida. Descubra agora