Através de saques e saltos

Capítulo 33 - Paixão e pânico

Sunisa Lee

Eu não podia acreditar. Era surreal o que estava acontecendo diante dos meus olhos. Depois de meses tentando superar a Gabriela, ela estava aqui, em Nova York, na minha casa, na minha banheira, e me chamando para uma vida juntas.

Quando a conheci em Paris, jamais poderia imaginar que ela se tornaria alguém tão importante, que eu a amaria com uma intensidade que quase me assustava. Naquele momento, na cidade do amor, tudo parecia tão distante, tão passageiro. Mas agora, aqui, com os braços dela ao meu redor, a ideia de uma vida ao lado dela fazia meu coração disparar.

Ao voltar da Itália, eu realmente acreditava que havia perdido Gabriela para sempre, que nossas vidas seguiriam caminhos paralelos, distantes, como eram antes de nos conhecermos. Tentei me convencer de que era o melhor, que seria mais fácil. Mas agora, olhando para ela aqui, comigo, na minha banheira, o absurdo daquela ideia se tornava claro. Estávamos planejando morar juntas, e eu mal tinha terminado de comprar os móveis novos para o meu apartamento. A vida tinha uma maneira engraçada de nos surpreender.

— É engraçado, né? — Comentei, deixando escapar um sorriso, meus dedos traçando padrões preguiçosos na água. — Eu nem terminei de montar o meu apartamento e já estamos falando em viver juntas.

Gabi riu, aquela risada suave que eu amava tanto ouvir. Ela me puxou um pouco mais para perto, e senti o calor do corpo dela se fundir ao meu.

— Quem sabe você nem precise terminar de montar. — Gabi disse com um brilho no olhar. — Não vou deixar você viver longe de mim, nem que me paguem. Você é minha e não a quero perto de outras mulheres que te querem.

Eu arqueei uma sobrancelha, surpresa com o tom possessivo de Gabi, mas não pude evitar um sorriso de canto.

— Ah, é? — Provoquei, inclinando a cabeça de leve, o corpo ainda relaxado na banheira. — Não sabia que tinha uma dona tão ciumenta.

Ela riu baixinho, mas os olhos dela brilhavam com uma mistura de diversão e algo mais intenso.

— Completamente. — Gabi deslizou a mão pela minha cintura, apertando de leve, e me puxou para mais perto até que nossos corpos se tocassem debaixo d'água. — E eu vou te lembrar disso todos os dias, de todas as formas que você puder imaginar.

Havia uma mistura de intensidade e ternura no jeito como ela falava, e aquilo me fazia derreter. O ciúme dela, que em outros momentos poderia ter sido um problema, agora parecia apenas mais uma prova de que ela estava disposta a fazer o que fosse preciso para me manter ao lado dela.

— Então acho que você tem trabalho a fazer. — Provoquei de volta, minha mão correndo lentamente pelo braço dela, sentindo cada músculo tenso, cada pulsação sob a pele.

Gabi sorriu de forma lenta, seus olhos escurecendo com a intensidade do momento. O vapor quente da banheira embaçava levemente o ambiente ao nosso redor, mas tudo o que eu conseguia enxergar era ela. A forma como seus lábios se curvavam, como seu corpo se pressionava contra o meu, e como seus olhos me faziam sentir completamente dela.

Ela se inclinou para mais perto, e sua boca encontrou a pele exposta do meu pescoço. Cada beijo era um lembrete do que estava por vir, cada toque era uma promessa. Seus lábios se moveram lentamente, descendo por minha clavícula enquanto eu fechava os olhos, aproveitando cada sensação.

— Eu vou te fazer lembrar, todos os dias — ela murmurou, sua respiração quente contra minha pele, os dedos deslizando pela lateral do meu corpo. — Que ninguém mais pode te ter além de mim.

Minha respiração falhou por um instante com a intensidade de suas palavras. Suas mãos exploravam cada curva do meu corpo de forma possessiva, e eu sentia que cada toque dela marcava uma parte de mim. Gabi sabia exatamente o que estava fazendo — e como estava me fazendo sentir.