Capítulo 8 - Conflito de interesses

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Gabriela Guimarães

O restaurante estava iluminado com uma luz suave e acolhedora, e o murmúrio de conversas animadas preenchia o ambiente. As mesas estavam decoradas com velas e flores frescas, criando uma atmosfera vibrante e festiva. Eu me sentei com Rebeca e algumas colegas de equipe em uma das mesas próximas à janela, desfrutando da vista das luzes da cidade.

O garçom chegou com o prato principal, e começamos a nos servir. A conversa fluiu naturalmente entre risos e trocas de histórias. Rebeca estava animada, e a energia dela era contagiante. No entanto, eu não conseguia tirar da cabeça a falta de resposta de Sunisa. O pensamento voltava e voltava, tornando-se quase uma presença constante na mesa.

— Gabi, vamos tirar uma foto também? — Rebeca perguntou.

— Claro.

Ela se aproximou e pelo pequeno espaço para a foto, Rebeca se acomodou em meu colo e as duas se enquadraram sorrindo.

— Desculpe. — Rebeca riu sem graça.

— Magina, fica tranquila. — Sorri em sua direção. — Me encaminha essa foto?

— Claro.

Ela voltou ao seu lugar e voltou a conversar com Priscila, que estava ao seu lado. Assim que recebi a foto, mandei para Sunisa em uma tentativa de ter alguma resposta, sabendo que elas chegaram a conversar em alguns momentos das competições.

— Gabi, quando vai para Itália? — Carol perguntou.

— Daqui dois dias. — Respondi animada. — Não vejo a hora de começar, vai ser uma experiência incrível.

— Estou empolgada por você, lembro de quando nós começamos por lá. É tudo tão diferente. — Carol e sua esposa Anne começaram a jogar na liga italiana há um tempo.

— É verdade Gabi, você vai se dar muito bem. — Anne disse. — E seu apartamento? Deu tudo certo?

— Ah sim, inclusive obrigada pelo contato da corretora. — Sorri. — A cobertura é incrível, queria muito que desse certo.

De repente, meu celular vibrou na bolsa. Eu me abaixei para pegar, esperando que fosse uma mensagem de Sunisa. Com um misto de esperança e apreensão, olhei para a tela, mas era apenas uma notificação de redes sociais. Meus ombros caíram ligeiramente.

— Você está bem? — Rebeca perguntou, notando minha reação.

— Ah, sim. — Disse, tentando esconder a frustração. — Só um e-mail de trabalho.

Rebeca piscou para mim com um sorriso compreensivo.

— Eu entendo. Às vezes, esses e-mails são mais chatos do que ajudam. — Ela riu.

Deixei meu celular ao lado do meu prato na continuação da noite e Suni não deu nenhum sinal de vida, algo aconteceu, com certeza alguma coisa aconteceu.

O restaurante estava começando a esvaziar, e as conversas ao redor diminuíram, dando lugar a uma atmosfera mais tranquila.As meninas estavam se despedindo, e eu estava terminando de ajeitar minhas coisas para ir embora. Carol estava ao meu lado, terminando sua sobremesa com um sorriso satisfeito.

— Ei, Gabi, posso falar com você um minuto? — Carol perguntou, com um olhar curioso e preocupado.

— Claro, Carol. — Respondi, tentando esconder a tensão em minha voz.

Saímos para uma área mais tranquila do restaurante, longe do burburinho das conversas e da música suave que ainda tocava ao fundo. A brisa fresca da noite nos envolveu enquanto nos sentávamos em uma pequena área ao ar livre, iluminada apenas pelas luzes da rua.

Através de saques e saltosOnde histórias criam vida. Descubra agora