Capítulo 2 - Um pontinho azul na arquibancada

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Sunisa Lee

No dia seguinte, levantei cedo para poder continuar com os treinamentos para as próximas finais que enfrentaria, precisava pegar pesado para ter mais alguma medalha.

Eu estava no ginásio, realizando meu treino diário, mas minha mente estava longe dali. Os eventos da noite passada continuaram a rondar meus pensamentos, especialmente aquele olhar intenso trocado com Gabi. Havia uma eletricidade naquele momento, uma conexão que eu ainda não conseguia entender completamente mas que eu gostaria de ter novamente.

Cada salto, cada movimento que eu fazia, era acompanhado pela lembrança de seus olhos nos meus, a intensidade de seu sorriso. Eu esperava vê-la novamente, talvez encontrar um momento para conversar mais, para explorar aquela faísca que sentimos. Mas até agora, havia apenas silêncio. Nenhuma mensagem, nenhum encontro casual na Vila.

Estava tentando focar no meu treino, mas a expectativa de vê-la me deixava distraída. Era frustrante, mas ao mesmo tempo emocionante.

— Ei, Sunisa! — A voz familiar de Simone interrompeu meus pensamentos.

— Oi, Simone. — Respondi, tentando parecer mais focada do que realmente estava. — Como está indo seu treino?

— Bem, bem. — Ela disse, dando um sorriso. — Mas eu percebi que você está um pouco fora do seu ritmo habitual. Está tudo bem?

— Ah, sim, estou bem. — Menti, tentando disfarçar minha inquietação. — Só pensando em algumas coisas.

— Alguma coisa ou alguém, talvez? — Simone perguntou, com um brilho malicioso nos olhos.

Fiquei surpresa com sua pergunta direta, mas não pude evitar um sorriso envergonhado.

— Como você...?

— Eu vi vocês duas na festa ontem à noite. — Ela disse, rindo. — Havia uma química ali que era difícil de ignorar.

Suspirei, sabendo que não adiantaria esconder nada de Simone.

— Sim, eu... senti algo diferente com ela. Mas desde então, não houve nada. Nenhuma mensagem, nenhum sinal.

— Bem, talvez ela esteja tão nervosa quanto você. — Disse Simone, com um tom encorajador. — Às vezes, essas coisas levam um tempo. Mas eu tenho uma boa notícia para você.

— Ah, é? — Perguntei, curiosa.

— Vai ter um jogo hoje à tarde, daqui algumas horas. Brasil contra os Estados Unidos, no vôlei. — Disse Simone, sorrindo. — Achei que você poderia querer assistir.

Meu coração deu um salto ao ouvir isso. A oportunidade de vê-la novamente, mesmo que de longe, era tudo o que eu precisava naquele momento para tirar essa inquietação da cabeça.

— Eu adoraria ir. — Respondi, sentindo uma onda de esperança. — Você também vai?

— Claro! Vai ser um jogo incrível. E, quem sabe, você pode encontrar um momento para falar com ela depois. — Simone piscou, me dando um sorriso de apoio.

— Obrigada, Simone. — Disse, sentindo-me grata por sua amizade e apoio. — Acho que vou precisar dessa sorte.

Passei o restante da manhã com uma nova energia, um novo foco. Havia uma chance de ver Gabi jogando, e isso era suficiente para me manter animada. Terminei meu treino com renovada determinação, sabendo que cada momento que passa me aproxima mais do jogo, e de uma possível nova interação com ela.

Me arrumei rapidamente, vestindo uma camiseta dos Estados Unidos e uma calça confortável, pronta para torcer pelo meu país e, claro, ansiosa para ver Gabi novamente. Inspirada, decidi soltar meu cabelo e ondular as pontas.

Através de saques e saltosOnde histórias criam vida. Descubra agora