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Enquanto Dumbledore discutia os próximos passos com a Ordem, Harry sentia a impaciência crescer. Ele sabia que Tom estava à sua espera, e a guerra não seria vencida apenas com palavras. A ligação mental que compartilhava com Voldemort pulsava com uma urgência crescente.

— Preciso de um tempo, diretor. — Harry se levantou abruptamente, sentindo os olhares preocupados dos membros da Ordem. — Essas notícias me pegaram de surpresa. Preciso de ar.

Dumbledore assentiu, o olhar compreensivo. — Claro, Harry. Todos nós estamos sentindo o peso dessa guerra.

Hermione fez menção de segui-lo, mas Harry ergueu a mão. — Eu preciso de um momento sozinho. —Sua voz foi mais fria do que pretendia, mas funcionou. Hermione hesitou, depois assentiu e recuou.

— Nos vemos mais tarde —, disse ela, embora o tom em sua voz tivesse algo que Harry não gostava. Ele saiu da sala sem responder.

Do lado de fora, caminhou rapidamente pelos corredores de Hogwarts. Seu coração batia acelerado, não por nervosismo, mas pela excitação da ligação com Tom que se intensificava. Precisava de um lugar seguro, onde pudesse se conectar sem interrupções.

Ao chegar em uma sala deserta, Harry fechou a porta e lançou um feitiço de proteção ao redor. Sentou-se no chão, fechando os olhos, permitindo que sua mente se conectasse à de Voldemort. Uma sensação de calor envolveu seu corpo quando a presença de Tom apareceu em sua mente.

— Você demorou, Harry. — A voz de Voldemort soou em sua cabeça, suave e provocante. — Dumbledore está te controlando mais do que você admite?

Harry sorriu. — Faço o que preciso para manter o disfarce. Você sabe disso.

A imagem de Tom apareceu nitidamente em sua mente. Ele estava em um local escuro, os olhos brilhando com malícia. — A guerra está se aproximando. Severus já está em sua posição. Precisamos nos preparar para o próximo movimento.

Harry assentiu. — Hermione e Ron continuam a agir conforme Dumbledore planejou, mas já posso sentir as tensões aumentando. Logo terei motivos suficientes para me afastar deles completamente.

Tom se aproximou mentalmente, sua  presença poderosa envolvendo Harry. — Você está pronto para isso, Harry? Pronto para deixar tudo para trás por nós?

Harry sentiu o peso da pergunta. Sabia que escolher Tom significava abandonar completamente seu antigo mundo. Mas aquele mundo nunca havia sido verdadeiramente seu. As traições, as mentiras de Dumbledore... tudo o empurrava para um novo caminho.

— Sim —, respondeu com firmeza. — Estou pronto.

Tom sorriu. — Ótimo. Em breve, o mundo será nosso, Harry.

Antes de encerrar a conexão, Harry sentiu uma sombra pairando no fundo de sua mente, algo que não conseguia identificar. Não deu importância de imediato, mas talvez devesse ter prestado mais atenção. Voltando ao salão da Ordem, sua mente ainda conectada a Voldemort, o calor da presença de Tom ainda pulsava dentro dele. Quando Dumbledore começou a falar, Harry forçou-se a manter a calma, mesmo com a antecipação de algo perturbador crescendo em seu peito.

— Acho que muitos de vocês não sabem, mas... Voldemort é um ômega —, anunciou Dumbledore, sua voz autoritária, com o toque de falsa compaixão que Harry tanto desprezava.

O silêncio caiu sobre a sala. Harry sentiu os olhares se voltando para o diretor, chocados. Seu coração acelerou por uma razão completamente diferente. Sabia onde aquilo estava indo e já sentia a raiva borbulhando.

— Podemos fazer com que ele desista —, continuou Dumbledore, os olhos azuis brilhando friamente. — A voz de comando de um alfa pode fazer Voldemort se submeter, e assim poderemos derrotá-lo.

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