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Sinto minha cabeça doer quando vejo a prova de português na minha frente, odiava português com todas as minhas forças, eu não entendia nada. Fazia alguns meses que eu vim morar aqui no Brasil, nasci e cresci em Amsterdam, minha família decidiu vim morar aqui já que elas moravam antes de eu nascer e o resto da minha família mora aqui, só que tem um probleminha, eu não falo português, na verdade eu falo, só que algumas frases, somente.
— S/n! O que está acontecendo? Faz mais de 20 minutos que você tá só encarando a prova. — A professora falou rígida e eu senti arrepios em meu corpo.
— Eu... não consigo. — Apontei pra prova.
— Estude mais, português não é tão difícil assim. — Me olhou com a sombrancelha arqueada.
— Desculpe. — Pedi sentindo vergonha.
— Julia, quando a prova acabar você vai ajudar a S/n, ok? — Perguntou para alguém.
— Tá bom, Professora. — Escuto uma voz doce atrás de mim.
Os próximos minutos foram torturantes para mim tentando entender as questões, eu entendia o que falava, mas não entendia o que era pra fazer, era uma tortura. Assim que a prova terminou, os alunos foram saindo da sala, eu tinha que ficar para ir estudar com a garota, a tal Julia.
— S/n? — Escuto uma voz me chamar e eu viro.
— Eu. — A olho.
— Vamos para a biblioteca estudar? Se você quiser é claro. — Sorriu tímida.
— Vamos, deixa pegar a bolsa e guardar os materiais. — Falo me enrolando nas palavras e vejo a menina dar um risinho.
— Tudo bem, eu espero. — Foi para a porta me esperar.
Arrumei minhas coisas rápido e logo fui ao encontro da garota, ela apontou com a cabeça e logo começamos a andar até a biblioteca, eu estava tímida por puxar assunto com ela.
— Então o que você tem dificuldade em português? — Ela puxou assunto quando entramos na biblioteca.
— Tudo, é horrível. — Digo e ela ri.
— Não é tão difícil assim, pior é matemática. — Respondeu sentando na cadeira e eu a acompanhei.
— Matemática é vida. — Digo pegando meu caderno.
— Você gosta? — Pergunta.
— Sim, onde eu estudava, a gente estudava mais matemática. — Explico devagar para não me atrapalhar.
— Nossa, então se você puder me ensinar um pouco, sabe? Sou horrível em matemática. — Falou rindo e eu concordei encantada com sua risada.
— Claro. — Falei sorrindo.
— bom, vamos estudar. — Falou abrindo o livro. — Vou te explicar as coisas do começo, tá? Se você não entender alguma coisa me avise.
Ela começou a me explicar o assunto do começo, ela explicou tudo bem devagar para eu entender, quando eu tinha dúvida, eu perguntava e ela explicava com muita paciência. Passamos horas estudando os assuntos da prova, enquanto Julia explicava eu percebia que sua mão ia para a minha coxa algumas vezes, fazendo eu ficar um pouco nervosa.
— Bom, é isso, acabamos. — Falou fechando o livro. — Acha que consegue fazer a prova de recuperação?
— Com certeza, você foi a melhor professora que tive. — Falo um pouco enrolada e ela sorriu.
— Qualquer dúvida, você pode me mandar mensagem, esse é o meu número. — Me entregou um papel. — Agora eu tenho que ir, minha mãe está me esperando lá fora, tente estudar esses dias, ok? — Falou guardando as coisas e eu concordei.
— Foi prazer estudar com você. — Digo e ela riu.
— É "foi um prazer", S/n. — Falou rindo e eu fiquei vermelha.
— Desculpe, foi um prazer. — Digo e ela colocou a mochila nas costas.
— Tchau, S/n, até amanhã. — Acenou pra mim e logo saiu da biblioteca.
Quatro dias depois...
Eu passei esses quatro dias estudando muito para a prova, era a última prova do ano, eu precisava passar, nesses dias, Julia me ligou todas as noites para me ajudar a revisar o conteúdo, eu aprendi até a falar melhor português, minha mão todo dia falava que estava ansiosa para conhecer a minha nova amiga.
Hoje é o dia da prova de recuperação, eu preciso tirar no mínimo um 6, já que é a média do colégio, eu estava ansiosa, minhas mãos tremem de nervoso. Assim que entrei na escola eu pude sentir a tensão no ar, sabia que os próximos momentos seriam difíceis.
— S/n! Bom dia. — Julia chegou abraçando meu braço.
— Bom dia, pequena. — Sorri pra garota.
— Está ansiosa? — Perguntou enquanto caminhamos para a sala. — Vocês que vão fazer a recuperação, vão ficar sozinhos na sala, não vai dar pra eu passar nem uma colinha. — Falou rindo.
— Estou muito ansiosa, eu espero que o seu esforço para me fazer entender o conteúdo, vala a pena. — Digo e logo a professora me chamou.
— Já pode entrar, S/n, vamos começar. — Falou e eu entrei na sala.
Me sentei na cadeira e olhei pra Julia que estava na porta, ela desejou um boa sorte pra mim e saiu dali.
— Aqui está sua prova, você terá 30 minutos para responder. — A professora me entregou.
Aquela prova parecia a coisa mais fácil do mundo, eu sabia todas as questões, terminei antes dos 30 minutos, me levantei e fui até a professora que me olhou surpresa.
— Já terminei. — Entreguei a prova a ela.
— Vou corrigir, você pode ficar aqui que eu já entrego. — Falou e começou a corrigir a prova.
Foram alguns minutos de tensão até ela terminar de corrigir, ela me entregou a prova e desejou parabéns, assim que eu vi a nota, eu corri pro pátio e logo vi Julia conversando com algumas pessoas, corri até ela e a segurei no colo.
— Aaaah. — Ela gritou quando eu tirei ela do chão. — S/n, sua doida! — Falou rindo assim que me reconheceu.
— Obrigada, obrigada, obrigada. — Girei ela e logo a coloquei no chão.
— Pelo que? Quanto você tirou? — Perguntou ansiosa.
— Eu tirei 10. — Falo animada e ela pula em meu colo.
— Parabéns, eu sabia que você ia conseguir. — Me abraçou.
— Graças a você. — Fiz carinho em suas costas.
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Gostaram? Finalmente apareci, só pra avisar que não vou aparecer muito essa semana. Pedido:sfcfanfic
