POV Ana Carla
A cerimônia fúnebre de Alice era um daqueles momentos em que tudo parecia surreal. O céu estava nublado, como se até mesmo o tempo lamentasse a perda. As fileiras de policiais de farda alinhavam-se com precisão, as mãos cruzadas nas costas, as expressões firmes, mas carregadas de dor. Eu me encontrava entre eles, vestida com a farda oficial, o peso da medalha no peito, o chapéu escuro sobre a cabeça. Lara estava ao meu lado, seus olhos fixos no caixão coberto com a bandeira do país, mal conseguindo disfarçar a emoção.
Meus pés pareciam presos ao chão enquanto observava a cena. O caixão de Alice, uma colega, uma amiga, sendo levado por seis policiais, movendo-se em um passo sincronizado, a bandeira cuidadosamente dobrada sobre ele. O som abafado dos tambores ecoava pelo cemitério, marcando o ritmo solene do cortejo.
Eu mantinha a cabeça erguida, mas meu coração estava em pedaços. Por mais que quisesse honrar sua memória de maneira digna, era impossível segurar o nó na garganta que crescia a cada segundo. As imagens de Alice, sorridente e cheia de vida, contrastavam com a frieza da cerimônia. Eu sentia a ausência dela como um buraco no peito, uma ferida que jamais cicatrizaria.
Quando chegamos ao ponto onde o caixão seria colocado na sepultura, o comandante da polícia deu o sinal, e o grupo parou. O som de armas sendo carregadas cortou o silêncio, preparando-se para a salva de tiros em sua homenagem. Mas antes disso, veio o momento que eu temia.
O comandante pegou a bandeira do caixão e, com gestos lentos e precisos, começou a dobrá-la. Cada movimento meticuloso parecia uma eternidade. Eu não conseguia desviar os olhos, sabendo o que viria a seguir. Quando a bandeira foi finalmente dobrada em um triângulo perfeito, ele se aproximou dos pais de Alice, que estavam sentados na primeira fila, devastados.
Ele entregou a bandeira ao pai dela, um homem que eu tinha conhecido algumas vezes, sempre sorridente e orgulhoso da filha. Agora, suas mãos tremiam visivelmente enquanto ele recebia aquele símbolo. Os olhos dele estavam vermelhos e inchados, e, mesmo assim, tentou manter a compostura.
— Em nome da Polícia Criminal de Los Angeles , oferecemos nossas condolências — disse o comandante, com uma voz firme, mas carregada de respeito. — Alice foi uma heroína.
O pai de Alice assentiu, mal conseguindo encontrar palavras, e apertou a bandeira contra o peito, como se fosse a última coisa que o conectasse à filha.
Foi aí que senti as lágrimas ameaçando cair. Eu olhei para Lara, ao meu lado, e vi que ela também lutava para manter o controle. Sua respiração era pesada, e suas mãos estavam cerradas ao lado do corpo. Sabíamos que não podíamos desmoronar ali, não diante de todos, mas a dor era insuportável.
— Ela merecia muito mais do que isso — sussurrei, mal conseguindo controlar minha voz.
Lara me olhou, seus olhos marejados.
— Eu sei, Ana. Eu sei — respondeu ela, com um tom amargo, quase raivoso. — Mas o que podemos fazer agora?
Eu não respondi. O que mais havia para ser dito? Estávamos ali, de pé, assistindo à última homenagem a Alice, uma amiga que nunca deveria ter sido tirada de nós. Mas, por dentro, eu só conseguia pensar na vingança. Em encontrar quem fez isso com ela e garantir que pagassem por cada segundo da vida que roubaram.
Quando a salva de tiros ecoou pelo ar, eu senti meu corpo tremer. O som cortou o silêncio como uma faca, um lembrete cruel de que Alice nunca mais voltaria. As balas foram disparadas para o céu, mas cada tiro parecia atravessar meu coração.
Após o último disparo, o caixão foi lentamente baixado à sepultura. A multidão ao redor permanecia em silêncio, apenas o som abafado do vento e dos soluços dos pais de Alice quebrava a atmosfera.
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ROBERT PATTINSON | A VINGANÇA DE ANA
FanfictionAna é uma experiente delegada de Polícia Criminal cuja vida vira de cabeça para baixo ao descobrir que sua melhor amiga, Alice, foi brutalmente assassinada por Robert Pattinson, um poderoso empresário que esconde sua verdadeira face por trás de uma...