29. O Homem Que Eu Amava

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POV Ana Carla


Entrei logo atrás de Robert, o ambiente carregado de tensão. Elisa estava no computador, a luz da tela refletindo em seus olhos atentos.

— O que você conseguiu? — perguntei, tentando esconder a ansiedade na minha voz.

Elisa virou-se para mim com um sorriso discreto, quase imperceptível.

— O governador marcou um encontro com Ramirez no porto para esta noite. — Ela fez uma pausa e me estendeu o fone da escuta. — Escuta isso aqui.

Coloquei o fone no ouvido e, imediatamente, a voz do governador soou clara. Ele marcava um encontro com Ramirez, mencionando o carregamento. Meu estômago revirou quando ouvi Ramirez perguntar se o carregamento era de Robert, e o governador confirmar. Meu olhar foi direto para Robert, que observava cada um dos meus movimentos com uma expressão séria, os olhos escuros.

Tirei o fone e devolvi para Elisa, sentindo o peso das próximas horas cair sobre meus ombros.

— Chama a Rebeca e a Lara — ordenei, a adrenalina já correndo nas minhas veias. — Eu vou ligar para a delegacia. Vamos interceptar isso.

Dei as costas para sair do escritório, mas senti a mão firme de Robert segurando meu braço.

— Ana... — ele começou, a preocupação evidente na sua voz. — Eu não acho que você deve ir.

Antes que eu pudesse responder, Elisa, sem tirar os olhos da tela, perguntou casualmente:

— Por que ela não deve ir?

Respirei fundo, trocando um olhar rápido com Robert antes de falar, firme.

— Isso não está em questão. Vamos logo.

Robert ficou quieto, mas seu olhar dizia tudo. Ele estava preocupado, mas sabia que não poderia me impedir.

Assim que chegamos ao ponto de encontro, a equipe de policiais já estava preparada. Lara me abraçou rapidamente, sem nem olhar direito para Robert, o que era incomum, mas não havia tempo para pensar nisso agora. Todos estávamos focados na missão.

Antes de sairmos, entreguei as armas para Robert, Marcus e Tom.

— Qualquer disparo com essas armas protege vocês contra as consequências — expliquei.

Marcus soltou uma risada sarcástica, como se tudo isso fosse uma grande piada para ele. Mas eu sabia o quão sério era. Estávamos prestes a enfrentar o próprio inferno naquela noite, e todos precisavam estar prontos.

Posicionamo-nos em uma tocaia no porto, as sombras e o som das ondas quebrando ao longe criando um cenário sombrio. Robert não tirava os olhos de mim. Em algum momento, ele se aproximou, ajeitando o colete à prova de balas que eu usava, o toque dele suave, mas carregado de tensão.

— Quanto tempo faz que você não manuseia uma arma? — ele perguntou de repente, sua voz baixa, mas intensa.

Fiquei surpresa com a pergunta e olhei para ele, meus olhos estreitando.

— Que pergunta é essa?

Ele cruzou os braços, o semblante sério.

— Uma pergunta de quem sabe que arma não é brinquedo.

Minha irritação cresceu. Quem ele achava que eu era?

— Ah, é mesmo? E você diz isso para uma delegada? — rebati, o tom de voz ficando mais afiado. — Para com isso, Robert. Eu sei o que estou fazendo.

Havia uma tensão palpável entre nós, mas eu não tinha tempo para lidar com isso agora. Estávamos à beira de algo muito grande, e eu não podia me distrair. Meu foco estava no que estava por vir, na missão. Mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim estava ciente de cada olhar que Robert lançava em minha direção, da maneira como ele parecia sempre estar a um passo atrás de mim, como se estivesse pronto para me proteger a qualquer custo.

ROBERT PATTINSON | A VINGANÇA DE ANAOnde histórias criam vida. Descubra agora