22. Livres ou NÃO?

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POV Ana Carla

Eu saí da cela de Robert com a cabeça latejando, como se estivesse tentando processar tudo ao mesmo tempo e falhando miseravelmente.

A madrugada passou como um borrão, e antes que eu percebesse, estava na minha sala na delegacia, caindo no sono sobre a mesa.

O cansaço me venceu, mas não sem deixar a sensação de peso e confusão.

Acordei com um susto quando Lara sacudiu meu ombro.

— Você saiu do bar e veio dormir aqui? — ela perguntou, me olhando como se eu tivesse perdido o juízo.

— Eu... preciso falar com a Rebeca — falei apressada, ainda tentando entender onde estava.

— Por quê?

— Preciso que ela apague um vídeo de 40 minutos da câmera de segurança... da cela do Robert — minha voz saiu mais trêmula do que eu esperava, e tentei disfarçar o nervosismo, mas Lara me encarava com os olhos semicerrados, como se já soubesse de tudo.

— Que bicha safada, saiu do bar pra dar pro mafioso na cadeia?

— Shiu! Cala a boca, Lara! — eu rebati, olhando em volta como se alguém pudesse nos ouvir.

Meu coração ainda estava descompassado, não só pelo susto de ser acordada, mas pelo que realmente havia acontecido na cela.

Depois de resolver as imagens com Rebeca, apagando qualquer rastro da minha visita imprudente, voltei à minha mesa, me sentindo fragmentada.

A noite anterior não saía da minha cabeça, e isso me deixava confusa e perturbada.

Eu precisava focar, precisava me lembrar do motivo de estar ali em primeiro lugar.

Só que o rosto de Robert, seus toques, suas palavras... tudo isso estava me assombrando.

Foi então que o perito criminal apareceu na minha sala.

— Delegada, tenho os resultados das digitais — disse ele, interrompendo meus devaneios. — Nenhuma das impressões encontradas nos crimes bate com as de Robert.

Minha cabeça girou.

Como assim nenhuma batia?

Isso limpava ele de mais da metade das acusações.

Não fazia sentido.

Eu o conhecia.

Sabia o que ele fazia, sabia que ele estava envolvido até o pescoço.

— Isso significa que ele conseguiu um acordo com o ministério público — concluiu o perito, me deixando atordoada.

Saí da sala num impulso e fui direto para a promotoria, meu coração batendo com uma mistura de medo, frustração e... algo mais, que eu não conseguia identificar.

— Ele vai ser solto? — perguntei ao promotor, tentando manter a compostura, mas a tensão estava clara na minha voz.

A lembrança da noite passada queimava em minha mente, e por mais que eu tentasse negar, ela estava lá, viva e real.

Tentei racionalizar, mas nada fazia sentido.

Eu estava recobrando o juízo, mas isso só me deixava mais confusa.

— Robert fez uma proposta para o ministério público, e foi aceita — disse o promotor. — Ele vai te ajudar a pegar Los Hermanos.

Meus olhos se arregalaram, e meu coração parou por um segundo. Los Hermanos? A máfia mexicana?

ROBERT PATTINSON | A VINGANÇA DE ANAOnde histórias criam vida. Descubra agora