POV Ana Carla
Acordei com a cabeça pesada, os pensamentos confusos. O quarto ao meu redor era sofisticado, todo decorado em branco, mas eu não fazia ideia de onde estava. Tudo parecia tão irreal, como se eu estivesse presa em um sonho do qual não conseguia acordar. Me sentei na cama, sentindo o peso da minha barriga de oito meses me puxar para a realidade.
Onde estou?, pensei, acariciando minha barriga, sentindo minha filha se mexer suavemente ao meu toque.
Ela sempre fazia isso, como se quisesse me acalmar, me lembrar que eu não estava sozinha.
Levantei devagar, meus pés descalços tocando o chão frio. O silêncio era perturbador, e minha mente tentava juntar as peças do que havia acontecido antes de eu acordar ali. Fui até a grande janela, afastando as cortinas brancas com cuidado. O que vi me tirou o fôlego. Estava em uma ilha, cercada pelo mar azul e cristalino, e o horizonte se estendia, vazio, sem sinal de vida além daquela ilha. Era deslumbrante... e assustador. Eu não sabia como tinha chegado ali, mas uma sensação crescente de alerta tomou conta de mim.
Algo está errado.
Meus pensamentos foram interrompidos pelo som suave de uma porta se abrindo. Meu corpo ficou tenso, e eu me virei de repente, o coração acelerado.
— Boa tarde, delegada...
Aquela voz... Eu conhecia aquela voz. Meu coração parou.
Quando meus olhos finalmente se ajustaram, vi... ele.
Robert.
De pé à porta, com as mãos nos bolsos, o mesmo sorriso torto no rosto. Meu mundo caiu em pedaços naquele momento.
— Não... — minha voz saiu fraca, quase inaudível, minha cabeça girando. Não pode ser ele.— Não é possível...
— Sim, amor... é possível.
As lágrimas já estavam nos meus olhos. Eu dei um passo para trás, incapaz de entender o que estava acontecendo.
Eu vi Robert morrer.
Eu vi.
Como ele podia estar ali, parado, olhando para mim como se nada tivesse acontecido?
— Eu vi você morrer... — murmurei, sentindo minha garganta fechar. A dor de reviver aquele momento me atingiu com força. O nó na garganta crescia, e as lágrimas começaram a cair.
Robert deu um passo em minha direção, os olhos cheios de uma dor que ele parecia entender perfeitamente.
— Eu morri, Ana... Fiquei cinco meses em coma. Ninguém achou que eu fosse sobreviver... mas aqui estou.
Eu mal ouvi o que ele disse. O choque me dominava, e a raiva logo explodiu. Antes que pudesse pensar, atravessei o quarto e lhe dei um tapa no rosto. O som ecoou pelo ambiente, e meu coração acelerado fez o sangue ferver. Ele não se mexeu, apenas me olhou, aceitando a dor.
— Idiota! — gritei, minha voz falhando entre os soluços. — Você tem noção do que eu passei? Do quanto eu sofri? Do quanto eu me culpei pela sua morte? Como pôde esconder isso de mim?
Eu o empurrei, as palavras saindo em uma torrente de dor e raiva. **Como ele pôde fazer isso?** Como ele pôde me deixar acreditar que estava morto, enquanto eu carregava o peso daquela culpa, daquela dor?
— Ninguém tinha o direito de fazer isso comigo! — continuei, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, a voz já rouca de tanto gritar. — Eu passei noites sem dormir, me culpando, achando que eu devia ter te protegido... Que a culpa era minha!
![](https://img.wattpad.com/cover/376582607-288-k298117.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
ROBERT PATTINSON | A VINGANÇA DE ANA
FanfictionAna é uma experiente delegada de Polícia Criminal cuja vida vira de cabeça para baixo ao descobrir que sua melhor amiga, Alice, foi brutalmente assassinada por Robert Pattinson, um poderoso empresário que esconde sua verdadeira face por trás de uma...