ROBERT PATTINSON | A VINGANÇA DE ANA

12. Você é Minha Agora

POV ROBERT PATTINSON

Eu ainda não conseguia acreditar que ela tinha ido embora.

O som dos meus dedos tamborilando na madeira da mesa ecoava pelo escritório, mas a minha mente estava a milhas de distância.

Eu encarava o teto, tentando encontrar alguma explicação, algo que fizesse sentido.

Ela tinha todo o direito de ir embora.

Depois do que viu, do caos, do sangue, da violência... qualquer pessoa teria fugido.

Mas aquele beijo... O inferno daquele beijo.

Quando Ana me beijou, por um breve segundo, uma fagulha de esperança atravessou o meu peito.

Achei que ela podia entender, que talvez houvesse algo além do medo.

Mas logo em seguida, ela deu as costas e saiu.

A porta se fechou atrás dela, e com ela, minha esperança se esvaiu.

Os dias seguintes foram um borrão de tentativas fracassadas de focar no trabalho.

Eu tinha que resolver a merda que foi aquela entrega.

Alguém armou pra mim, e um vereador acabou morto pelas minhas mãos.

Tudo estava uma zona.

O ferimento de bala, apesar de superficial, ainda latejava, mas a dor física era fichinha perto do que a minha cabeça estava passando.

Eu precisava me concentrar nos negócios, manter tudo sob controle, mas toda vez que tentava focar, minha mente voltava para ela.

Ana Carla Hold.

Não era só a lembrança do beijo que me atormentava. Era o jeito como ela olhava para mim.

Aquele olhar misterioso, desafiador, que parecia me ver por completo, mesmo quando eu não queria ser visto.

O corpo dela, tão sinuoso, cada curva gravada na minha mente como se estivesse esculpida em mármore.

E eu nem tinha lhe visto nua!

E os lábios... aqueles lábios que eu não conseguia esquecer.

O toque suave ainda estava marcado na minha pele.

Eu podia sentir o calor dela, mesmo agora, dias depois.

Bobby, Marcus e Tom, claro, fizeram o que podiam para me distrair.

Tentaram fazer piada com a situação, como se fosse só mais uma mulher que eu podia esquecer.

Idiotas.

Eu já tinha entendido.

Eu não a esqueceria.

— Robert, cara, você tá de quatro por essa mulher — Bobby zombava, segurando uma cerveja como se estivesse assistindo a um jogo de futebol.

— Não pensei que o chefe fosse cair assim tão fácil — Marcus ria, balançando a cabeça com aquele sorriso irônico que ele sempre tinha.

— Ah, vai ver ele só precisa de mais um beijo pra ver se passa — Tom disse, me dando um tapa nas costas.

Eu ouvi, mas aquilo estava corroendo meu controle.

A raiva começou a crescer dentro de mim, cada palavra deles me deixando mais à beira de perder a cabeça.

Num impulso, puxei a arma do cinto e apontei para eles.

— Querem calar a boca, porra? — rosnei, o olhar fixo neles, os olhos estreitados.