O grito de terror que escapei ecoou pelos arredores como uma nota dissonante em um concerto perfeito. Todos os olhos se voltaram para mim, como se em um momento de silêncio antes da tempestade. O mundo parecia parar no tempo e eu me senti pequena e impotente diante daquela cena.
Então, em um instante, houve um movimento. Rindou. Ele se moveu com uma velocidade quase sobrenatural, um blur de movimento tão rápido que mal pude distinguir o momento em que se moveu.
Rindou agarrou o braço do homem da Moebius com a faca, torcendo-o com força. O barulho de ossos estalando ecoou como um lembrete de sua força bruta. O homem gritou de dor, deixando cair a arma e dando um passo trêmulo para trás.
A cena se desenrolou como um filme em câmera lenta. Rindou avançou, sua expressão contorcida de ódio e violência. Seu soco desceu pesadamente contra o rosto do homem, um golpe que enviou-o ao chão
Rindou não parou ali. Ele continuou a avançar, seu corpo em sincronia com a força de uma avalanche. Cada golpe era como se ele estivesse expelindo toda a dor, todo o vazio e todos os demônios que o atormentavam.
Em meio à violência, eu apenas conseguia observá-lo. Eu podia ver a tensão em seu corpo, sua respiração pesada, os músculos retesados. A determinação em seus olhos. Cada golpe, cada movimento pareciam carregar um peso enorme, como se cada movimento fosse também um ato de libertação
Toman e Tenjiku subjugaram a Moebius, cada homem de uniforme branco estava ou inconciente ou terrivelmente ferido. Eu me levantei do chão com dificuldade, meu corpo tremendo diante da cena a minha frente.
Porém quando Rindou veio em minha direção, eu recuei de forma instintiva.
Rindou parou em frente a mim, seu corpo ofegante, suado e sujo de sangue. Ele parecia como se tivesse saído de uma batalha brutal, com seu uniforme rasgado e manchas vermelhas em sua pele. Ele segurou minha mão, e me fitou com um olhar intenso, como se estivesse tentando me falar algo sem palavras. Eu podia sentir o tremor em sua respiração, ele estava tentando se controlar.
No entanto, eu apenas consegui reagir de forma instintiva, recuando, como se o contato de sua mão me queimasse. Meus olhos estavam cheios de medo e pânico, e minha mente estava presa em um lugar distante, lembrando-me de memórias dolorosas e perigosas.
— R-rindou — sussurrei. Sentindo meu corpo pesado, meus sentidos embotados, até que o mundo à minha volta simplesmente deixou de existir, e eu perdi a consciência.
Rindou se moveu rapidamente, me segurando antes que eu caísse no chão. Ele me segurou em seus braços com cuidado, e pude sentir seu cheiro de sangue e suor misturados. Ele parecia querer dizer algo, mas foi interrompido por Ran, que se aproxima do irmão, uma expressão preocupada em seu rosto.
— Ela está bem? - Ran perguntou, o tom de sua voz carregado de preocupação. Rindou não respondeu, apenas me segurou mais perto, seu toque caloroso em minhas costas— É melhor a gente sair daqui, a polícia já deve estar a caminho — Ran murmurou, examinando a cena ao redor. A cidade estava em caos, com ruas cheias de membros da Moebius inconscientes. Era uma visão perturbadora.
Rindou não disse nada, apenas segurou-me enquanto se dirigia para fora da área do confronto, seguido por seu irmão. O sussurro do vento e a escuridão da noite eram os únicos sons ao redor.
Com um movimento decidido, Rindou tirou sua jaqueta do uniforme, envolvendo-me com ela como uma proteção contra o frio da noite. Ele continuou me carregando em seus braços, seu corpo uma barreira contra os elementos. A caminhada silenciosa continuou, apenas o som dos passos ecoando pelas ruas desertas.
— "Princesa Haitani " — Ran disse pensativo — um belo título para sua Ohimesama
Rindou franziu a testa, uma expressão de desagrado em sua face.
— Ran, estamos tentando evitar que a polícia nos encontre, não é hora para piadas — ele repreendeu, seu tom firme.
Ran, por outro lado, ignorou a reprimenda, um sorriso malicioso iluminando seu rosto.
— Ei, Rindou, vamos manter o título! "Princesa Haitani" tem um toque elegante, não acha? — Ran provocou, sua voz carregada de humor.
Rindou apenas bufou em descontentamento, seu rosto tenso enquanto continuava a caminhar.
— Você é impossível, Ran — ele murmurou, sua voz carregada de irritação.
Ran revirou os olhos, ainda sorrindo. Ele se aproximou, dando um tapa amigável no ombro de Rindou.
— Ei, não leve as coisas tão a sério, irmãozinho. Eu estava apenas brincando. — Ran disse, sua voz tranquilizadora.
Rindou bufou novamente, porém sua expressão se suavizou um pouco, uma pequena trégua se formando entre irmãos.
— Não há nada de engraçado em toda essa situação, Ran — ele respondeu, sua voz um pouco mais branda. — Mas eu agradeço por tentar aliviar o clima, mesmo que de maneira irritante.
— Você realmente precisa aprender a relaxar um pouco mais, Rindou. A vida não é só luta e mais luta. Há momentos para se preocupar e outros para se divertir. Preciso até ensinar a sorrir novamente — Ran provocou, sua voz carregada de sarcasmo, tentando alegrar o irmão mais sério. — Ou talvez...Antonella passa ser sua paz, mesmo que ela claramente te odeia
Rindou bufou de novo, sua expressão demonstrando a frustração que sentia pelas palavras de Ran.
— Eu não preciso que você me ensine a sorrir, Ran. E sobre Antonella... ela não me odeia, ela simplesmente não entende meus sentimentos — ele afirmou, seus olhos focados à frente, evitando encontrar os olhos de seu irmão.
— Meu irmãozinho, essa brasileira te odeia e muito — Ran sorriu
Rindou rosnou, seu temperamento começando a ficar irritado.
— Você não sabe nada, Ran. Ela só está confusa agora, mas ela vai entender meus sentimentos. Eu sou paciente.
Ran balançou a cabeça, um sorriso malicioso em seu rosto.
— Ah, meu querido irmãozinho irritado, você tem muita coisa para aprender sobre mulheres. Especialmente sobre essa brasileira teimosinha.
Rindou cerrou os punhos de frustração, seu corpo tenso. Ele sabia que Ran estava apenas brincando, mas suas provocações estavam começando a irritá-lo.
— E você deve estar muito acostumado a mulheres, né Ran? — ele provocou de volta, um tom de sarcasmo em sua voz. — Sempre rodeado de garotas grudentas e que se derretem por você.
— Pelo menos eu não irrito a garota que eu gosto, pra que ao invés dela me amar. Ficar com ainda mais ódio de mim — Ran passou a mão pelos cabelos, olhando pro céu ao dizer sua indireta.
Rindou arregalou os olhos por um momento, antes de voltar a observar a frente, suas bochechas levemente vermelhas. Ele odiava admitir, mas as palavras de Ran tocaram em um ponto sensível.
Ainda assim, ele se recusou a responder, mantendo seu silêncio teimoso. Ele apenas bufou, como se quisesse esconder sua reação às provocações do irmão.
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HAITANI - Rindou haitani
Fanfiction"Eu sou o caos encarnado. E você, meu doce anjo, é a única coisa que me mantém são."