O corpo de Rindou ficou imóvel, seus olhos se arregalando ao ver o corte no meu pulso. Ele se lançou sobre mim, suas mãos segurando meu pulso e aplicando pressão para estancar o fluxo de sangue.
— Você está louca? — ele grunhiu, a preocupação evidente em sua voz. — O que diabos você está fazendo?
Fiquei em silencio, apenas o olhando sem esboçar nenhuma reação.
A expressão de Rindou era tensa, seus olhos fixos no meu pulso, como se tentasse impedir o sangramento com o poder de sua mente. Ele se inclinou mais perto, suas mãos firmes contra minha pele. Percebi que ele estava se esforçando para manter o controle, lutando contra alguma emoção que me deixava confusa.
— Por que você fez isso? O que está acontecendo com você? — Ele perguntou, sua voz quase um sussurro, carregada de preocupação.
— "Nada pode machucar um Haitani" — Repeti as palavras de Ran, olhando para Rindou — será?
Rindou me fitou intensamente, seu olhar carregado de emoção e determinação. Ele se aproximou mais de mim, como se tentando compreender minhas ações e os sentimentos por trás delas.
— O que você está tentando provar, Antonella? — ele perguntou insistentemente, seu tom carregado de expectativa. — Você está querendo ver até onde pode ir? Testar nossos limites, ver se conseguimos resistir à dor? Ou está apenas tentando se machucar para me machucar também?
— Você se machucou? — Murmurei com calma
Rindou estremeceu, seus olhos perdendo a determinação por um momento, como se a minha reação o tivesse surpreendido. Ele permaneceu em silêncio, o sangue do corte pingando em suas mãos, mas a expressão em seu rosto mudou. Parecia que ele estava lutando contra seus próprios pensamentos, como se houvesse um conflito constante dentro dele.
— Eu me machuquei ao ver você se machucar — ele murmurou, a voz levemente mais tensa ao falar. — Antonella, o que está acontecendo?
— Ótimo, então se você se machucar nessa maldita luta idiota, saiba que vai tá machucando a mim.
Me afastei e puxei Hina para irmos embora
Rindou parecia perdido em seus próprios pensamentos, seu olhar seguindo-nos ao nos afastarmos da cena. Hina, notando minha expressão tensa, me puxou mais para perto, seu braço envolveu meus ombros em um gesto de conforto.
— Que diabos aconteceu lá? — ela sussurrou, sua preocupação evidente em sua voz. — Você está bem?
— Eu estou ótima — Murmurei em um suspiro — Qual é a dele? Acha que é invencível de alguma forma só por causa da porcaria de um sobrenome.
Hina franziu a testa, sua expressão refletindo sua preocupação.
— Ele sempre foi assim. Arrogante, orgulhoso, e perigoso — ela respondeu, em um tom baixo. — Rindou pode ser teimoso e sombrio, mas há uma estranha afeição em seu comportamento com você. Seja o que estiver acontecendo entre vocês dois, não é tão simples.
— talvez eu nunca admita em voz alta pra ele, porém eu me preocupo com aquele Doberman roxo — Murmurei com sinceridade enquanto andávamos por Shibuya com calma — acho desnecessário essas brigas...na verdade — baixei a cabeça — eu não gosto de brigas...meu pai é na verdade meu padrasto Hina...meu pai biológico era um bêbado agressivo, batia na minha mãe sempre que voltava do bar e também batia em mim. Ele arrumava briga por qualquer coisa, e eu não consigo ver nenhuma luta
Hina me abraçou com força, seus olhos demonstrando compaixão e empatia.
— Entendo que suas experiências do passado possam ser dolorosas e influenciarem na forma como você encara as coisas no presente. — Ela falou em voz baixa, passando a mão nos meus cabelos. — Você não precisa se justificar por não gostar de brigas. Seu ponto de vista é completamente válido. É importante termos respeito por nós mesmos e pelos outros. Não há vergonha nisso. Você é uma pessoa gentil, Antonella.
Sorrio para ela, devolvendo o abraço. Ainda estávamos visíveis para a universidade, quando ouvi o barulho de motos. Ergui meu rosto para rua, vendo uniformes brancos, não eram como o de Rindou ou de qualquer outro.
"Moebius" dizia no emblema, eram apenas três caras em três motos. Se fosse no Brasil eu já estaria correndo, mas arregalei meus olhos assim que vi um deles tentando segurar Hina.
— Corre! — Murmurei em desespero, invertendo nossas posições e empurrando Hina pra parede de concreto.
Aquele que ia pegar a Hinata me pegou, me puxando para ele me prendendo entre ele e sua moto e então acelerou.
Hinata gritou meu nome em desespero enquanto eu era arrastada pelas ruas em grande velocidade. O ar frio chicoteando meu rosto e meu corpo se chocando contra a moto, os segundos pareciam uma eternidade. Eu lutava com todas as forças para me libertar, tentando desesperadamente encontrar uma maneira de escapar, mas minha força era inútil contra o corpo poderoso que me segurava com firmeza. Em um instante, estava sendo arrastada em uma velocidade alucinante, como se estivesse presa em um pesadelo sem fim.
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HAITANI - Rindou haitani
Fiksi Penggemar"Eu sou o caos encarnado. E você, meu doce anjo, é a única coisa que me mantém são."