Enquanto os alunos se envolviam em sussurros e conjeturas sobre o anúncio inesperado, Rindou permaneceu parado no canto do corredor, observando distância a cena. Seus olhos acompanharam Antonella, enquanto ela tentava sorrir e acenar a cumprimentos.
A raiva e decepção que ele sentia eram palpáveis em seus olhos, seus punhos fechados tão firmemente que suas unhas deixaram marcas na pele. Mas havia algo mais... tristeza.
Aquela visão feria Rindou de maneiras que ele não esperava. Não apenas a ideia de Antonella com outro, mas também a maneira como ela se desdobrava e fingia estar feliz ao lado de Mitsuya. Aquilo feria como um punhal, pois ele conhecia aquela expressão, a tristeza escondida por trás do falso sorriso. Ela parecia... infeliz.
Aonde Antonella ia, Mitsuya estava com ela. Sempre agarrado não deixando ela sozinha por um segundo sequer na universidade. E se não era ele com certeza era Hakkai, até mesmo Hinata havia sido afastada lentamente de Antonella
A cena de Mitsuya agarrado a Antonella era uma faca no peito de Rindou. Mas o fato de Hinata ser afastada de Antonella só piorava. Ele sabia que Hakkai estava por trás de tudo, mas ver o efeito que isso estava tendo na garota era insuportável.
Ele queria ir até ela, tirar o sorriso falso de seu rosto e fazer aquele olhar de tristeza sumir daqueles olhos azuis. Mas não podia... não ainda.
Cada segundo em que ele tinha que observar Antonella com outro, enquanto ela se forçava a sorrir e parecia infeliz, era como um chute no estômago para Rindou. Mas ele guardava a raiva e a frustração profundamente dentro de si, como se tentar afogar os próprios sentimentos pudesse fazer a dor sumir.
Ele sentia a impotência de sua situação, aquela vontade incontrolável de fazer algo, qualquer coisa, para mudar o jogo e ter Antonella de volta consigo.
Apos três semanas nisso, Antonella pela primeira vez estava sozinha na biblioteca escolhendo um livro entre as prateleiras
O silêncio reinava na biblioteca, quebrado apenas pelo som tênue da respiração de Antonella. Ela estava sozinha, pela primeira vez em semanas, escolhendo um livro entre as prateleiras.
Rindou, que a observava de longe, percebeu aquela oportunidade. Ele se aproximou sorrateiramente, sem emitir nenhum som, e se abrigou entre as prateleiras adjacentes.
Ele a observou por um momento, hesitante em atrapalhá-la e ao mesmo tempo querendo tomar essa chance.
Ele sentia uma mistura de ansiedade e desejo de agir, mas também a culpa pelo modo como tudo estava acontecendo. Rindou permaneceu parado atrás das prateleiras, observando Antonella escolhendo um livro, e sentindo a necessidade de tentar alguma coisa.
Ele respirou fundo, tentando acalmar seu coração agitado, e então finalmente se aproximou, saindo das prateleiras e caminhando até onde ela estava parada.
Cada passo que ele dava na direção dela parecia uma batalha contra si mesmo, o confronto da vontade de falar com ela agora para aproveitar aquele momento a sós e seu medo de piorar as coisas.
Finalmente, ele parou atrás dela, a alguns passos de distância, e murmurou em um tom baixo, quase rouco:
— Olá, princesa.
Antonella virou o rosto lentamente em direção a ele, sentindo sua respiração prender na garganta. Os cachos de seus cabelos se agitaram brevemente emoldurando seu rosto, enquanto ela o olhava.
—....Rin — ela sussurrou
Assim que ela se virou e seus olhos se encontraram, ele sentiu a tensão entre eles. Era como se o mundo tivesse congelado naquele momento, deixando apenas a voz dela sussurrando seu apelido ecoar entre eles.
Ele a observou em silêncio por um momento, encarando aqueles olhos que pareciam olhar diretamente em sua alma. Depois, ele respirou fundo e deu mais um passo, aumentando um pouco a proximidade entre os dois.
Ele murmurou de volta, em um tom suave:
— Precisamos conversar.
Rindou estava ciente dos limites entre eles, a barreira invisível que os impedia de se aproximar tanto quanto desejavam. Mas ele precisava falar com ela, então aquele momento a sós na biblioteca era ideal.
Ele se apoiou contra uma das prateleiras, mantendo uma distância respeitosa entre eles, mas ainda próximo o suficiente para olhar em seus olhos.
Ele continuou falando, sua voz um pouco mais baixa, mas carregada de seriedade:
— Acerca... de nós dois.
Antonella no entanto se aproximou dele querendo aquela distância, suas mãos se ergueram até a altura do peito dele e se afundaram em suas roupas o segurando com força. Suas mãos estavam trêmulas sua respiração entrecortada conforme encostava a testa na curva do pescoço do Haitani.
—....Rindou — ela ronronou baixinho
Assim que ela se aproximou dele, apoiando-se em seu peito e encostando a testa em seu pescoço, Rindou sentiu aquele gesto inesperado como um choque de eletricidade percorrendo seu corpo.
Sua mão subiu automaticamente, envolvendo as dela, que agarravam sua roupa com força trêmula. Ele fechou os olhos por um momento, absorvendo o cheiro do cabelo dela, antes de murmurar:
— Sim, princesa?
—....Eu não aguento mais — Antonella sussurrou — quero voltar pro Brasil
O coração de Rindou apertou-se ao ouvir as palavras dela, a vulnerabilidade em sua voz atingindo-o como uma facada. Quando ela mencionou o desejo de voltar para o Brasil, ele soube que ela estava falando mais do que apenas das terras distantes.
Ele abriu os olhos novamente, e permaneceu em silêncio por um momento, suas mãos ainda segurando as dela suavemente.
Ele murmurou de volta, sua voz suave mas carregada de emoção:
— Por que você quer ir embora?
—....Por que aqui...eu sou ameaçada — Antonella sussurrou, apertando ainda mais as mãos sobre as roupas dele — quero ir embora...quero minha terra Natal...
O gesto dela, apertando mais suas mãos contra seu peito, era quase desesperado, como se ela buscasse segurança nele. As palavras dela eram um pedido silencioso para que ele a protegesse, para que a tirasse da situação em que se encontrava.
Rindou permaneceu em silêncio por um momento, absorvendo o peso das palavras dela e a intensidade de seus sentimentos. A dor em seu olhar era palpável, assim como o desejo de fazer qualquer coisa para ajudá-la.
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HAITANI - Rindou haitani
Fanfiction"Eu sou o caos encarnado. E você, meu doce anjo, é a única coisa que me mantém são."