A doutora concluiu o exame permitindo o casal se recompor, com eles mais calmos ela fez as orientações necessárias, agendou a próxima consulta, fez a guia de exames e os liberou.
No retorno para casa, eles estavam muito quietos, Andrew segurava novamente firme a mão dela, eventualmente a dando beijinhos no dorso, ele carregava no rosto uma calma, um olhar iluminado e seus lábios não estavam mais côncavos. Mandi às vezes olhava para fora digerindo seus pensamentos, por vezes olhava para seu esposo notando a diferença dele para como está pela manhã.
Chegaram em casa em pouco mais de quarenta minutos que foram bem silenciosos no campo da fala, porém barulhentos no campo mental.
Ao estacionar na garagem Andrew desceu do veículo o contornando indo ajudar Mandi a descer. Entrando em casa deram de cara com Cali e Rafael cobrindo uma forma enorme de bolo com uma calda esbranquiçada.
— Oi! — reagiram ao vê-los.
— Oi gente. Que cheiro bom. — abraça Mandi pelas costas.
— Estamos adiantados com o jantar e a Cá resolveu fazer um bolo de laranja com calda, por isso o aroma.
— Como foi? — quis saber Cali começando a alisar a cobertura no bolo.
— Mandi está bem e... o bebê também.
Mandi fica olhando para Cali esperando que encontrasse seu olhar, assim que terminou de alisar a cobertura do bolo, ela ergueu o semblante percebendo que estava sendo observada. Aquele olhar de Mandi dizia muito, havia uma súplica nele, sem delongas Cali tocou seu esposo se comunicando com ele pelo olhar, contornou a ilha e estendeu a mão para Mandi. Andrew observou a cena, Cali o assentiu e ele soltou sua esposa que antes de ir o deu um beijo.
— Vamos para a biblioteca. — Cali envolveu Mandi com um abraço de lado e a conduziu até o cômodo.
Andrew ficou olhando para as duas até as perder de vista e suspirou se sentando em uma das baquetas da ilha.
— Ela precisa do acolhimento da Cá agora, irmão.
— Eu sei... ela chorou bastante quando o viu, mas não sei se ela está conseguindo conectar que aquela imagem está acontecendo dentro dela.
— Ela vai fazer essa conexão no tempo dela irmão. E você, como se sentiu?
— Eu? Hunf... ver ele foi mágico, ele estava segurando o queixo com a mãozinha e coração bate bem firme... A doutora estava analisando as perninhas quando ficou claro que é um menino. — o brilho nos olhos dele cintilava.
— Oh irmão é um menino mesmo?
— É um menino... Ah irmão saber que ela e ele estão bem me tirou o certo peso que vinha sentindo desde que ela me contou.
♧♡♤
Na biblioteca Mandi entrou primeiro e Cali logo em seguida fechando a porta.
— Pronto estamos aqui, o que...
Mandi a interrompe lhe abraçando, escondendo o rosto em seu ombro. Ela não é muito de abraçar nessa vida, sempre mantém uma parede de proteção para esse tipo de ato, ainda que o faça vez o outra, portando naquele instante Cali soube que haviam sentimentos e emoções querendo falar, mas que não sairiam em palavras, por isso ficou ali a amparando.
Passados bons minutos Cali a orientou mansamente:
— Solte Mandi, solte, deixe sair, você não vai conseguir por em palavras, então apenas deixe fluir. — Segundos depois a moça começou a chorar, não era um choro compulsivo e sim de expressar em lágrimas o que a mente não seria capaz de construir em frases. Com Mandi ainda chorando Cali a levou até o banco na beira da janela, ao solta-la do abraço a induziu a se sentar, as duas ficaram uma de frente a outra, Cali chorava na mesma proporção que Mandi, pareciam até espelhadas — Eu queria poder resolver, eu queria Mandi, mas não posso.
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Juntas para o Natal 2 - Continuando...
RomansaCasamentos vão acontecer, ou melhor festas de casamento, mas a vida é cheia de surpresas e vira as coisas de perna pro ar. Juntas buscam um modo de tudo encontrar um eixo, pois a vida continuou, com ela tempestades e desafios chegaram para as fazere...