Capítulo 1: Noite de Halloween

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A lua cheia pendia alta no céu, iluminando a floresta com sua luz pálida e espectral. As folhas secas crepitavam sob os pés de Alara enquanto ela andava apressada, o coração acelerado pelo medo que aumentava a cada segundo. As árvores eram como sombras ameaçadoras, cujos galhos retorcidos pareciam braços que se estendiam para capturá-la. O vento soprava forte, assobiando entre os troncos e levantando folhas mortas que dançavam no ar como pequenos fantasmas. Ela estava perdida.

"Como pude ser tão estúpida?", murmurou para si mesma, lutando para conter o pânico. Tudo começou como uma brincadeira, uma noite de Halloween com amigos, mas agora parecia algo saído de um pesadelo. O celular sem sinal, a floresta densa, e o peso crescente do perigo iminente.

Foi então que ela ouviu um som, algo suave, quase imperceptível. Parou, prendendo a respiração. Não era o vento. Um farfalhar, como se alguém — ou algo — estivesse ali com ela, movendo-se entre as sombras. Alara olhou ao redor, o coração martelando no peito, sentindo o suor frio escorrer pela nuca.

"Alguém aí?" Sua voz ecoou fraca na escuridão. O silêncio que se seguiu foi ainda mais sufocante.

Ela deu um passo para trás, pronta para correr, quando o viu.

Emergindo da escuridão, uma figura alta e imponente apareceu entre as árvores. Ele estava completamente envolto em preto, mas o que mais chamou sua atenção foi a máscara — uma caveira branca, sem expressão, exceto pelos olhos. Olhos que brilhavam com uma intensidade perturbadora, encarando-a com uma fixação que fazia seu sangue gelar.

Era Tharok. Ela já tinha ouvido falar dele — o serial killer cuja lenda permeava as noites de Halloween na cidade. Contos sombrios e assustadores sobre suas vítimas, sempre encontradas em lugares remotos, sem vida. Seu coração parou por um segundo enquanto os dois se encaravam. Ela esperou o ataque, o fim inevitável.

Mas ele não se moveu.

Ao contrário do que ela esperava, Tharok não a atacou. Em vez disso, deu um passo lento em sua direção, os olhos ainda cravados nela. Alara sentiu as pernas fraquejarem, o medo e a curiosidade se entrelaçando de uma forma que a confundia. Tudo nela gritava para correr, mas seus pés estavam presos ao chão, como se uma força invisível a mantivesse ali.

Tharok parou a poucos passos dela, a respiração pesada por trás da máscara. O silêncio entre eles era sufocante. Então, algo inesperado aconteceu. Ele estendeu a mão, não em ameaça, mas como um gesto de ajuda.

Alara não sabia o que fazer. A proximidade dele fazia sua pele formigar, mas não de medo — pelo menos, não o tipo de medo que ela conhecia. Era algo mais profundo, mais primal. Havia uma tensão elétrica entre eles, algo que ela nunca tinha experimentado antes. Os olhos dele, embora escondidos atrás da máscara, pareciam queimá-la, despertando algo que ela não conseguia entender.

"Você está perdida", a voz dele soou baixa, rouca, mas não ameaçadora.

Ela engoliu em seco, sem conseguir afastar os olhos dos dele. "O que... o que você quer de mim?"

Tharok inclinou a cabeça levemente, como se estivesse estudando-a, como um predador estudando sua presa. Mas o olhar dele, apesar de intenso, não era de alguém prestes a matar. Havia algo mais sombrio, mais perigoso — um desejo incontrolável, quase palpável, que parecia envolver os dois.

"Você devia ter mais cuidado por onde anda", disse ele, a voz carregada de um tom que misturava advertência e algo mais... algo quase sedutor.

Alara sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Cada instinto de autopreservação gritava para que ela corresse, mas ao mesmo tempo, ela não conseguia negar a atração obscura que emanava dele. Era errado. Ele era um assassino, um monstro. E, no entanto, havia algo nele que a puxava, algo que ela não conseguia explicar.

"Por que não me matou?", ela sussurrou, mal acreditando nas palavras que saíam de sua boca.

Tharok deu um passo à frente, e o ar entre eles pareceu crepitar. "Porque você não tem medo de mim. Não como as outras."

Ela sentiu o coração acelerar com aquelas palavras, mas não era apenas medo. Era mais do que isso. E enquanto a escuridão os envolvia, Alara percebeu que, por mais que sua mente quisesse fugir, seu corpo estava hipnotizado por ele, pelo perigo, pela tensão, pela promessa de algo muito mais complexo e perigoso do que ela jamais poderia imaginar.

Naquela noite, em meio à floresta e ao brilho gélido da lua, Alara soube que não estava diante de uma ameaça comum. E, mais perturbador ainda, ela começou a se perguntar se realmente queria escapar.

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