O vento uivava pela floresta, como se a própria natureza estivesse avisando Alara para não confiar no homem à sua frente. Mas, em vez de recuar, ela se sentiu atraída por ele, pela sombra de perigo que o envolvia como um manto. Tharok, com sua máscara de caveira, parecia mais uma criatura mística do que um homem, uma figura que beirava o sobrenatural, capaz de hipnotizar com sua simples presença.
“Você devia ter mais cuidado por onde anda, Alara.” A voz dele, embora baixa, fez ecoar uma onda de tensão através de seu corpo. Ele sabia seu nome, mas como?
O sangue de Alara congelou por um segundo, e o nome que ele pronunciou soou como um feitiço no ar. “Como... como você sabe meu nome?”
Tharok deu um passo em sua direção, a máscara imóvel, escondendo qualquer emoção que ele pudesse ter. Ele não respondeu imediatamente. Em vez disso, estendeu a mão, os dedos enluvados pairando a poucos centímetros de seu rosto. “Seus amigos estão te procurando... mas não vão te encontrar aqui.”
Alara sentiu o choque daquelas palavras. Era verdade, seus amigos estavam em algum lugar na floresta, tentando encontrá-la, mas Tharok falava como se tivesse controle absoluto sobre a situação. E, de certa forma, ele tinha. Ele era o caçador, e ela, a presa. Só que, naquele momento, não havia medo em seu coração — apenas um turbilhão de emoções que ela não conseguia processar.
"Por que está fazendo isso?", ela perguntou, sua voz tremendo levemente. "Por que está me ajudando?"
Os olhos de Tharok brilharam sob a máscara. "Ajuda... é assim que você vê?"
Antes que ela pudesse responder, ele moveu-se com uma rapidez surpreendente, segurando seu pulso. Não havia dor, mas a força no toque dele era inegável. Seus olhos se encontraram, e Alara sentiu o calor de seu próprio sangue correndo mais rápido nas veias. Ele estava perto demais, a respiração dela se misturando com a dele.
"Eu não sou o monstro que você pensa que sou." A voz dele era um sussurro. "E você... também não é tão inocente quanto finge ser."
As palavras ecoaram na mente de Alara, plantando sementes de dúvida. Algo nela se contorcia, uma parte que queria se libertar, mas de quê, ela ainda não sabia.
Sem aviso, Tharok a soltou e deu um passo atrás. "Vou te dar uma chance. Uma última. Corra."
Alara ficou paralisada, sem entender o que ele queria dizer. "O que...?"
"Corra!" A ordem cortou o ar como uma lâmina afiada, e o coração de Alara saltou no peito.
Ela olhou ao redor, a floresta densa parecia uma prisão. Mas, ao mesmo tempo, um impulso de sobrevivência a atingiu. Ela se virou e começou a correr. O som dos galhos quebrando sob seus pés era acompanhado pelo eco da respiração pesada. O medo, finalmente, a tomou, impulsionando-a a se mover mais rápido do que nunca.
Porém, enquanto ela corria, sentia outra coisa queimando dentro dela: excitação. O pânico, a adrenalina, a presença de Tharok atrás dela, tudo se misturava, tornando impossível discernir onde o terror terminava e a atração começava.
Ela correu por minutos que pareceram uma eternidade, o som de seus batimentos abafando qualquer ruído ao seu redor. Olhando para trás, esperava ver Tharok em seus calcanhares, mas não havia sinal dele. Ele havia desaparecido?
Seu coração parecia prestes a explodir quando finalmente parou para recuperar o fôlego. As árvores ao seu redor se erguiam como sentinelas silenciosos, e o vento murmurava seu próprio lamento. Ela estava sozinha.
Ou assim pensava.
De repente, uma mão agarrou seu braço, e ela foi puxada bruscamente contra algo sólido. Ela arfou, o susto a atingindo com força total, mas logo percebeu quem a havia pegado. Tharok. Como ele havia sido tão rápido? Como ele havia se movido sem fazer som?
"Eu te disse para correr." A voz dele estava novamente perto demais, quase como um rosnado suave. "Mas acho que você não correu o suficiente."
Alara estava presa entre ele e a árvore, sentindo o calor de seu corpo e o cheiro amadeirado da floresta ao redor. Sua respiração estava ofegante, e os olhos de Tharok brilhavam com algo que a fez estremecer — desejo, sim, mas também uma escuridão que ameaçava engoli-la.
"Eu disse que te daria uma chance." Ele ergueu a mão, seus dedos roçando a lateral do rosto dela. "Mas agora... o jogo mudou."
O toque dele fez sua pele queimar, mas não de medo. Era como se uma chama tivesse sido acesa dentro dela, e ela não sabia se estava pronta para lidar com o que viria a seguir.
"Eu não sou como os outros." Sua voz era um sussurro. "E você... logo descobrirá que também não é."
As palavras dele ecoaram na mente de Alara, despertando uma parte dela que até aquele momento estava adormecida. Ela estava presa, sim, mas por algo muito mais forte do que Tharok. Algo que estava crescendo dentro dela.
E, pela primeira vez, ela não tinha certeza se queria ser libertada.
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Halloween obsession
RandomPerdida na floresta na noite de Halloween, Alara encontra Tharok, um serial killer mascarado de caveira. Em vez de atacá-la, ele a ajuda, mas a tensão entre os dois é palpável. Tharok, acostumado à violência, sente um desejo incontrolável por ela, n...