Capítulo 24 - Segredos Revelados

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A tensão na cabana era palpável. Após o beijo, uma nova dinâmica se estabelecera entre Alara e Tharok. As sombras pareciam mais próximas, e o silêncio que os envolvia não era mais reconfortante, mas sim uma presença constante, carregada de significado.

Tharok se afastou por um momento, os olhos ainda queimando de intensidade, mas agora mais controlado. Ele respirou fundo e se virou, caminhando até uma gaveta no canto da cabana. Alara observava cada movimento dele, a mente girando com perguntas que ela mal podia formular. Quem era ele de verdade? E por que ela se sentia tão atraída por essa escuridão que o rodeava?

Quando ele voltou, trazia um pequeno livro antigo, de capa de couro já desgastada, com símbolos estranhos gravados em sua superfície. Ele estendeu o livro para Alara, seus olhos fixos nos dela, como se aguardasse sua reação.

"Este é o começo de tudo," disse ele em um tom baixo e grave. "Aqui está a verdade sobre o que está acontecendo nesta floresta e sobre o que eu realmente sou."

Ela pegou o livro com as mãos trêmulas, sentindo o peso do mistério que envolvia aquele objeto. Quando o abriu, as páginas estavam amareladas, cobertas por escritos antigos que ela não conseguia decifrar de imediato. Mas havia algo em um dos desenhos, um símbolo em particular, que chamou sua atenção. Era o mesmo símbolo que ela vira nas paredes da cabana durante um de seus primeiros encontros com Tharok.

"O que isso significa?" Alara perguntou, levantando os olhos para ele.

"Significa que estou preso a algo muito maior do que eu," Tharok respondeu. "Eu não sou apenas um assassino... sou uma peça de um jogo muito mais antigo, um que envolve forças que você não pode imaginar. E agora você está ligada a isso também."

Ela recuou um pouco, sentindo o impacto das palavras dele. Estava claro que, desde que o conhecera, algo dentro dela mudara. Algo que a conectava a Tharok de uma maneira que ela ainda não entendia completamente.

"Você me trouxe aqui por isso?" Alara perguntou, a voz tremendo levemente. "Para me envolver nesse... nesse jogo?"

Tharok balançou a cabeça, a frustração visível em seu rosto. "Eu não escolhi isso, Alara. Mas agora, você é parte de mim. E há coisas nessa floresta que estão despertando por causa disso."

As palavras dele eram pesadas, carregadas de um significado que ela ainda lutava para compreender. Mas ao mesmo tempo, algo dentro dela se acendia, uma sensação de que, por mais perigoso que fosse, ela não queria se afastar. A escuridão de Tharok a atraía de uma maneira que ela não conseguia explicar.

"Então me mostre," ela disse, sua voz firme apesar do medo. "Se eu faço parte disso, quero saber tudo."

Os olhos de Tharok brilharam com uma emoção que Alara não conseguia identificar completamente. Ele a observou por um momento antes de dar um passo à frente, segurando suas mãos nas dele. O toque dele era forte, quente, quase protetor.

"Você tem certeza?" ele perguntou, a voz baixa e séria.

Ela assentiu, seu coração acelerando. "Sim, eu quero saber."

Ele respirou fundo e, sem dizer mais nada, puxou-a para fora da cabana, levando-a floresta adentro. À medida que avançavam, a escuridão se tornava mais densa, e Alara sentia o medo crescendo dentro dela. Mas ao mesmo tempo, havia uma excitação nova, uma sensação de que ela estava à beira de descobrir algo que mudaria tudo.

Quando chegaram a uma clareira escondida, cercada por árvores antigas e envolta em uma névoa espessa, Tharok parou. Ele se virou para ela, os olhos fixos nos dela, e disse:

"Aqui é onde tudo começou... e onde tudo vai mudar."

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