04 | Aubrey Parker

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- Perderam alguma coisa aqui? - fecho os olhos e ao abrir olho para cara de Túlio que estava branca como um papel como se estivesse visto um fantasma, me levanto ainda de costas para o dono da voz.

- Eu fiz uma pergunta, é surda? - Mais uma vez ele fala e respirando fundo me viro e paraliso assim que vejo que era o garoto insuportável da sala de aula e agora olhando para o seu cabelo e seus ombros largos me faz recordar do idiota que me derrubou no corredor e nem se deu o trabalho de me ajudar, meu sangue ferveu e agora sim eu tenho muitos motivos pra odiar esse desgraçado.

- Apenas vim aqui ajudar o meu amigo novato levando até a diretoria - improviso na minha fala, mesmo apertando meu punho para me controlar de não deixar nada passar despercebido de que estou mentindo, ele me olha com tanta atenção como uma máquina analisando uma mala no aeroporto.

- Tá me achando bonita? - Debocho com um sorriso de canto e o loiro solta uma risada rouca passando sua mão enorme por seu maxilar e seu olhar sobe até os meus, era um azul tão intenso que te deixa nervosa mesmo você não querendo.

- Prefiro furar meus olhos do que isso - Sua voz era profunda e grossa demais seus botões estavam abertos mostrando um pouco do seu peitoral.

- Se estava aqui pra ajudar o seu amigo o inteligente não seria bater na porta? e não ouvir a conversa dos outros - Ele ergue as sobrancelhas cruzando os braços que apertavam na camisa social um pouco amassada e seu pescoço estava com uma marca de chupada, nossa sério? Que nojo.

- Eu iria fazer isso, e você o que faz aqui ? Por acaso seguiu a gente? - Cruzo os braços também erguendo o queixo para poder olhar ele melhor.

- Tudo bem Aubrey a gente vem aqui depois - Túlio toca meu ombro com uma voz tímida, olho para ele por cima dos ombros e solto um suspiro mordendo a ponta de meus lábios inferiores.
Convencida de vim aqui outra hora, droga se esse cara ficar no meu pé em momentos assim vai ser difícil achar uma desculpa para todas as vezes. Pego na mão de Túlio e passo por ele batendo meu ombro no dele de propósito, meu foco não seria arrumar briga com ninguém mas esse loiro idiota procurou, então se ele continuar nisso eu serei mil vezes pior.

- Porque esse cara te odeia tanto? - Túlio pergunta arrumando todos os livros dentro da sua mochila enquanto descemos as escadas.

- Talvez seja o ego ferido - Dou de ombros, sinceramente não vou perder minhas energias com pessoas como ele, vou esquecer tudo isso e tentar desvendar o que tem dentro dessas cargas tão importantes e o que são essas cobais, juro que estou torcendo para não ser o que estou imaginando.

Passo pelo salão e vejo o meu pai acenando do lado de fora quase pulando vestido em uma calça jeans camisa social listrada aberta com uma camiseta branca por dentro, corro com Túlio até ele do lado de fora, passo pelas portas de vidros e meu pai estava de braços abertos e um sorriso gigante no rosto, envolvo seu corpo com os meus braços, sentir o cheiro dele acalmou mais meu estresse, ele deposita um beijo na minha testa e comprimenta Túlio com um aperto de mão.

- Então o que descobriram? - Meu pai senta em um banco da praça do Internato nos sentamos ao seu lado, ele estava com uma bolsa preta no colo fechada com suas mãos por cima.

- Bom eles estão atrasando para entregar as tais cargas porque as cobais não estão suportando o experimento - Meu pai coça sua barba mal feita, ele as vezes entrava muito no personagem.

- Então eles fazem experimento em alguma coisa pra conseguir comercializar seja o que estejam dentro dessas cargas - Suspiramos pensativos, era uma grande quebra cabeça afinal não sabíamos por onde começa ou quais conclusões tomar, afinal escutamos apenas a metade disso tudo.

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