Capitulo 1

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Marina respirou fundo enquanto se dirigia ao quarto de mais um hóspede. A rotina de camareira no hotel em Búzios tornara-se um refúgio para ela, uma forma de esquecer, mesmo que temporariamente, a dor que a seguia como uma sombra. O aroma do mar penetrava pela janela, mas hoje parecia mais forte, como se chamasse sua atenção para o mundo lá fora.

Bateu na porta, mas não houve resposta. Com um olhar ansioso para o relógio, decidiu usar seu cartão magnético para entrar. “Talvez o hóspede esteja na praia,” pensou, deslizando o cartão na fechadura.

A porta se abriu com um leve estalo, e ela entrou, sentindo uma mistura de curiosidade e nervosismo. O quarto era luxuoso, com um toque moderno, mas o que chamou sua atenção foram as malas abertas jogadas no chão, indicando que o hóspede havia acabado de chegar. A luz suave do sol filtrava-se pelas cortinas, iluminando os detalhes do ambiente.

Marina caminhou até a janela, sua mente se perdendo na vista deslumbrante do oceano, onde as ondas dançavam sob a luz do sol poente. “Uau,” murmurou, admirando a beleza do lugar. Mas, enquanto se deixava levar pela paisagem, uma estranha sensação a fez se voltar para o interior do quarto.

E foi então que seu mundo virou de cabeça para baixo.

Hector, nu e recém-saído do banheiro, apareceu diante dela. A água ainda escorria por seu corpo musculoso, destacando cada definição de seus braços e torso. Marina congelou, a visão dele a deixando sem fôlego. Os olhos dele, profundos e intrigantes, a observaram com uma mistura de surpresa e curiosidade.

“O que você está fazendo aqui?” ele perguntou, sua voz suave, mas com uma intensidade que fez o coração dela acelerar.

Marina se virou rapidamente, a pele quente de vergonha. “Desculpe! Eu não sabia que você estava aqui!” Sua mente lutava para processar a situação. Nunca em seus piores pesadelos havia imaginado que veria um hóspede nu. O cheiro do sabonete e da colônia dele misturava-se ao ar, tornando tudo ainda mais intoxicante.

“Eu deveria ter trancado a porta,” ele admitiu, com um meio sorriso. “Mas você não precisa se sentir constrangida. Eu sou apenas um homem nu em um quarto de hotel.”

Ela ainda não conseguia se concentrar. “É... é meu trabalho. Eu só vim fazer a limpeza,” balbuciou, sua voz trêmula. Sentia como se as paredes estivessem se fechando ao seu redor, e o calor subia à sua face. “Devo sair agora!”

“Espere,” ele disse, sua voz firme. “Fique. É a primeira vez que vejo uma camareira tão bonita no meu quarto. Eu sou Hector, por sinal.”

Marina mordeu o lábio, sem saber como reagir. “Marina,” respondeu, a palavra saindo como um sussurro. O nome dela parecia ecoar entre eles, pesado de significado. Uma parte dela queria correr, mas outra parte estava fascinada pela presença dele, pelo olhar intenso que ele fixava nela.

“Você sabe o que eu faria com uma mulher como você?" Hector perguntou, observando suas reações com um sorriso malicioso. “Posso ver em seus olhos que você gostaria de saber.”

Ela hesitou, sentindo-se vulnerável sob o olhar dele. “Eu... Não sei do que o senhor está falando,” disse, a voz carregada de insegurança. “...sou apenas uma camareira tentando sobreviver. Não posso perder meu emprego, preciso ir.”

“Não se subestime,” ele disse, dando um passo à frente. “Todos nós temos nossas lutas. A beleza está em como lidamos com elas.” O jeito como ele falou era ousado, como se cada palavra estivesse impregnada de uma confiança irresistível.

Marina tentou manter a compostura, mas a proximidade dele a deixava nervosa. “Eu realmente preciso ir.”

“Talvez eu possa te dar muito mais do que você ganha aqui,” ele respondeu, seu tom insinuante. “E talvez você devesse me mostrar um pouco mais sobre você.”

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