A luz do sol filtrava-se pelas janelas do estudio de Marina, iluminando as paredes cobertas de tinta e esboços. A atmosfera estava carregada de energia e expectativa. Desde que decidira participar da exposição, uma onda de criatividade a envolvera. Ela se sentia como uma artista renascente, cada pincelada uma liberação de suas emoções e experiências.
Marina estava em pé diante de uma grande tela em branco, uma paleta de cores vibrantes espalhada ao seu redor. As músicas que tocavam suavemente ao fundo eram como um mantra, alimentando sua inspiração. Com uma respiração profunda, ela começou a trabalhar. Suas mãos se moviam com precisão e liberdade, como se estivessem guiadas por uma força interior. Cada traço na tela refletia suas emoções, suas inseguranças e a determinação que agora a impulsionava.
Conforme as horas passavam, a oficina se enchia de novas obras. Paredes antes vazias agora estavam repletas de quadros, cada um contando uma parte de sua história. Marina decidiu que precisaria selecionar algumas peças para a exposição. Ela se afastou, observando suas criações com um olhar crítico.
— Um, dois, três... — murmurava para si mesma, contando os quadros. — Preciso de pelo menos cinco.
Ela caminhou de um lado para o outro, sentindo-se quase como uma artista louca em busca da perfeição. Pegou um quadro que retratava uma tempestade de cores, simbolizando sua batalha interna. Ao olhar para ele, um sorriso involuntário surgiu em seus lábios. Era exatamente isso que ela queria transmitir: a beleza que pode emergir do caos.
Mas, à medida que selecionava os quadros, dúvidas começaram a surgir.
— Esse é um forte... — pensou, mas a autocrítica começou a assombrá-la. — Será que isso é bom o suficiente? — perguntou a si mesma, mordendo o lábio.
Ela balançou a cabeça, tentando afastar a negatividade. “O que importa é que sou eu”, pensou, colocando o quadro de volta na pilha.
Justo quando estava prestes a dar um passo adiante, ouviu uma batida suave na porta. Antes que pudesse responder, Hector entrou, com um sorriso que iluminava o ambiente.
— E aí, Marina! O que você está aprontando? — ele disse, olhando ao redor.
A visão dele fez o coração dela disparar. Ela estava tão absorta em seu trabalho que nem percebera o tempo passando.
— Oi, Hector! — exclamou ela, tentando esconder o nervosismo. — Estou apenas terminando algumas coisas para a exposição.
Hector se aproximou, observando atentamente as pinturas. Ele parou em frente a uma que simbolizava suas inseguranças e, com um olhar intenso, disse:
— Essa é poderosa. Mas você tem que deixar a raiva e a dor transparecerem mais.
Marina sentiu um frio na barriga. Ele estava ali não apenas como seu companheiro, mas como seu Dominante, e a tensão na sala aumentava a cada palavra.
— O que você quer dizer? — ela perguntou, tentando parecer despretensiosa.
Hector se virou, seus olhos fixos nos dela.
— O que importa é que você mostre quem você realmente é. Eu quero ver isso na sua arte. Não se esconda atrás da delicadeza,não mostre o que acha que os outros querem ver,mas o que você realmente quer que eles vejam.
Marina se sentiu vulnerável, mas também excitada com o desafio. Ela pegou a pintura da tempestade, segurando-a na frente dele.
— Você acha que isso é suficiente?
Ele a estudou, a intensidade em seu olhar a fazendo sentir-se exposta.
— Você pode fazer mais. Deixe que suas cores gritem por você. A arte é uma forma de se entregar. E eu sei que você pode ir mais fundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desejo proibido
RomanceMarina, uma jovem camareira em um hotel de luxo, cruza o caminho de Hector, um hóspede enigmático. O encontro desperta nela desejos e conflitos, levando-a a questionar suas escolhas e explorar novas possibilidades. A partir desse momento, Marina...