#22

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O caminho de volta para a cobertura foi silencioso, mas dentro de Marina, a tormenta se agitava. Sentada no banco de trás, observando as luzes de Nova Iorque passando pela janela, ela sentia o peito pesado. Não era só o ato de quebrar as regras — era o que isso significava.

Ela havia saído de controle.

Não houve uma palavra trocada entre eles no carro.
Quando o motorista estacionou, Hector desceu e deu a volta, abrindo a porta para ela com uma calma que foi quase pior do que qualquer grito. Marina sempre preferia Hector quando alguma emoção, por mais mínima que fosse, transparecia. Mas no silêncio dele... aquilo já era um aviso.

Ele não pediu que ela o seguisse para o elevador. Não precisou. Ela conhecia o protocolo. Subiu ao lado dele, e o som das portas se fechando abafou todo o mundo exterior, deixando apenas um espaço sufocante entre eles.

Eu realmente fiz isso.

Era tudo o que a cabeça dela repetia.

Eu fui até o escritório.

Quando a porta da cobertura se abriu, Marina já sabia o que a esperava.
Hector não perdeu tempo. Ele tirou o paletó com movimentos calmos e cuidadosos, como se estivesse preparando para uma tarefa de rotina. Ele estava furioso.

“Você quebrou as regras, Marina,” ele disse, finalmente quebrando o silêncio sufocante.

Marina estava parada, os olhos fixos no chão, as mãos juntas, dedos apertados como se, de repente, fossem uma âncora para evitar que ela desmoronasse. Seus batimentos estavam rápidos, o som preenchendo seus ouvidos, e, ainda assim, ela conseguia ouvir a respiração controlada dele se mover pela sala.

“Foi por causa dela, não foi?” Questionou Hector com uma calma quase aterrorizante, tirando o relógio e o colocando na mesa de canto. “Julie. O ciúmes.”

Ela não respondeu. Não se atreveu.
Ele riu baixinho, mas não havia humor algum na sua risada. “Marina… O que eu disse sobre emoções como essas no nosso relacionamento? Elas são… impróprias.” A palavra pingou com um tom de reprimenda fria.

Ela tentou falar, mas sua voz não saía. Sabia que era inútil explicar. O simples fato de ter ido até lá, por ciúmes ou frustração, já era uma condenação. E a punição... Hector gostava de torná-la memorável.

Ele deu apenas um passo em sua direção. E aquele único passo, como sempre, era o suficiente para fazer cada parte de Marina se contrair de expectativa.

“Você sabe, Marina, que cada transgressão tem consequências,” disse ele, agora tão próximo que podia sentir o calor irradiando de seu corpo. “E dessa vez...”

Hector baixou o tom de forma quase ameaçadora, pegando na base do queixo dela com força, levantando-lhe o rosto para que finalmente a fizesse encará-lo. “Será uma lição que você não vai esquecer tão cedo."

Mesmo sabendo o que viria, Marina tremia de ansiedade e... algo mais profundo. Parte dela queria resistir, argumentar, mas a outra parte — aquela que mais odiava admitir — ansiava pelo controle rígido dele, para sufocar o caos que girava dentro de si.
“Pro joelho agora,” ele ordenou, sem hesitação na voz.

Marina obedeceu, deslizando até o chão, sentindo o coração batendo tão alto que o ruído parecia ensurdecedor.
Hector tirou o cinto devagar e o colocou na lateral, sem tirar os olhos dela. Ele sempre a mantinha no limite, esticando a espera o máximo possível. Com os dedos, ele desfez os botões da camisa, os olhos escurecendo à medida que observava a submissão dela se intensificar.

“Você achou que podia agir movida pelo impulso, Marina?”, ele perguntou, enquanto os polegares roçavam os lábios dela logo antes de puxá-los levemente. “Nosso relacionamento tem regras. Quebrá-las...”

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