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Marina saiu do café com um turbilhão de emoções que a deixava dividida entre euforia e dúvida. As palavras de Hector ainda ecoavam em sua mente, tão envolventes quanto perturbadoras. Ele parecia mais interessado no que podia revelar nela do que na arte em si, e isso a fascinava tanto quanto a alarmava.

Ao abrir a porta de seu apartamento, foi recebida pelos olhos atentos de Monalisa, a gata, que a observava com a curiosidade felina de quem sabe que algo mudou. Marina largou a bolsa no sofá e se jogou ao lado da gata, os dedos deslizando pelos pelos macios enquanto processava o que acabara de acontecer. Monalisa ronronava, indiferente à turbulência que sua dona carregava.

"Você não faz ideia do que aconteceu hoje," pensou em voz alta, o sorriso surgindo de canto. "Conheci um homem... Ele vê em mim algo que nem eu consigo enxergar." Enquanto falava, os dedos desaceleravam nos pelos de Monalisa, a incerteza crescendo em seu peito. "Mas ele... ele é intenso, enigmático. Me faz questionar até onde posso ir sem me perder."

Monalisa continuou a ronronar, sua resposta muda, enquanto Marina ficava ali, tentando desvendar se estava pronta para o que viria a seguir.

Enquanto Marina se perdia em pensamentos, um pincel deslizou entre seus dedos e a guiou até o cavalete. A tela em branco a encarava, desafiando-a a deixar fluir a criatividade. A música suave de jazz que ainda ecoava em sua mente, resgatada do café, tornou-se seu guia.

Com movimentos rápidos e decididos, suas cores começaram a dançar em harmonia. Um azul profundo se misturava com tons de dourado, formando um céu radiante que parecia prometer novas possibilidades. As pinceladas tornaram-se mais ousadas, libertas, como se cada gesto estivesse gritando por liberdade.

Horas se passaram, e ao dar um passo para trás, admirando sua obra, percebeu que não apenas capturara a beleza do céu, mas também a intensidade do que sentia. O quadro refletia sua jornada: uma transição de um passado seguro para um futuro incerto, porém promissor.

Naquela noite, Marina sonhou com Hector. Ele estava ao seu lado em um mundo vibrante, onde cores intensas se entrelaçavam e os limites pareciam inexistir. A atmosfera pulsava com a tensão da sedução, envolvendo-os como uma névoa densa. Ela se sentia atraída por ele de uma maneira que desafiava a lógica, cada toque gerando faíscas que incendiavam sua pele. A conexão entre eles transcendia a razão, transformando aquele sonho em uma explosão de sentimentos que vibravam no ar.

No dia seguinte, Marina acordou com a luz do sol entrando pela janela, trazendo uma nova energia. A imagem de Hector ainda estava fresca em sua mente, e sua determinação em seguir em frente se tornava mais forte. Com uma mistura de expectativa e nervosismo, ela recebeu uma mensagem.

"Oi, Marina. Que tal nos encontrarmos no Ritz às sete? Quero discutir alguns assuntos importantes com você."

Intrigada com o tom direto, ela franziu a testa e respondeu: "Claro! Estarei lá."

"Perfeito."

Marina respirou fundo, sabendo que Hector tinha uma visão peculiar do mundo. Ele era do tipo que gostava de controlar tudo, e seu enfoque em um relacionamento de negócios deixava claro que suas intenções eram mais práticas do que românticas. O Ritz, com sua sofisticação e elegância, era o cenário ideal para o jogo que se desenrolava entre eles.

Ao chegar ao hotel, ela foi envolvida pelo cheiro de perfume e pela música suave que preenchia o ambiente. A luz dourada das lâmpadas refletia nos rostos das pessoas. Hector a aguardava em uma mesa reservada, com um olhar atento e imponente. Quando ela se aproximou, ele se levantou, cumprimentando-a com um sorriso enigmático que fez seu coração acelerar.

"Boa noite, Marina," disse Hector, sua voz suave, mas firme. "Você está deslumbrante."

Marina olhou para baixo, observando o vestido justo que escolhera. Era de um vermelho intenso, moldando suas curvas e contrastando com sua pele clara. Ela se sentia poderosa, como se o vestido tivesse sido feito sob medida para ela. As alças finas deixavam seus ombros à mostra, enquanto a cintura marcada acentuava sua silhueta. Era uma roupa que exibia confiança e ousadia, escolhida para impressionar.

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