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Após alguns meses juntos, Hector e Marina encontraram um equilíbrio delicado em suas vidas. A rotina que desenvolveram permitiu que ambos respeitassem suas individualidades, embora a dinâmica do relacionamento ainda fosse um campo de aprendizado. Hector continuava a navegar pelo mundo dos eventos sociais e das reuniões de negócios, sempre no centro das atenções com sua presença magnética e charme irresistível. Cada vez que Marina o via se misturar a políticos e empresários, sentia uma onda de admiração e uma pontada de insegurança, questionando se algum dia conseguiria se sentir tão confortável nesse ambiente.

Enquanto isso, Marina começou a mergulhar mais fundo em suas paixões artísticas. Ela se inscreveu em pequenos workshops, experimentando novas técnicas e estilos, deixando que sua criatividade fluísse sem restrições. Em casa, as paredes foram lentamente adornadas com suas obras — telas que capturavam sua essência e suas emoções mais profundas. Apesar do progresso, a hesitação ainda a acompanhava.

Participar de exposições ainda era um desafio, e ela se sentia intimidada pela ideia de expor suas criações ao mundo. A cada nova peça que produzia, surgiam dúvidas sobre sua capacidade e seu valor como artista, criando uma luta interna que não conseguia ignorar.

As conversas que tinha com Hector frequentemente giravam em torno de seu trabalho e das ambições artísticas, mas Marina não conseguia deixar de sentir que ele não compreendia completamente a profundidade de suas inseguranças. Embora ele a incentivasse, o peso de sua presença muitas vezes tornava difícil para ela afirmar seu lugar como artista. Ela desejava que ele visse não apenas a mulher ao seu lado, mas a artista vibrante que ansiava por liberdade e reconhecimento.

Assim, mesmo em meio ao crescimento e à descoberta, Marina lutava para se sentir inteira — uma artista em busca de sua voz, enquanto navegava pelas complexidades de um amor que, por um lado, a apoiava e, por outro, a fazia sentir-se invisível.

Com o tempo, Marina começou a encontrar seu espaço em meio à agitação da vida de Hector. As manhãs eram dedicadas a explorar suas paixões artísticas, com pincéis e tintas se espalhando pelo estúdio improvisado que havia criado em um quarto da cobertura. A luz suave do sol que entrava pela janela parecia sussurrar promessas de liberdade e inspiração, enquanto ela se perdia nas cores e formas que dançavam sob suas mãos.

Contudo, essa tranquilidade era frequentemente interrompida por eventos sociais que Hector organizava ou dos quais era convidado. Às vezes, Marina sentia uma mistura de ansiedade e excitação ao se preparar para essas ocasiões, sabendo que seriam uma vitrine para o mundo de Hector — um universo onde ele era o protagonista, e ela, muitas vezes, apenas um acessório.

E assim, naquela noite em particular, ela se viu em frente ao espelho, ajustando o vestido vermelho que tinha escolhido cuidadosamente. Ele acentuava suas curvas, mas também trazia à tona suas inseguranças. A imagem que refletia não era apenas a de uma mulher apaixonada, mas de alguém que se questionava constantemente se era suficiente ao lado de um homem tão imponente.

“Você está linda,” Hector murmurou ao se aproximar, sua voz ressoando como um eco familiar, trazendo à tona uma centelha de confiança em meio ao mar de dúvidas. Mas enquanto ele a admirava, Marina não conseguia evitar a sensação de que sua beleza era apenas uma extensão da imagem que ele projetava.

Quando chegaram ao salão do jantar beneficente, o ar estava impregnado de sofisticação. As luzes de cristal pendiam do teto, refletindo um brilho que parecia cobrir tudo ao redor com uma camada de glamour. As flores frescas decoravam as mesas elegantemente dispostas, e o murmúrio das conversas criava uma sinfonia suave que envolvia o ambiente. A presença de Hector ao seu lado era inegavelmente reconfortante, mas também desencadeava uma ansiedade crescente dentro dela.

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