O sol da manhã entrava pelas amplas janelas da cobertura, iluminando o rosto de Marina. Ainda meio sonolenta, ela notou que Hector já estava de pé, olhando para a cidade lá embaixo. Havia uma tensão sutil em seu corpo, como se cada movimento fosse calculado, cada respiração fosse um esforço para manter o controle.Ela deslizou os dedos pelos lençóis, sorrindo suavemente enquanto se levantava. Estava ansiosa por aquele dia, um raro pedido de sua parte: um dia “normal”. Sem amarras, sem controle rígido, apenas eles dois, explorando a simplicidade que ela tanto apreciava.
"Tudo bem? " perguntou ela, aproximando-se devagar, sentindo a fragrância discreta do perfume dele, um lembrete constante de sua presença intensa.
Hector virou-se, os olhos fixando-se nos dela. Seus lábios se curvaram num meio sorriso, mas a rigidez em sua postura permaneceu.
"Normal não faz parte de mim" respondeu, com sua habitual firmeza. — "Mas eu vou tentar, por você."
Ela sorriu, sabendo que, vindo de Hector, esse pequeno gesto de tentativa já era uma grande concessão.
Depois de se arrumarem, decidiram caminhar pelo Central Park. Marina gostava de coisas simples, e o parque representava um refúgio da agitação da cidade. Hector, por outro lado, parecia desconfortável naquele cenário tão distante do controle a que estava habituado. Ele nunca relaxava completamente, mesmo em ambientes que deveriam ser despreocupados. E Marina notava isso a cada passo.
"Você está quieto" ela observou, enquanto eles seguiam o caminho sombreado por árvores antigas.
"Não é o tipo de coisa que eu faço " ele admitiu. "Mas isso não significa que eu não esteja... curtindo."
Ela deu um sorriso pequeno, apertando levemente a mão dele. Para ela, só o fato de ele estar tentando já significava muito.
Enquanto caminhavam, Marina sugeriu um café próximo. Uma pequena pausa para observar as pessoas ao redor, sentir a vida normal acontecendo ao redor deles. Hector relutou por um momento, mas acabou concordando, embora ainda mantivesse sua aura firme e controlada. Ele era uma presença que dominava qualquer ambiente, até mesmo os mais casuais.
Foi quando encontraram Miguel e alguns outros conhecidos de Marina. Não eram amigos íntimos, mas pessoas com quem ela já havia saído algumas vezes, e que a ajudavam a se sentir mais à vontade na nova cidade. Miguel, com seu sorriso fácil, foi o primeiro a notar o casal.
"Marina!" chamou ele, levantando-se para cumprimentá-la. "Não sabia que você vinha por aqui."
Ela sorriu, se aproximando, mas podia sentir o peso do olhar de Hector enquanto Miguel avaliava a cena.
"Esse é Hector " disse Marina, com naturalidade, apresentando-o ao grupo. " Ele é..."
Ela parou por um segundo, incerta de como descrevê-lo. Milionário, dominador, companheiro? A relação deles era complicada demais para ser resumida em uma frase.
"Seu namorado?" completou Miguel, sorrindo de maneira amigável, mas com uma leve curiosidade nos olhos. Hector não perdeu tempo, estendendo a mão em um gesto polido, mas firme.
"Prazer " disse Hector, direto.
A presença dele parecia sufocar o ambiente, e Miguel logo tentou aliviar a tensão. Ele deu uma risada e olhou de volta para Marina.
"Você anda sumida, hein? Parece que está aproveitando sua vida de luxo agora " brincou ele, mas o tom leve logo mudou para algo mais cuidadoso. " Espero que não esteja se sentindo sozinha por aqui."
Marina percebeu o que ele estava tentando fazer. Embora não fosse íntimo dela, Miguel sabia que ela estava lidando com muitas mudanças, se adaptando a uma nova vida. Mas ela apenas balançou a cabeça, lançando um olhar discreto a Hector, que mantinha uma expressão impenetrável.
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Desejo proibido
RomansaMarina, uma jovem camareira em um hotel de luxo, cruza o caminho de Hector, um hóspede enigmático. O encontro desperta nela desejos e conflitos, levando-a a questionar suas escolhas e explorar novas possibilidades. A partir desse momento, Marina...