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Os dias se arrastaram após o encontro inesperado no quarto do hotel. Marina tentava manter a mente ocupada, mas Hector permanecia como uma sombra em seus pensamentos. O cartão que ele lhe dera estava guardado na bolsa, como uma promessa silenciosa, um lembrete constante da possibilidade de uma nova vida. Ela hesitava em ligá-lo, temendo o que isso poderia significar.

Naquela noite, Marina estava organizando o salão onde aconteceria um evento no hotel. As luzes estavam sendo instaladas, e a decoração estava sendo finalizada com toques sutis de elegância. O clima estava festivo, e as risadas dos colegas ecoavam ao seu redor, mas ela mal conseguia se concentrar. Seu coração disparava sempre que uma figura atraente atravessava sua mente.

Foi então que, no meio da agitação, ela o viu. Hector entrou no salão com uma confiança inabalável, seu porte imponente atraindo a atenção de todos. Vestido com um terno escuro sob medida que acentuava seus músculos definidos, ele parecia um homem de negócios poderoso e bem-sucedido. A gravata perfeitamente ajustada e a camisa branca imaculada davam a ele um ar de sofisticação, enquanto o cabelo escuro, ligeiramente bagunçado, realçava seu charme despretensioso.

Marina sentiu seu estômago revirar. Como podia ser que alguém tão atraente e confiante estivesse aqui, no mesmo espaço que ela? Seus pensamentos foram interrompidos quando Hector a avistou. Um sorriso maroto brotou em seu rosto, e ela percebeu que ele vinha em sua direção, como um predador se aproximando de sua presa.

"Olá, Marina," ele disse, a voz suave e envolvente, como uma brisa quente. "Parece que estamos destinados a nos encontrar de novo."

Marina forçou um sorriso, tentando manter a compostura enquanto seu coração pulsava no peito. "Sim, parece que sim," respondeu, tentando não deixar que a timidez dominasse sua voz. Mas a lembrança do primeiro encontro, da intensidade daquele momento, ainda a deixava um pouco sem fôlego.

Hector se aproximou, sua presença dominadora a fazendo sentir-se pequena, mas também intrigada. "Estava pensando em você," ele disse, inclinando-se levemente, como se quisesse partilhar um segredo. "Aquele encontro foi... inesperado. E muito interessante."

Ela sentiu o rosto esquentar, lembrando da forma como ele a olhara, da tensão palpável no ar. "É, bem, eu... não costumo encontrar hóspedes dessa maneira," Marina respondeu, tentando disfarçar a vulnerabilidade que sentia. "Foi uma situação estranha."

"Estranha? Ou emocionante?" Ele a provocou, seus olhos brilhando com um toque de malícia. "Posso apostar que você se divertiu um pouco."

Marina sentiu um frio na barriga. A maneira como ele falava a fazia sentir-se exposta, mas havia algo irresistível em sua autoconfiança. "Talvez um pouco," ela admitiu, sentindo-se mais leve à medida que a conversa avançava. "Mas é meu trabalho manter a compostura, não é?"

"Com certeza," ele disse, olhando-a com um misto de admiração e curiosidade. "Mas não há nada de errado em relaxar um pouco, especialmente quando se está diante de alguém tão fascinante."

Os elogios dele a surpreendiam, e Marina começou a se perder na profundidade dos olhos de Hector, que pareciam conter mistérios e promessas não ditas. Havia algo em sua expressão que a fazia querer saber mais, mesmo enquanto ela tentava se lembrar da linha que não deveria cruzar.

"Você não deveria estar aqui só para trabalhar. Deveria aproveitar a vida, Marina," ele disse, um tom sério atravessando sua voz, mas o brilho travesso em seus olhos nunca se apagava. "Eu, por exemplo, estou aqui para negócios, mas isso não significa que não posso me divertir."

Marina mordeu o lábio, refletindo sobre o que ele dissera. Ela costumava ser tão focada em suas responsabilidades, tão determinada a manter sua vida em ordem, mas a ideia de abrir-se para novas experiências a atraía de uma maneira quase sedutora.

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