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Ela estava ali, à sua frente, desafiando-o de uma forma que poucos ousariam. Hector observava Marina com uma calma aparente, mas por dentro, a frustração e o desejo lutavam entre si. Cada palavra que ela dissera tinha um peso, uma provocação sutil que o deixava em alerta. Marina nunca havia agido assim. Ela sempre soube seu lugar, sempre aceitou as regras. Mas agora, algo havia mudado.

"Ela me desafiou deliberadamente," ele pensou, mantendo sua expressão impenetrável. Hector sabia exatamente o que estava acontecendo — Marina estava testando os limites, tentando provar algo para si mesma. E, talvez, para ele também.

A postura dela, os olhos queimando de determinação, eram um claro sinal de que ela não pretendia recuar. Hector reconhecia essa mesma determinação em si. Era algo que ele admirava nela, mas que, ao mesmo tempo, exigia uma resposta. Um lembrete de quem estava no controle.

Enquanto olhava para Marina, Hector se perguntava o que realmente havia levado ela a entrar naquele escritório sem permissão. Ele sabia através de sua governanta que, Julie estava se intrometendo mais do que o necessário, sabia que suas ações tinham gerado ciúmes. Mas Marina deveria entender as regras, deveria confiar nele. Ainda assim, ali estava ela, confrontando-o como se estivesse disposta a arcar com as consequências de seus atos. Hector sentia a tensão subir em seu peito, o calor do poder misturado à irritação.

Ela o provocava. Não apenas com suas palavras, mas com sua presença, com a forma como se manteve ereta, sem quebrar o olhar, mesmo quando sabia que estava infringindo uma das regras mais importantes. "Ela deveria estar de joelhos," Hector pensou, mas ao invés disso, lá estava ela — desafiadora, tentadora.

A mente de Hector processava cada detalhe: a forma como o queixo dela estava erguido, o ligeiro tremor de suas mãos que ela tentava esconder, o brilho de raiva misturado com algo mais profundo em seus olhos. Ele a conhecia bem o suficiente para entender que esse não era apenas um capricho de rebeldia. Marina estava implorando por algo, mesmo que não conseguisse admitir.

"Por que agora, Marina?" Ele se perguntava, enquanto a tensão em seu peito se acumulava. Ela queria ser conquistada novamente? Provar que ainda podia controlá-la? Ou ela queria quebrar os próprios grilhões que ele tão habilmente havia colocado ao redor dela?

Parte dele apreciava o desafio, a ousadia dela. Hector sabia que uma submissa como Marina era rara, alguém com espírito e força suficientes para se opor a ele de vez em quando, apenas para lembrá-lo de como era doce o gosto de reconquistar seu domínio. Mas o controle era dele. Sempre seria.

Ele deu um passo à frente, quase imperceptível, mas o suficiente para que o ar entre eles parecesse ainda mais pesado. Hector sabia que qualquer resposta que desse precisaria ser calculada, precisa. Ele não podia ceder à raiva ou ao orgulho. Ele era um mestre nisso — em mantê-la na linha tênue entre desejo e disciplina. Marina não podia ver como seu próprio desafio o excitava, como seu espírito indomável o atraía ainda mais para ela.

"Se acha que pode me desafiar impunemente," Hector pensou, seu olhar escurecendo, "ela está muito enganada." Ele respirou fundo, deixando o silêncio se alongar, observando cada pequena reação dela.

"Marina," ele finalmente disse, sua voz baixa, mas firme, "você veio até mim, sabendo exatamente o que isso significa. Sabendo o que está arriscando." Ele podia ver a respiração dela se acelerar levemente, mas ela não desviou o olhar. Ela estava disposta a pagar o preço.

E ele estava mais do que disposto a cobra-lo.

Hector sentiu a tensão fluir no ar enquanto encarava Marina, desafiadora diante dele. Cada segundo de silêncio era cuidadosamente calculado, uma teia de expectativa sendo tecida ao redor dela. Ele sabia o poder que aquele silêncio carregava, e como ela reagia a ele — impaciente, ansiando por um sinal, uma resposta.

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