Victoria De Angelis é uma agente secreta de uma organização dos Estados Unidos. A destemida garota dourada. Forte, corajosa e muito orgulhosa, após falhar em uma missão, ela é designada para cuidar da segurança de dois irmãos gêmeos, filhos de um me...
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Victoria De Angelis
A casa estava vazia.
Todos provavelmente estavam na área dos fundos da propriedade, assistindo seja lá o que os samurais estejam fazendo e nós aqui.
Atravessando o hall de entrada e passando pela sala de jantar, Sarah entra na minha frente, cortando o caminho até a cozinha. Ela contorna a ilha rústica feita de madeira que predominava no centro e vai até o outro lado do cômodo. Ao lado da geladeira, havia um mini frigobar fechado com um grande cadeado. A cacheada insere um código consideravelmente longo, logo o destravando. Ela retira dali duas garrafas de água e entrega uma para mim.
Olho para a garota com as sobrancelhas juntas.
- Não estão batizadas. - ela esclarece - Tom e Bill sempre deixam um estoque de bebidas limpas aqui.
- Claro que sim. - murmuro - Por que o cadeado? Achei que esse tipo de frigobar tivesse trava eletrônica.
- E tem, mas Tom fez com que nenhum aparelho com sinal rastreável funcionasse na casa do lago. Por isso nem trago meu celular pra cá.
Eu não estava surpresa. Por esse motivo minha equipe ainda não tinha aparecido. Os agentes deviam estar surtando por não conseguirem me encontrar.
Desenrosco a tampa da garrafa e bebo desesperadamente todo conteúdo em vários goles seguidos. O gosto do sangue se dissolvendo e entrando junto com a água.
- Nossa! - Sarah cantarolou - Estava realmente com sede.
E fome, afinal tinha pulado todas as refeições do dia pelo imprevisto de ter sido sequestrada.
- Um pouco. - dou de ombros.
Puxo uma das cadeiras altas que estava encostada na ilha e me acomodo. Apoio os cotovelos sobre a madeira, respirando fundo. Passo a língua pelo lado interno da bochecha, estava cortada. Do canto da boca até onde conseguia alcançar com a língua.
Sarah senta do outro lado da ilha, me encarando angustiada. Seus dedos brincando e amassando o plástico da garrafa.
- Tori, eu sinto muito por ter colocado você nessa situação. Eu não queria que isso acontecesse. Jamais imaginei que os garotos fossem querer que você entrasse para a gangue. E-eu devia ter mantido você longe. Talvez ainda não seja tarde demais...
Ela estava divagando.
- Espera, Sarah! - ergo a mão para que ela parasse - Não faça isso, a culpa não é sua.
- Sim, é sim. - a cacheada balança a cabeça - Fui eu que apresentei vocês três.
Bufo. Ela está mesmo fazendo isso?
- Não se martirize. Com ou sem você, tenho certeza que isso aconteceria uma hora ou outra.
Inevitavelmente eu entraria no caminho dos gêmeos.
