Você faz parte disso

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Victoria De Angelis

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Victoria De Angelis

23 dias depois...

- Vocês já podem me contar o que estamos fazendo aqui? - questiono pela sétima vez desde que saímos da universidade.

Silêncio.

Bufo, começando a seguir os gêmeos que caminhavam na minha frente. Tom e Bill davam passos sincronizados e mais rápidos que os meus. A fumaça dos cigarros de ambos voando com o vento na minha direção como se eu fosse um ímã. O cheiro da nicotina se misturando com o almíscar. Meus olhos caem na mochila preta que o loiro carregava. O que será que tinha ali dentro? Eu já havia perguntado, mas nenhum dos dois quis me responder.

- Vocês estão me ouvindo? - tento outra vez - Que merda os dois querem fazer aqui?

- Aquecer. - Tom respondeu simplesmente.

- Aquecer? - incrédula, ergo o pulso para verificar a hora no relógio. 22:15 - Falta menos de uma hora para que o plano esteja em ação e estamos no meio da floresta para aquecer?

Era sexta-feira, 28 de setembro. A noite da exterminação de mais um membro da seita Black Silver. E sem meu conhecimento, os gêmeos me trouxeram aqui novamente. O lugar onde nos enfrentamos pela primeira vez.

O Parque Estadual Topanga era completamente diferente sem aquela multidão de universitários e toda a bagunça "divertida" que eles armavam. Sem uma fogueira, a única coisa que iluminava a clareira eram os faróis da BMW que Tom havia deixado ligados.

Olho ao redor, a escuridão penetrante entre as árvores esmaecia até o ponto de luz que vinha do carro e o raio de distância que o led atingia. Setembro foi um mês relativamente mais frio que o ano passado. O vento gelado batia nos picos das árvores, folhas caíam entre os galhos sendo sopradas para o mesmo sentido. O assobio do vento chiava juntamente com o som da natureza viva.

Os garotos param de andar quando alcançam o centro da clareira e se viram para mim. Seus semblantes sérios. Nada muito diferente de desde que acordaram essa manhã. Eles estavam agindo friamente o dia todo. Eu gostaria que isso não me afetasse, mas depois de passar um tempo significativo juntos, de algum jeito isso me incomodava.

- É uma tradição. - Bill esclarece, apertando a alça da mochila - Desde que nos tornamos samurais, nós viemos aqui antes da exterminação para aquecer.

- E o que eu tenho a ver com essa tradição? - cruzo os braços.

- Agora você faz parte disso, White. - Tom dá mais uma tragada em seu cigarro.

O fuzilo com os olhos.

Os dias anteriores dividindo o mesmo quarto com os gêmeos foram ridiculamente agradáveis. Se resumindo em dormir e planejar. Minhas interações com Tom eram apenas noturnas, pois quando eu acordava de manhã, ele já havia saído. Ir para o armazém e criar as novas estratégias era o nosso momento juntos. Estávamos nos saindo muito bem em dupla. Eu completava qualquer lacuna que faltava em seus esquemas e vice-versa. Parecíamos um par implacável.

Body Guard | Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora