O silêncio na sala de operações era preenchido apenas pelo som frenético dos teclados. A tensão pesava sobre cada um dos agentes enquanto tentavam localizar Gael. Lupita estava ao telefone com Charles, que havia enviado ordens diretas para todos. Mesmo sem aparecer, a voz grave e firme dele, carregada de autoridade, sempre parecia ter um efeito imediato sobre a equipe.
— Estamos sendo espionados, Lupita — disse Charles calmamente, como se o fato não o surpreendesse. — Ainda não sabemos quem é, mas não podemos confiar em ninguém de fora por enquanto. Precisamos agir com cautela, mas com rapidez.
Lupita, rígida na cadeira, olhou de soslaio para os outros. Não fazia ideia de quem poderia estar os espionando, mas seu instinto lhe dizia para redobrar a vigilância.
— Vou manter todos alertas, senhor — respondeu ela, desligando logo em seguida.
— Alguma novidade? — perguntou Chris, sem tirar os olhos da tela. Ele estava cercado por mapas, bancos de dados da CIA e registros que poderiam oferecer uma pista sobre o paradeiro de Wu e Gael.
Lupita suspirou, cruzando os braços com firmeza. — Charles confirmou que estamos sendo espionados, mas não sabemos quem está por trás disso.
Thomas, que até então permanecia em silêncio, com os olhos fixos no mapa digital, apertou os punhos com força. Ele pensou em Ardat por um momento, por um segundo, algo passou pela mente de Thomas, mas ele rapidamente afastou a suspeita. Não, ela está aqui desde o começo, não faria sentido... pensou ele.
— Precisamos encontrar Gael rápido — disse TJ, fechando o telefone depois de uma ligação com seus contatos da Interpol. — Wu pode tirá-lo do país a qualquer momento, e os registros estão limpos até agora. Ele está agindo com muita cautela.
Deby franziu a testa, seus dedos girando um anel em sua mão enquanto processava as informações. — Ele vai usar Gael como isca. Temos que pensar como Wu. Qual seria o próximo movimento dele? Ele não é o tipo que faz algo por impulso.
— Ele quer Thomas. Isso é claro — respondeu Chris, olhando diretamente para o amigo. — Mas o que Wu não sabe é que estamos todos atrás dele. Ele acha que pode manipular a situação, mas não sabe que estamos unidos.
Enquanto eles continuavam a discutir estratégias, Ardat chegou e todos disfarçaram o que faziam, ela chegou perto de de Thomas. Seu tom era suave, quase conciliador.
— Thomas, você não tem que passar por isso sozinho. Todos sabemos que está sofrendo pelo Gael. Um término sempre é difícil, ainda mais que você parecia tão apaixonado. – Esse era o motivo que o grupo havia dito para justificar a tristeza de Thomas.
Thomas respirou fundo, tentando ignorar a dor em seu peito. Ele sabia que Ardat estava tentando acalmá-lo, mas algo nela o incomodava, embora não soubesse exatamente o quê. Ele apenas assentiu, voltando a se concentrar no mapa, esperando que algum sinal surgisse.
Lupita interrompeu os pensamentos dele com uma nova informação. — Charles disse para não baixarmos a guarda. Ele está convencido de que há algo mais nesse jogo que ainda não estamos vendo. – Ela falou baixo para não chamar a tenção.
Ardat, percebeu que não conseguiria nenhuma informação ali, por isso, com uma desculpa, disse que iria embora, mas sem que soubessem, se posicionou estrategicamente para ouvi-los.
— Espionagem, segredos, tortura... Isso está ficando cada vez mais complexo — murmurou Chris, coçando a barba.
— O que me preocupa — disse Deby, olhando diretamente para Thomas — é que Wu não vai parar até ter o que quer. Se ele acha que destruir Gael é a melhor forma de te atingir, Thomas, então temos que agir rápido.
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Dano Colateral - Romance LGBT
RomanceGael Dubois, um preceptor renomado, é conhecido por sua discrição e seriedade ao trabalhar com filhos da elite global. Ao aceitar um trabalho no Havaí para o enigmático empresário Ray Wu, ele desconhece um detalhe crucial: Wu é um mafioso chinês pro...