Dano Colateral - Romance LGBT

Capítulo 25

Os dias seguintes à captura de Ardat trouxeram uma onda de alívio ao grupo, mas também de incerteza. Sabiam que, com uma inimiga tão implacável nas mãos das autoridades, havia ainda muito a ser descoberto. As agências de inteligência começaram a aprofundar as investigações sobre os negócios de Ardat, tentando entender a real extensão de sua influência.

Em um dos encontros confidenciais com os superiores, Charles foi informado sobre as novas descobertas. Ardat, ao que parecia, era apenas uma peça de um quebra-cabeça muito maior. Ela fazia parte de uma rede de criminosos que abrangia não apenas a Europa, mas também partes da Ásia e do Oriente Médio. Os negócios dela incluíam tráfico de armas, contrabando e até mesmo uma pequena célula de espionagem dentro de alguns governos. Era chocante o quão longe seus tentáculos se estendiam, mas o que mais surpreendeu foi o fato de que, em sua fúria por vingança pessoal, Ardat havia se desviado da missão principal da organização criminosa. Isso, por si só, a tornava um risco para seus comparsas.

Charles pediu para que Lupita reunisse o grupo para atualizá-los das informações importante. Eles se reuniram na sala ao lado do interfone, como sempre faziam, enquanto a atmosfera de tensão lentamente dissipava.

— Recebi uma informação confidencial dos superiores — começou Charles, com um tom mais leve do que o habitual. — Parece que o grupo maligno ao qual Ardat pertence decidiu não retaliar a prisão dela.

Deby, sempre atenta a cada palavra, franziu o cenho.

— E por quê? — ela perguntou, descrente de que um grupo tão poderoso deixaria isso barato.

— Segundo o que apuramos, Ardat perdeu a cabeça. O objetivo original deles não era pessoal, mas ela se desviou completamente quando começou essa busca desenfreada por vingança. Eles acham que, nesse ponto, ela se tornou mais um risco do que um trunfo para os negócios. — Charles fez uma pausa, antes de acrescentar: — Em resumo, estão felizes por ela estar fora do caminho.

Houve um breve silêncio na sala, enquanto todos absorviam essa nova realidade. Era quase surreal, mas ao mesmo tempo, um alívio bem-vindo.

— Isso significa que estamos a salvo? — perguntou Chris, com cautela.

— Sim — respondeu Charles. — Pelo menos por enquanto, o grupo decidiu nos deixar em paz. As famílias podem voltar para suas casas, e a operação oficial está encerrada. Estamos fora do radar.

Os suspiros de alívio foram quase audíveis. O peso que todos carregavam nos ombros parecia diminuir, e pela primeira vez em muito tempo, eles podiam começar a pensar em retomar suas vidas.

No entanto, enquanto o grupo começava a relaxar, Deby se manteve ocupada com suas próprias investigações. Usando seus contatos no MI5, ela fez uma descoberta surpreendente. Tatiana, a irmã de Ardat, que todos acreditavam estar morta, na verdade havia forjado sua própria morte. Ela havia feito isso para escapar do mundo criminoso que a prendia, começando uma vida nova em um local desconhecido.

Deby se encontrou com Thomas e ligou para Charles para compartilhar a descoberta.

— Tatiana está viva — começou ela, indo direto ao ponto. — Consegui rastrear uma fonte confiável que me confirmou isso. Ela forjou sua morte para sair dessa vida.

Charles ficou mudo, processando a informação.

— Isso muda tudo — disse Thomas, surpreso. — Ardat fez tudo isso por uma vingança que nem precisava existir.

— Exatamente — concordou Deby. — Mas aqui está a questão: Tatiana está em um local seguro e longe desse mundo. Eu acho que deveríamos manter isso em sigilo. Contar isso aos superiores pode colocar Tatiana em risco, além de ser desnecessário. Ela saiu, está a salvo. Que ela continue assim.