Dano Colateral - Romance LGBT

Capítulo 24

Ardat estava cada vez mais descontrolada. Seus olhos, antes frios e calculistas, agora estavam tomados por uma raiva crescente. Tentou ataques coordenados contra o grupo de Thomas, mas todos falharam. Cada tentativa de captura ou ataque era frustrada pela habilidade e experiência dos agentes. Isso só a enfurecia ainda mais. A obsessão por vingança crescia, e ela já não pensava de maneira lógica, seus planos cada vez mais caóticos e desesperados.

Enquanto isso, Charles havia se aprofundado nas investigações sobre Tatiana Villin, a irmã de Ardat. Descobriu que Tatiana havia morrido em uma explosão durante uma operação de outra organização. No entanto, algo estranho pairava sobre sua morte: o corpo de Tatiana nunca foi encontrado. Isso deixou Charles com um pressentimento sombrio. Havia mais naquela história do que parecia.

Em paralelo, Deby estava usando seus contatos do MI5 para esboçar um plano para atrair e capturar Ardat. Sabia que, com o estado mental deteriorado de Ardat, eles tinham uma janela de oportunidade para agir antes que ela pudesse reorganizar suas forças e causar danos sérios. Naquela noite, ela reuniu o grupo para detalhar sua estratégia.

— A ideia é simples, mas eficaz — começou Deby, sua voz firme e determinada. — Ardat está desesperada e desorganizada, o que a torna perigosa, mas vulnerável. Vamos atraí-la para uma armadilha, fazendo-a acreditar que temos algo de valor para ela. Um alvo fácil, mas que, na verdade, será uma emboscada.

Os membros do grupo escutavam com atenção, embora alguns dos parentes presentes estivessem visivelmente apreensivos. Não estavam acostumados com o tipo de tensão que pairava no ar, uma tensão que antecede uma operação perigosa.

— O que seria esse alvo? — perguntou Lupita, sua expressão séria.

— Gael — respondeu Deby, com um suspiro. — Sabemos que Ardat tem uma obsessão por Thomas e pelo que ele representa. Se ela souber que Gael está sozinho ou vulnerável, isso pode ser o suficiente para atraí-la.

— Eu não gosto disso — interveio Lucas, com uma expressão preocupada. — É arriscado demais.

James estava sentado mais atrás, em silêncio, observando. Finalmente, ele se inclinou para frente, seus olhos analisando o plano com a experiência de quem já havia visto estratégias como aquela darem certo... ou errado.

— O plano de Deby é sólido, mas temos que ser cuidadosos. — Ele olhou para Deby. — Há pontos fortes aqui, como o uso da vulnerabilidade de Gael para atrair Ardat, mas também há fraquezas. Se Ardat desconfiar de qualquer coisa, ela pode reagir de maneira imprevisível. Precisamos garantir que tenhamos cobertura em todos os flancos. O grupo não pode ser exposto.

Ele continuou detalhando, como um militar experiente, os ajustes que poderiam fortalecer ainda mais o plano. O grupo escutava em silêncio, impressionado com a forma como James conseguia pensar tão estrategicamente.

— Precisamos ter certeza de que todos os pontos de fuga estão cobertos — disse ele, apontando um mapa que Deby havia desenhado na mesa. — Se ela tentar escapar por aqui ou aqui, teremos equipes do MI5 e da Interpol para interceptá-la. E, claro, precisaremos estar preparados para qualquer surpresa que ela possa nos lançar.

Thomas observava o pai com uma nova admiração. Ver James em seu elemento, usando sua experiência militar para ajudá-los, mostrava um lado de seu pai que ele raramente via.

— Vamos conseguir — disse Thomas, com confiança. — Com todos nós trabalhando juntos, ela não terá para onde correr.

O grupo passou as próximas horas ajustando os detalhes do plano, com Deby e James liderando as discussões táticas. TJ, usando seus contatos na Interpol, conseguiu envolver agentes disfarçados que estariam posicionados para dar apoio quando o momento chegasse. Era uma operação arriscada, mas se funcionasse, poderiam finalmente capturar Ardat e encerrar aquele ciclo de vingança.