Gael Dubois, um preceptor renomado, é conhecido por sua discrição e seriedade ao trabalhar com filhos da elite global. Ao aceitar um trabalho no Havaí para o enigmático empresário Ray Wu, ele desconhece um detalhe crucial: Wu é um mafioso chinês pro...
James O'Brien sentou-se no sofá de couro da sala, o ambiente silencioso em contraste com a tempestade que se formava dentro dele. Havia tantas coisas que ele queria dizer, tantas dúvidas e angústias que, por décadas, ele conseguiu manter soterradas. Mas agora, tudo parecia estar à flor da pele.
Ver Thomas em ação havia sido impressionante. Seu filho era mais do que ele poderia sonhar: rápido, inteligente, implacável quando precisava ser, mas também compassivo. James sempre quis que seus filhos fossem fortes, capazes de se cuidar e proteger os outros. E Thomas, com toda sua habilidade e determinação, havia superado essas expectativas.
Mas então havia a questão de Gael.
James se mexeu desconfortavelmente na cadeira. Ele não era um homem moderno; cresceu em uma época em que relacionamentos entre dois homens não eram algo amplamente aceito, muito menos falado. Seu desconforto não era de ódio, mas de estranheza. Aquilo era novo para ele. Difícil de entender.
Ele viu Thomas e Gael chegarem juntos em casa, os olhos de Thomas brilhando de uma maneira que James não via há muito tempo, não desde a época em que a mãe de Thomas ainda estava viva. Era uma expressão que ele conhecia bem: o brilho do amor verdadeiro. E foi esse olhar que o fez hesitar em seu julgamento. Talvez... talvez ele estivesse errado.
Mais tarde, naquela noite, Lucas entrou na sala. O irmão mais novo de Thomas estava preocupado, vendo a tensão no rosto do pai. Ele não podia evitar o sentimento de que o pai estava preso em um dilema pessoal.
— Você quer falar sobre isso? — Lucas perguntou, sentando-se ao lado do pai.
James permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos focados em um ponto invisível à frente. Depois, soltou um suspiro pesado.
— Não sei como lidar com isso, Lucas — ele admitiu. — Ver Thomas com Gael... eu não estou acostumado a isso. É... difícil.
Lucas o olhou, compreensivo, mas também determinado.
— Pai, eu entendo que isso seja novo para você. Mas estamos em tempos diferentes agora. E você viu o que Thomas e Gael passaram. Eu sei que você vê o quanto eles se amam. Eles se importam um com o outro de uma maneira verdadeira. E isso é o que realmente importa, certo?
James franziu a testa, lutando com suas emoções. Ele sabia que o filho tinha razão, mas anos de preconceito enraizado não eram fáceis de derrubar em um piscar de olhos.
— Eu sei que você quer o melhor para Thomas — continuou Lucas. — Mas Gael é um bom homem. Ele arriscou a vida para proteger Thomas. Isso deveria contar para alguma coisa.
James fechou os olhos por um momento, pensando na esposa que havia perdido. Ele amava profundamente aquela mulher, e o que ele via entre Thomas e Gael, por mais desconfortável que fosse, lembrava-o desse amor.
— Sua mãe — James murmurou, a voz carregada de nostalgia. — Eu amava sua mãe com todo o meu coração. E talvez... talvez o que eu estou vendo agora entre Thomas e Gael seja algo parecido.
Lucas assentiu, tocando o ombro do pai.
— Então, talvez seja hora de você dar uma chance a isso.
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