17 - A máfia teme a coragem do amor.
ANTONIO
Não pode ser! Vem do Norte! A última vez que o sinal foi visto, ela estava a caminho do norte. Mas de alguma forma, ela deve ter descoberto e quebrado o próprio telefone. Agora não existe nada que nos leve ao seu endereço atual. Ao menos ja sei para onde ela está indo. Maldita! Eu fiz de tudo para a proteger, e ela simplesmente se entrega? Por puro capricho e teimosia? O que deixou ela assim? Se tudo o que ela me diz é que me odeia. Pois agora eu vejo que odeia mesmo, foi correndo ao meu maior inimigo. Ou ele a sequestrou? Meu Deus! Ainda tem essa possibilidade, que eu nem estou cogitando. Claro que a pegou, mas como sabia onde estava? Ele também a rastreava?
Não consigo raciocinar direito, meu peito aperta, e a cabeça dói.
- Acione todos os homens, nós vamos trazer ela de volta ainda hoje. — digo ja levantando em prontidão.
- Para isso vamos ter que avisar o Capo, Antonio. Tem certeza disso? — alerta Lorenzzo.
- Não me importo, levaram Valentina. Quero a cabeça dele. — sinto tanta raiva, que consigo preencher o ambiente todo com ela.
- Ta bem, você que manda meu amigo. Vou organizar a tropa, e seguimos para o norte. — diz Lorenzzo ja deixando a sala.Volto para a minha cadeira, e coloco a mão na cabeça. Dói forte, e sinto como se tivesse vivendo um pesadelo. Nada do que eu planejei saiu como o esperado, a cada passo parece que me perco ainda mais. Eu não sou assim! As coisas não funcionam dessa forma comigo! Como posso ter perdido tanto o controle da situação? Telefone toca, e é Carlos.
- Diga. — atendo já objetivo, não há tempo para formalidades.
- O prisioneiro fugiu. A pouco quando o carcereiro desceu para levar comida e água, ele já não estava lá. — como assim? Mais esse problema para resolver!
- Já acionou a guarda? — digo já aflito, e levantando novamente da cadeira.
- Sim, senhor. Só achei melhor lhe avisar antes, pois o seu pai ainda não está a par de tudo. — tento reorganizar meus pensamentos, mais essa agora. Não será nada bom ter esse maldito hacker do inimigo a solta.
- Ao menos sem uma mão ficará mais fácil de o identificar. — digo com ironia, por que estou prestes a explodir. — Só me ligue se tiver boas notícias, estou partindo em missão. — e desligo.Penso em jogar o telefone contra a parede, mas paro e encontro um quadro na frente. Pego ele e jogo contra a parede. É, não aliviou em nada. Eu estou prestes a enlouquecer. Provavelmente isso tudo deve ser um teste divino para ter certeza que eu estou pronto para assumir o comando da organização. Como posso ter vivido tantos anos tranquilos, e bastou aquela mulher voltar para a minha vida, e tudo foi pelos ares novamente. Preciso ser rápido e certeiro. Não temos tempo a perder. Está tudo desmoronando.
Faço algumas ligações a alguns amigos do norte, quero preparar o meu caminho caso eu precise me esconder com ela enquanto estivermos em terras inimigas. Em cerca de 1 hora, já tínhamos um grupo formado e partíamos para buscar a minha noiva. A perder dessa forma me faz ter lembranças vívidas de quando a perdi pela primeira vez.
Preciso dela de volta.
10 ANOS ANTES - ANTONIO
Ela se foi! Acabou!
Alívio e desespero.
Ouvir aquelas palavras do pai de Valentina acabaram com a minha noite. Acabaram com a semana inteira, o mês, o ano. Eu realmente não esperava que ela fosse me deixar dessa forma. Meu Deus! Nós nem conversamos. Ela não é disso, eu já não a reconheço mais. Sei que não fui o melhor para ela, mas esse vazio que estou sentindo está me enlouquecendo. Não a ter aqui, quando eu quero, é algo que eu não havia experimentado ainda. Essa sensação me deixa tonto. Pensei em retrucar, em pedir o endereço, pensei em dizer tanto ao Sr. Enzo mais cedo. Mas não tive coragem, achei melhor deixar isso pra lá.
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A DAMA DA MAFIA
Mystery / ThrillerAntonio, aos 33 anos, está prestes a assumir o posto de Capo di Tutti Capi da máfia italiana, cargo que sempre foi seu destino. Desde jovem, ele foi moldado para liderar, passando por provações de sangue, dor e poder. Contudo, seu coração está divid...