19 - Gli amori più intensi sono spesso i più distruttivi.

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19 - Os amores mais intensos são frequentemente os mais destrutivos.

ANTONIO

Se antes eu já estava confuso, agora nada mais faz sentido. Valentina me deixou com uma lâmina, ou ela queria me matar com ela? De qualquer forma veio mesmo a calhar. Eu escaparia de qualquer jeito, mas essa atitude dela tornou tudo mais divertido e interessante. A corda é muito grossa, e perco um bom tempo cortando com o pequeno objeto em minha mão. Mas com muita paciência e habilidade, finalmente estou livre dessa porcaria. Me ajeito enquanto vou tirando a corda em volta de mim. Dói o corpo todo, fazia tempo que eu não me divertia desse jeito.

Levanto o mais devagar e sem barulhos que consigo, embora seja quase impossível ser silencioso com essa cadeira velha e corroída. Organizo meus pensamentos e tento estudar melhor por onde consigo sair dessa espelunca. Vejo que há uma janela quebrada, sério isso? Fácil assim? Eles realmente não dão nada por mim. Fico chateado, pensei que meus inimigos fossem ao menos um pouco mais espertos. Eles não pesquisaram nada sobre mim? Sinto vontade de rir de pena, mas me seguro para ninguém me ouvir. Iniciantes... realmente o antigo Capo os fazem muita falta. Aquele homem sim, dava para ter um certo respeito.

Chego bem próximo a janela, e quando estou quase saindo, escuto sua voz. Ah ragazza! Como eu queria te levar daqui, mas eu nem sei se você é cúmplice ou vítima. Pelo visto, a vítima sou eu. Olho para fora, e olho para a porta de onde vem o som da sua voz. Ai! O que fazer? Fecho os olhos e respiro fundo.

Não vou conseguir ir embora sem ao menos descobrir mais algo sobre isso tudo. Preciso entender o que passa na cabeça dessa maluca. Quando estamos juntos, é como se vivêssemos duas realidades paralelas. A realidade do que sai de nossas bocas, e a realidade do que os nossos olhos conversam. Eu não entendo, é como se nos amassemos por telepatia. Ou é loucura minha? Que maldição esse amor.

Vou até próximo a porta, me esgueiro para conseguir ouvir melhor, e olho pelo buraco da fechadura. Só consigo ver ela, está muito escuro.

- Deixa ele ir embora daqui, Victor! Você ja me tem aqui, deixa ele ir! — diz angustiada.
- Por que você quer que ele saia com vida? Você ainda ama esse desgraçado? — uma voz grossa e rude conversa com ela. Mas não consigo o ver.
- Não tem nada haver com amor! Ele não fez nada para acabar dessa forma! Deixa ele ir! — continua implorando, ela parece segurar o choro.

Que isso ragazza, o que tá acontecendo? Meu coração acelera tanto, que quase me falta o ar. Quero invadir a sala, e matar esse maldito. Nem percebo a hora que o pego, mas ja estou segurando forte o canivete em minhas mãos. Se ele encostar nela, sou capaz de o matar sem precisar de nenhum tipo de arma. Sinto um ódio crescer em mim, e aperto com mais força o objeto na minha mão para tentar me controlar.

- Para de mentir para si mesma, Valentina! Você acha que eu sou algum estúpido? — tem raiva e ameaça em sua voz. Quem ele pensa que é, para falar com ela dessa forma?
- Eu não entendo por que você odeia tanto ele! Ele nem sabe que você existe! — ela está claramente se controlando para não explodir, me sinto mal por causar tanta tristeza nela.
- Eu tenho meus motivos! E você deveria ter também! Ou já esqueceu o que ele fez com você? — ele ataca. Parecem dois inimigos.
- Não toca nesse assunto! Você não tem o direito! — ainda aos gritos.
- Ou se esqueceu quem esteve do seu lado todo esse tempo todo, cuidando de algo que nem é meu! — o homem parece ter mais magoas que ela, mas que porra eu fiz? Ela que me abandonou.
- Por acaso eu te pedi algo? Você que sempre se mostrou disposto! Eu nunca te pedi nada! — agora ela está transtornada — E não é seu mesmo! E nem nunca será! Não importa o que você faça ele acreditar! — mas o que tá acontecendo aqui?
- E é por isso que ele tem que morrer, Valentina! Ele não vai tomar o que é meu! Olha como você tá diferente! Foi só passar alguns dias perto dele, e pronto! Já esqueceu que ele te jogou fora com a porra de um filho! — ele grita. Valentina se descontrola, e bate em seu rosto.
- Eu odeio você, e ele! Você não é melhor que ele! — ela bate nele, e eu fico dividido entre entender essa porra toda, ou acabar com isso de uma vez.

A DAMA DA MAFIAOnde histórias criam vida. Descubra agora