Pov - Rebeca.
A noite da final por equipes era um espetáculo de luzes e sons. O Stade Pierre-Mauroy estava lotado, e a atmosfera pulsava com expectativa. Eu, representando o Brasil, e Simone, competindo pelos Estados Unidos, estávamos prestes a dar tudo de nós.
Enquanto nos preparávamos, o nervosismo tomava conta de mim. As equipes foram apresentadas, e cada uma delas recebeu aplausos calorosos da multidão. A equipe americana, com Simone à frente, parecia confiante. Eu a observei de longe, admirando seu foco e determinação.
Quando a competição começou, o primeiro aparelho foi o solo. As atletas se destacaram com performances impressionantes, mas a pressão aumentava. Quando foi minha vez, respirei fundo e me deixei levar pela música. Cada salto e giro foram repletos de emoção, e quando finalizei, a plateia explodiu em aplausos. O sentimento de ter dado o meu melhor era inestimável.
A competição prosseguiu, e a equipe da Grã-Bretanha se destacou em suas apresentações na trave. O clima de rivalidade era palpável, mas eu sabia que tínhamos uma chance. A equipe brasileira se uniu em apoio, e cada uma de nós estava determinada a brilhar.
Chegou a hora das barras assimétricas. A tensão estava em alta, e enquanto Simone se preparava para sua apresentação, senti uma mistura de rivalidade e admiração. Ela era uma competidora incrível. Sua performance foi impecável, e a plateia aplaudiu de pé. O brilho no olhar dela, a paixão pela ginástica, me fez refletir sobre o que estávamos vivendo ali.
Quando chegou minha vez, a adrenalina tomou conta. Sabia que cada movimento contava. Executei minha rotina com precisão e emoção, sentindo o apoio das minhas companheiras ao redor. No final, o público aplaudiu, e eu senti que havia dado tudo de mim.
Finalmente, os resultados foram anunciados. O coração disparou ao ouvir a classificação. A equipe americana e Canadense conquistaram o ouro e a prata, enquanto nós, a equipe brasileira, levamos o bronze. Uma onda de emoção me atingiu. Embora não tivéssemos conseguido o ouro, a sensação de orgulho por nossa performance era indescritível.
Simone, com sua medalha de ouro brilhando em seu pescoço, encontrou meu olhar e sorriu. Havia um reconhecimento mútuo entre nós, um respeito pelo que cada uma havia alcançado, e acima de tudo o nosso amor e a nossa conexão. Nós éramos adversárias, mas também compartilhávamos a mesma paixão pela ginástica e pela outra.
Ao subir ao pódio, a medalha de bronze reluzia em meu pescoço. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, não de tristeza, mas de orgulho. Havíamos lutado juntas, e aquele momento representava cada passo que demos até ali. Minhas amigas me abraçaram, e a alegria que sentíamos era inegável.
Depois da cerimônia, enquanto deixávamos a arena, olhei para Simone mais uma vez. O sorriso dela refletia a felicidade pela vitória, e eu sabia que, apesar de representarmos países diferentes, nossa jornada compartilhada na ginástica nos uniu de uma forma única.
- Parabéns, Simone. Você foi incrível - disse, com sinceridade.
- Obrigada, beca. Você também! A sua equipe se saiu muito bem - respondeu, se aproximando, seu olhar caloroso.
Simone me puxou para um canto mais reservado do estádio e me beijou com todo o amor e a paixão que compartilhamos juntas.
Com a medalha de bronze reluzindo em meu pescoço, me dirigi para fora do estádio, determinada a continuar lutando por meus sonhos, sabendo que a amizade e o espírito esportivo sempre prevaleceriam, independentemente das rivalidades.
Enquanto caminhava para fora do Stade Pierre-Mauroy, o eco dos aplausos ainda ressoava em meus ouvidos. A atmosfera vibrante da competição estava se dissipando, mas a emoção da noite permanecia viva. Olhei ao redor, absorvendo os rostos alegres e as expressões de satisfação. Cada atleta, independentemente do resultado, estava celebrando o que havia conquistado.
Minhas companheiras de equipe se juntaram a mim, e juntas celebramos nosso bronze. O clima de camaradagem era contagiante, e cada abraço que trocamos parecia reforçar o vínculo que havíamos construído ao longo das nossas vidas. Lembrei de todas as horas de treinamento, das lesões e dos momentos de dúvida. Tudo havia valido a pena.
Enquanto nos dirigíamos para o local da coletiva de imprensa, ainda pude ver Simone, cercada por jornalistas e admiradores. Ela sempre teve essa habilidade de brilhar sob os holofotes, e eu não podia deixar de admirar sua postura. O contraste entre nossas experiências, mas a semelhança em nossas paixões, era fascinante.
Na coletiva, as perguntas giravam em torno da competição e das nossas performances. Respondi com um sorriso, enfatizando o orgulho que sentia em representar o Brasil. Ao mesmo tempo, a emoção de ver minhas amigas se destacando no palco, tão cheias de energia e confiança, era inigualável.
Depois da coletiva, encontrei um momento para refletir. Sozinha em um canto do vestiário, olhei para a medalha de bronze que pendia em meu pescoço. Ela simbolizava não apenas o resultado, mas cada lágrima e cada sorriso que estiveram presentes na jornada. Era um lembrete de que as conquistas, grandes ou pequenas, são importantes.
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Cicatrizes invisíveis - Rebeca Andrade e Simone Biles.
RomanceRebeca Andrade,Uma grande Ginasta Brasileira está determinada a conquistar o Coração da maior Ginasta de todos os tempos,Simone Biles. Mas ela não é a única com esse objetivo.