10 - The beginning.

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Oie! Capítulozinho na área. Espero que gostem!

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Pov - Rebeca

Os Jogos Olímpicos finalmente começaram, e a atmosfera no ginásio era eletricamente intensa. O calor das luzes refletia a excitação dos atletas, e o público estava ansioso para ver as apresentações.

Na manhã das classificatórias por equipes, o nervosismo pairava no ar. As atletas se aqueciam, e o cheiro de desodorante e produto de cabelo se misturava com a energia palpável. Eu estava rodeada pelas minhas amigas e colegas de equipe, todas vestindo nossos uniformes com orgulho.

- Vamos arrasar, meninas! - Lorrane disse, dando um soco no ar. - Estamos preparadas!

- É isso aí! Vamos mostrar a que viemos! - Flávia respondeu, seu entusiasmo contagiando a todos.

Pouco tempo depois, jornalistas brasileiros adentraram o local e, como de costume, pediram para que a gente desse uma pequena entrevista.

- Olá, Brasil! Estamos diretamente de Paris com as nossas ginastas olímpicas. E aí, meninas? Estão animadas para o começo dessa competição incrível? - perguntou a jornalista com um sorriso radiante no rosto.

Jade tomou a frente e respondeu por todas nós:

- Olá, Brasil! Estamos muito animadas e determinadas. É uma honra estar de volta representando esse país tão lindo. Treinamos muito para dar o nosso melhor e conquistar várias medalhas para honrar a bandeira desse país abençoado.

- Muito bem, Jade! Obrigada pela sua atenção. Mas agora vamos falar sobre o assunto que está bombando por aí: a rivalidade entre Simone Biles e Rebeca Andrade. Então, Rebeca, como você se sente em relação a isso?

- Primeiramente, é uma honra ser comparada ao nível da Simone. Ela é um fenômeno, de outro mundo! É incrível competir mais uma olimpíada ao lado dela. A Simone é minha inspiração; a rivalidade entre a gente não existe dentro nem fora dos ginásios. Estamos sempre nos apoiando, torcendo uma pela outra.

- Ahh, que lindas, gente! Muito obrigada pela atenção, meninas! Vamos com tudo, Brasil! - A jornalista se despediu e se afastou.

- Só faltou latir, Rebe! - disse Flávia, fazendo as meninas caírem na gargalhada.

- Aí, Flávia, me deixa! - murmurei, virando de costas para ela.

Procurei Simone com o olhar. Ela estava cercada pela equipe americana e alguns entrevistadores, mas seu olhar estava fixo em mim. Sorri, sentindo meu coração aquecer. A conexão que tínhamos me dava força e coragem.

Quando nosso nome foi chamado, uma onda de adrenalina tomou conta de mim. A caminhada até a área de competição parecia uma eternidade, mas cada passo era um lembrete do trabalho duro que fizemos para chegar ali. O apoio da minha equipe me cercava, e a voz do meu treinador ressoava em minha mente: "Concentre-se no que você pode controlar."

A competição começou com as provas de salto, e cada uma de nós teve a chance de brilhar. Quando chegou a minha vez, respirei fundo e corri para a pista. O salto foi perfeito, e a sensação de aterrissar com confiança me fez sentir viva. O público aplaudiu, e eu pude ver as meninas da equipe torcendo por mim.

A transição para a barra de equilíbrio foi um desafio. As mãos suavam, e a pressão era palpável. Cada movimento tinha que ser preciso. Assim que subi na barra, os aplausos se transformaram em um eco distante. A única coisa que importava era a sensação do meu corpo se movendo em sincronia.

Quando terminei minha rotina, o público explodiu em aplausos, e um sorriso de alívio se espalhou pelo meu rosto. Eu havia dado o meu melhor, e a energia ao meu redor me impulsionava.

Após a nossa apresentação na barra, foi a vez de Jade e Júlia. Ambas estavam incríveis, e a sincronia entre nós era notável. Com cada acerto, o ânimo aumentava. Ao final da competição, todas as atletas estavam exaustas, mas a satisfação de ter feito o nosso melhor era palpável.

Finalmente, a última prova, o solo. Quando entrei na pista, a música começou a tocar e meu corpo se moveu automaticamente. A dança, os saltos, as piruetas... tudo fluiu como se fosse uma extensão de mim mesma. O público estava em pé, torcendo por nós.

Quando terminei, senti uma explosão de emoções. O apoio da minha equipe era inigualável, e as palmas eram ensurdecedoras. Olhei para o lado e vi Simone sorrindo, aplaudindo com entusiasmo. Aquela imagem me encheu de energia e orgulho.

Após todas as apresentações, reunimo-nos como equipe, as mãos unidas no centro. A tensão no ar era substituída pela expectativa. O anúncio dos resultados estava prestes a começar.

- Estou tão nervosa! - Jade sussurrou, olhando para as outras.

- Vamos lá, meninas, já fizemos nossa parte! - Lorrane disse, tentando manter a calma.

Quando o resultado foi finalmente anunciado, o ginásio ficou em silêncio. A equipe brasileira ficou em segundo lugar nas classificatórias, atrás das americanas. Aplaudimos e nos abraçamos, aliviadas e animadas.

- Conseguimos! - gritei, sentindo a adrenalina disparar.

- Agora, vamos em frente para a final! - Lorrane exclamou, radiante.

Ao nos dispersarmos, procurei Simone novamente. Ela estava esperando por mim no vestiário, e quando a vi, a ansiedade se dissipou. Ela me abraçou apertado.

- Você foi incrível, Beca! Estou tão orgulhosa de você! - ela disse, os olhos brilhando.

- Obrigada! E você também, sua apresentação foi perfeita! - respondi, sentindo meu coração acelerar.

Enquanto conversávamos sobre a competição, a realidade do que estávamos prestes a enfrentar se estabelecia. Estávamos aqui para competir, mas também para nos apoiar, e eu sabia que, independentemente dos resultados, tínhamos criado algo especial.

Simone me puxou para um canto mais reservado do vestiário e me encostou na parede. Senti um arrepio percorrer meu corpo quando ela colou seu corpo ao meu.

- Simone...

- Shhh - ela colocou o dedo indicador entre meus lábios.

Com ambas as mãos em meu rosto, Simone me beijou com desejo.

Desci minhas mãos para sua cintura, segurando firme. Ela levou suas mãos para o meu pescoço, me puxando mais para perto.

Nos separamos ofegantes em busca de ar.

- Sabia que você estava uma gatinha com esse collant? - ela disse com malícia em sua voz enquanto desce o zíper do meu casaco.

- Você acha?

- Eu não acho, eu tenho certeza, baby.

Ela terminou de tirar o meu casaco e voltamos a nos beijar intensamente. Aproveitei a proximidade para tirar seu moletom e pra minha surpresa; ela estava somente de sutiã deixando sua barriga totalmente definida totalmente exposta.

O clima começou a esquentar entre nós, mas quando finalmente íamos aprofundar o contato, ouvimos a porta do vestiário se abrir.

Em meio ao susto, nos separamos rapidamente.

- Argh! Por que logo agora? - Simone murmurou, vestindo seu moletom novamente.

Ri da sua pequena birra enquanto vestia meu casaco.

- Calma, Biles, temos muito tempo pra isso..

Com a energia das classificatórias ainda vibrando dentro de mim, voltei para o meu quarto. Havia muito a celebrar, e a conexão com Simone e minha equipe tornava cada momento ainda mais significativo. Sabia que, independentemente do que viesse a seguir, aquelas memórias ficariam para sempre.

Cicatrizes invisíveis - Rebeca Andrade e Simone Biles.Onde histórias criam vida. Descubra agora