11 - Jonathan.

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Oie gente! Perdão por não postar capítulo ontem,fiquei bastante ocupada. Mas para compensar irei postar 2 ou mais capítulos hoje. Boa leitura!

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Pov - Rebeca.

Depois de um dia tão intenso, a vibração nas nossas almas era palpável. Enquanto caminhava de volta a delegação brasileira, a adrenalina ainda pulsava em minhas veias. As risadas e as conversas sobre a apresentação ecoavam ao meu redor, criando um sentimento de união que eu nunca havia experimentado antes.

Quando chegamos ao quarto, a atmosfera mudou um pouco. O nervosismo do dia se misturava à expectativa do que viria a seguir. Sentamos em círculo, a energia entre nós ainda carregada. Flávia, sempre a palhaça, começou a imitar algumas das nossas performances, fazendo todo mundo rir.

- Olha a Rebeca fazendo o "salto da vitória"! - ela disse, saltando e caindo de maneira exagerada no chão.

- É assim que você faz? - brinquei, me levantando e fazendo uma imitação igualmente ridícula.

As risadas continuaram até que Jade, com um sorriso mais sério, disse:

- Meninas, agora que estamos na final, precisamos focar. Cada detalhe conta.

Concordei, lembrando-me do que meu treinador sempre dizia. O equilíbrio entre diversão e concentração era essencial.

- Você está certa, Jade. Mas também precisamos aproveitar esse momento. É a realização de um sonho! - Flávia acrescentou, batendo palmas.

Enquanto conversávamos, não conseguia deixar de pensar na Simone. O beijo que trocamos antes da interrupção ainda estava fresco na minha mente. A química entre nós era inegável, e a forma como ela me olhava sempre me deixava sem palavras.

Naquele momento, percebi que não era só a competição que importava; a conexão que estava criando com ela era algo que eu nunca esperei,isso tornava tudo mais especial.

Com a empolgação do dia se dissipando lentamente, decidimos que uma boa noite de sono era o que precisávamos. Cada uma foi para seu canto, mas minha mente ainda estava em sintonia com Simone. Antes de fechar os olhos, não pude deixar de sorrir ao lembrar do brilho nos olhos dela quando me elogiou.

Quando finalmente adormeci, sonhei não apenas com medalhas, mas com momentos que transcenderiam o pódio. Estava determinada a dar tudo de mim na final, não apenas por mim, mas por todas nós e pela conexão que havia se formado entre a equipe.

No dia seguinte, o clima era ainda mais eletrizante. O calor das luzes nos aguardava novamente, mas agora era diferente. Era um novo começo. Ao me preparar, olhei para o espelho e sorri.

- Vamos arrasar! - murmurei para mim mesma, a confiança crescendo dentro de mim.

Com o apoio da equipe e a energia vibrante da competição, eu sabia que estávamos prontas para tudo. A final estava logo ali, e eu estava decidida a aproveitar cada segundo, tanto nas apresentações quanto ao lado de Simone.

Depois das classificatórias nas barras assimétricas, onde eu havia me destacado, o ambiente estava cheio de energia, mas algo dentro de mim parecia pesar. Eu estava ansiosa para encontrar Simone, para compartilhar a euforia da minha performance. Mas ao chegar perto dela, meu coração despencou.

Simone estava cercada por uma pequena multidão, e no centro dela estava um cara alto, de pele escura, com cabelos trançados. Ele segurava um buquê de flores coloridas, o sorriso largo enquanto falava com ela. O nome dele era Jonathan Owens, um famoso jogador de futebol americano. Ele parecia tão seguro, tão à vontade, e o jeito como Simone sorria para ele me deixou inquieta.

- Essas flores são para você, Simone. Espero que você goste! - ele disse, entregando o buquê com um brilho nos olhos.

Simone corou rapidamente, o rubor em suas bochechas era inegável. - Obrigada, Jonathan! - respondeu, puxando-o para um abraço que me fez sentir como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés.

Aquela cena mexeu comigo. Uma onda de ciúmes e insegurança tomou conta de mim. Eu me perguntei se havia algo mais entre eles. Afinal, como poderia competir com alguém tão impressionante, tão confiante? O que eu tinha a oferecer além de medalhas?

Tentei manter a compostura enquanto observava os dois conversarem, Jonathan falando palavras doces e encantadoras. Cada risada de Simone ecoava em minha mente como um lembrete do que eu poderia estar perdendo.

- Ei, Rebeca! - Lorrane apareceu ao meu lado, percebendo meu desconforto. - Você está bem?

- Ah, sim. Só... apenas um pouco cansada, eu acho - menti, desviando o olhar.

Ela seguiu meu olhar e soltou um suspiro. - Eu entendo. Mas você se destacou hoje! Ele não é ninguém perto do que você fez.

- É fácil dizer isso, mas... - minha voz falhou.

- O que importa é que você é incrível. Lembre-se disso! - Lorrane me encorajou, mas as palavras soavam distantes.

Quando finalmente consegui me aproximar, Jonathan estava se despedindo. - Até mais,mone! Boa sorte na final! - ele disse, piscando para ela antes de se afastar.

Simone me viu e seu sorriso se iluminou. - Rebeca! Você foi incrível! - exclamou, a alegria dela me atingindo como um raio. Mas a imagem de Jonathan ainda dançava em minha mente, e a insegurança persistia.

- Obrigada, Simone! Você também... - respondi, tentando esconder o tumulto dentro de mim.

Mas enquanto conversávamos, a verdade era que eu estava lutando contra sentimentos conflitantes. Eu queria me aproximar, mas o medo de ser apenas uma amiga diante de uma nova possibilidade era avassalador.

Simone notou minha hesitação. - O que foi? Você parece distante.

- Só... pensando no que vem pela frente, você sabe? - tentei disfarçar, mas ela parecia não se convencer.

- Rebeca, você sabe que pode contar comigo. Me diz o que está acontecendo. - seu olhar era intenso.

- Não está acontecendo nada,não se preocupe. Eu já vou indo,as meninas estão me esperando. - depositei um beijo em sua testa.

Enquanto me afastava, o peso no meu peito só aumentava. Eu precisava encontrar uma maneira de lidar com meus sentimentos. A competição só está no começo, e eu precisava focar. Mas, ao mesmo tempo, o desejo de me aproximar de Simone só crescia.

Se a conexão entre nós fosse forte o suficiente, eu não deixaria Jonathan ou qualquer outra coisa atrapalhar. Naquele momento, decidi que, independentemente de tudo, eu daria o meu melhor e mostraria a todos o que realmente importava.







Cicatrizes invisíveis - Rebeca Andrade e Simone Biles.Onde histórias criam vida. Descubra agora